quarta-feira, julho 26, 2006

Gravemos a palavra de Deus na nossa memória, com ardor e seriedade.

Livro de Salmos 71,1-6.15.17.

Em ti, SENHOR, me refugio, jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra-me e protege-me; inclina para mim os teus ouvidos e salva-me.
Sê a minha protecção e o refúgio onde me acolho. Tu prometeste salvar-me, pois és o meu rochedo e a minha fortaleza.
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio, das mãos do opressor e do violento.
Tu és a minha esperança, ó Senhor DEUS, e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno, desde o ventre materno és o meu protector; és o objecto contínuo do meu louvor.
minha boca proclamará a tua justiça, e todo o dia anunciarei a tua salvação, sabendo bem que ela é inenarrável.
Instruíste-me, ó Deus, desde a minha juventude e até hoje anunciei sempre as tuas maravilhas.


Evangelho segundo S. Mateus 13,1-9.

Naquele dia, Jesus saiu de casa e sentou-se à beira-mar. Reuniu-se a Ele uma tão grande multidão, que teve de subir para um barco, onde se sentou, enquanto toda a multidão se conservava na praia. Jesus falou-lhes de muitas coisas em parábolas: «O semeador saiu para semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho: e vieram as aves e comeram-nas. Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra: e logo brotaram, porque a terra era pouco profunda; mas, logo que o sol se ergueu, foram queimadas e, como não tinham raízes, secaram. Outras caíram entre espinhos: e os espinhos cresceram e sufocaram-nas. Outras caíram em terra boa e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; e outras, trinta. Aquele que tiver ouvidos, oiça!»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. João Crisóstomo (cerca de 345 - 407), bispo de Antioquia, depois de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre Mateus, 44




"Cairam em terra boa e deram fruto"


"Saíu o semeador para semear". Donde é que ele saíu, aquele que está presente em toda a parte, que enche todo o universo? Como saíu ele? Não materialmente, mas por uma disposição da sua providência a nosso respeito: aproximou-se de nós revestindo-se da nossa carne. Uma vez que não podíamos ir até ele, porque os nossos pecados impediam o acesso, foi ele que veio até nós. E porque é que saíu? Para destruir a terra onde abundavam os espinhos? Para castigar os cultivadores? De modo nenhum. Veio cultivar essa terra, ocupar-se dela e nela semear a palavra da santidade. Porque a semente de que fala é, na verdade, a sua doutrina; o campo é a alma do homem; o semeador é ele próprio...
Teríamos razão em censurar um cultivador que semeasse com tanta abundância... Mas, quando se trata de coisas da alma, a pedra pode ser transformada em terra fértil, o caminho pode não ser pisado por todos os transeuntes e tornar-se um campo fecundo, os espinhos podem ser arrancados e permitir aos grãos que cresçam com toda a tranquilidade. Se isso não fosse possível, ele não teria lançado a semente. E, se a transformação não se realizou, não é por culpa do semeador, mas daqueles que não quiseram deixar-se transformar. O semeador fez o seu trabalho. Se a semente se perdeu, o autor de tão grande benefício disso não é responsável.
Nota bem que há várias maneiras de perder a semente... Uma coisa é deixar a semente da palavra de Deus secar sem tribulações e sem cuidado, outra é vê-la sucumbir sob o choque das tentações... Para que não nos aconteça nada de semelhante, gravemos a palavra na nossa memória, com ardor e seriedade. Por muito que o diabo arranque à nossa volta, teremos força suficiente para que ele não arranque nada dentro de nós.