segunda-feira, novembro 26, 2007

A misericórdia merece ser louvada não só pela abundância de dádivas, mas sobretudo quando procede de um pensamento bom e misericordioso.

Hoje a Igreja celebra : S. João Berchmans, jovem seminarista, +1621, Beato Tiago Alberione, presbítero, fundador, +1971

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Youssef Bousnaya : «Viu também uma viúva indigente»


Livro de Daniel 1,1-6.8-20.

No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilónia, veio cercar Jerusalém. O Senhor entregou-lhe Joaquim, rei de Judá, e uma parte dos objectos do templo; Nabucodonosor transportou-os ao país de Chinear e colocou-os na sala do tesouro dos seus deuses. O rei deu ordem a Aspenaz, chefe dos criados, que lhe trouxesse jovens israelitas, de ascendência real ou de família nobre, sem qualquer defeito, formosos, dotados de toda a espécie de qualidades, instruídos, inteligentes e fortes. Seriam colocados no palácio real e Aspenaz devia ensinar-lhes as letras e a língua dos caldeus. O rei destinou-lhes uma provisão diária de alimentos, reservada à ementa da mesa real, e do vinho que ele bebia. A formação deles havia de durar três anos, após o que entrariam ao serviço na presença do rei. Entre estes, contavam-se Daniel, Hananias, Michael e Azarias, que pertenciam aos filhos de Judá. Daniel tomou a resolução de não se manchar com o alimento do rei e com o vinho que ele bebia. Por isso, pediu ao chefe dos criados para se abster deles. Deus fez com que o chefe dos criados acolhesse Daniel com benevolência e amabilidade. Mas depois disse-lhe: «Temo que o rei, meu senhor, que determinou o que vós haveis de comer e beber, venha a encontrar o vosso rosto mais magro que o dos outros jovens da mesma idade e assim me exponhais a uma repreensão da parte do rei.» Então, Daniel disse ao oficial, a quem o chefe dos criados tinha confiado o cuidado de Daniel, Hananias, Michael e Azarias: «Por favor, faz uma experiência de dez dias com os teus servos: que se nos dê apenas legumes a comer, e água a beber. Depois disto, compararás o nosso aspecto com o dos jovens que se alimentam das iguarias da mesa real e, conforme o que tiveres constatado, assim agirás com os teus servos.» Concordou com esta proposta e submeteu-os à prova, durante dez dias. Ao fim deste prazo, verificou-se que tinham melhor aspecto e estavam mais robustos que todos os jovens que comiam os acepipes da mesa real. Como consequência, o oficial retirava as iguarias e o vinho que lhes estavam destinados e mandava que lhes servissem legumes. A estes quatro jovens, Deus deu sabedoria e inteligência no domínio das letras e ciências. Daniel compreendia toda a espécie de visões e sonhos. Decorrido o tempo fixado pelo rei para a apresentação dos jovens, o chefe dos criados levou-os à presença de Nabucodonosor, que conversou com eles. Dentre todos os jovens, não houve nenhum que pudesse comparar-se a Daniel, Hananias, Michael e Azarias. Por isso, entraram ao serviço na presença do rei. Em qualquer assunto de sabedoria e inteligência que os consultasse, o rei achava-os dez vezes superiores a todos os escribas e magos do seu reino.

Dan. 3,52.53.54.55.56.

«Bendito sejas, Senhor, Deus de nossos pais:– digno de louvor e glória eternamente! Bendito seja o teu nome santo e glorioso:– digno de supremo louvor e exaltação eternamente!
Bendito sejas no templo da tua santa glória: – digno de supremo louvor e glória eternamente!
Bendito sejas por penetrares os abismos,sentado sobre os querubins: – digno de supremo louvor e exaltação eternamente!
Bendito sejas no teu trono real: – digno de supremo louvor e exaltação eternamente!
Bendito sejas no firmamento dos céus:– digno de supremo louvor e glória eternamente!


Evangelho segundo S. Lucas 21,1-4.

Levantando os olhos, Jesus viu os ricos deitarem no cofre do tesouro as suas ofertas. Viu também uma viúva pobre deitar lá duas moedinhas e disse: «Em verdade vos digo que esta viúva pobre deitou mais do que todos os outros; pois eles deitaram no tesouro do que lhes sobejava, enquanto ela, da sua indigência, deitou tudo o que tinha para viver.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Youssef Bousnaya (c. 869-979), monge sírio
Vida e doutrina de Rabban Youssef Bousnaya, por Jean Bar Kaldoum

«Viu também uma viúva indigente»


A misericórdia merece ser louvada não só pela abundância de dádivas, mas sobretudo quando procede de um pensamento bom e misericordioso. Há pessoas que muito dão e muito distribuem mas não são tidas por misericordiosas aos olhos de Deus, e há pessoas que nada têm, nada possuem, mas têm piedade por todos no seu coração. Estas são consideradas seres verdadeiramente misericordiosos aos olhos de Deus, e de facto são-no. Portanto não digas: «Nada tenho para dar aos pobres»; não te angusties pensando que por esse motivo não podes ser misericordioso. Se tens qualquer coisa, dá o que tens; se nada tens, dá, ainda que seja um pão seco apenas, fá-lo com intenção verdadeiramente misericordiosa, e tal será considerado por Deus como misericórdia perfeita.

Nosso Senhor não louvou os que muito punham na caixa das esmolas; Ele louvou a viúva por aí ter posto as duas moedas que pôde poupar na sua vida de indigência, oferecendo-as em gratuidade, com um pensamento bom, para o tesouro de Cristo. O homem que no seu coração tem piedade pelos semelhantes, esse sim, é misericordioso aos olhos de Deus; mais vale uma boa intenção sem efeitos visíveis do que a abundância de obras magníficas mas realizadas sem boa intenção.