domingo, abril 09, 2006

Última Semana da QUARESMA e Palavra do Dia 10 de Abril - Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso, e confia no SENHOR!

OLÁ!

Começa hoje a última semana da quaresma...




6ª Semana - FÉ/ADESÃO



Epístola do apóstolo S. Paulo aos Filipenses ( 2,6-11 )

Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da Sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem, no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Leitura espiritual

FÉ/ADESÃO “…Creio - aprendi-o de Ti - que o Amor é o único bem pelo qual vale a pena dar a vida e a única lição que interessa aprender. Só cá estamos para aprender a amar. A maior dívida que tenho na Terra é para com quem me amou e se deixou amar por mim. É uma dívida infinita, que só no Céu poderei saldar. No entanto, todo este amor não tem comparação com aquele que tenho recebido de Ti e que - como nenhum outro - me tem estimulado a ser livre e a seguir o meu próprio caminho. Gostaria de saber transmitir a quem não tem fé que a verdadeira fé de um crente é a fé que Deus tem nele. E que isto chega para transfigurar a vida de uma pessoa.”

(Excerto de “ O príncipe e a lavadeira” de Nuno Tovar de Lemos, s.j. pág.17)

Reflexão pessoal:

Jesus assume a condição humana.

Vive para os outros, para os homens seus irmãos. Vive para Deus Seu Pai.

Realiza assim os dois mandamentos maiores: amar a Deus, amar os irmãos!

A presença de Jesus, a Sua palavra, a Sua afeição para com os pecadores, os seus gestos de cura, a Sua bondade para com todos, o Seu sentido da humanidade e o Seu sentido de filho de Deus, são a forma concreta de nos mostrar que, a vida só vale a pena quando é uma vida dada!

Jesus vive o quotidiano do amor e, este jeito de viver, tem como consequência a entrega da Sua vida na cruz.

A cruz representa a fragilidade e a acessibilidade de um amor que se oferece sempre, até ao extremo de poder ser recusado.

Não é o sofrimento de Jesus que nos salva, mas o amor com que viveu esse sofrimento.

O que nos toca na paixão de Jesus é a força desse amor, que vai até à morte.

A fé nasce dum nosso encontro com o Senhor, ao sentirmo-nos amados por Ele.

A experiência deste amor é decisiva para a nossa vida:

-Faz-nos mudar

- Leva à conversão

- Reconcilia-nos com Deus

- Faz crescer a fé.

Porque se trata de uma experiência de amor, é fácil concluir que o nosso coração é o lugar privilegiado para este encontro com Deus.

A fé é por isso uma adesão pessoal, que fazemos livremente, quando descobrimos que o Amor habita todas as realidades, que o Amor é Vida em nós!

(Baseada em “Pensar e viver a Fé no terceiro Milénio” , Bernard Sesboué s. j.)



Maria Padrela

Palavra do dia 10 de Abril


Livro de Isaías 42,1-7.

«Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça.
Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas.
Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça.
Não desanimará, nem desfalecerá, até estabelecer na terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam dele.
Eis o que diz o SENHOR Deus, que criou os céus e os estendeu, que consolidou a terra com a sua vegetação, que deu vida aos seus habitantes, e o alento aos que andam por ela.
Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão; formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações;
para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros, e da prisão, os que vivem nas trevas.


Livro de Salmos 27(26),1-3.13-14.

SENHOR é minha luz e salvação: de quem terei medo? O SENHOR é o baluarte da minha vida: quem me assustará?
Quando os malvados avançam contra mim, para me devorar, são eles, meus opressores e inimigos, que resvalam e caem.
Ainda que um exército me cerque, o meu coração não temerá. Mesmo que me declarem a guerra, ainda assim terei confiança.
Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade do SENHOR, na terra dos vivos.
Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso, e confia no SENHOR!


Evangelho segundo S. João 12,1-11.

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa.
Então, Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.
Nessa altura disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar:
«Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?»
Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava.
Então, Jesus disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura!
De facto, os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim não me tendes sempre.»
Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Os sumos sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro,
porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em Jesus.

Da Bíblia Sagrada


Comentário ao Evangelho do dia feito por :
S. Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja
10º sermão sobre o Cântico dos Cânticos




"A casa ficou cheia com o odor do perfume"


"O aroma dos teus perfumes é requintado", lê-se no Cântico dos Cânticos (1,3). Distingo ali várias espécies... Há o pefume da contrição, o da piedade; há também o da compaixão... Há, pois, um primeiro perfume que a alma compõe para seu próprio uso quando, apanhada pela rede de numerosas faltas, ela começa a reflectir sobre o seu próprio passado. Reune então, no cadinho da sua consciência, para os juntar e esmagar, os múltiplos pecados que cometeu; e, na fornalha do seu amor ardente, fá-los cozer no fogo da penitência e da dor... É com este perfume que a alma pecadora deve cobrir os inícios da sua conversão e ungir as chagas recentes; porque o primeiro sacrifício que se há-de oferecer a Deus é o de um coração arrependido. Enquanto a alma, pobre e miserável, não possuir com que compor um unguento mais precioso, não deve neglicenciar preparar aquele, ainda que o faça com vis matérias-primas. Deus não desprezará um coração que se humilha na contrição (Sl 50,19)...
Aliás, esse perfume invisível e espiritual não poderá parecer-nos ordinário, se compreendermos que ele é simbolizado pelo pefume que, segundo o Evangelho, a pecadora lançou sobre os pés do Senhor. Com efeito, lemos que "toda a casa ficou cheia daquele odor"... Lembremo-nos do perfume que invade toda a Igreja no momento da conversão de um único pecador; todo o penitente que se arrepende torna-se para uma multidão como que um odor de vida que a desperta para a vida. O aroma da penitência sobe até às moradas celestes uma vez que, segundo a Escritura, "o arrependimento de um só pecador é uma grande alegria para os anjos de Deus" (Lc 15,10).