“Donde lhe vem tal sabedoria? Não é Ele o filho do carpinteiro?”
Evangelho segundo S. Mateus 13,54-58.
Tendo chegado à sua terra, ensinava os habitantes na sinagoga deles, de modo que todos se enchiam de assombro e diziam: «De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde lhe vem, pois, tudo isto?» E estavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa.» E não fez ali muitos milagres, por causa da falta de fé daquela gente.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Beato João XXIII (1881-1963), papa
Diário da Alma, § 1901-1903
“Donde lhe vem tal sabedoria? Não é Ele o filho do carpinteiro?”
Sempre que penso no grande mistério da vida oculta e humilde de Jesus durante os seus primeiros 30 anos, o meu espírito sente-se confundido, e faltam-me as palavras. Ah!, é realmente evidente: perante lição tão luminosa, não são apenas os juízos do mundo, são também os juízos e a maneira de pensar de muitos eclesiásticos que parecem completamente falsos, e se encontram realmente no lado oposto.
Pela minha parte, confesso não ter ainda chegado a perceber. Na medida em que me conheço, tenho a impressão de não possuir senão uma aparência de humildade, e que o seu verdadeiro espírito, esse “amor pelo apagamento” de Jesus Cristo em Nazaré, o não conheço senão de nome. E dizer que Jesus passou trinta anos de vida oculta e que era Deus, que era “o esplendor da substância do Pai” (Hb 1, 3), que tinha vindo para salvar o mundo, e que fez tudo isso com o único fito de nos ensinar quão necessária é a humildade e quão necessário é praticá-la! E eu, que sou tão pecador e tão miserável, não penso senão em me comprazer comigo mesmo, em me comprazer com êxitos que me valem um pouco de honra terrena; não sou capaz, sequer, de conceber o mais santo dos pensamentos, sem que para ele deslize a preocupação com a minha reputação perante os outros. […] Em suma, só com grande esforço consigo habituar-me a esta ideia do verdadeiro apagamento, tal como Jesus Cristo o praticou e me ensina a praticá-lo.
Tendo chegado à sua terra, ensinava os habitantes na sinagoga deles, de modo que todos se enchiam de assombro e diziam: «De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde lhe vem, pois, tudo isto?» E estavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa.» E não fez ali muitos milagres, por causa da falta de fé daquela gente.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Beato João XXIII (1881-1963), papa
Diário da Alma, § 1901-1903
“Donde lhe vem tal sabedoria? Não é Ele o filho do carpinteiro?”
Sempre que penso no grande mistério da vida oculta e humilde de Jesus durante os seus primeiros 30 anos, o meu espírito sente-se confundido, e faltam-me as palavras. Ah!, é realmente evidente: perante lição tão luminosa, não são apenas os juízos do mundo, são também os juízos e a maneira de pensar de muitos eclesiásticos que parecem completamente falsos, e se encontram realmente no lado oposto.
Pela minha parte, confesso não ter ainda chegado a perceber. Na medida em que me conheço, tenho a impressão de não possuir senão uma aparência de humildade, e que o seu verdadeiro espírito, esse “amor pelo apagamento” de Jesus Cristo em Nazaré, o não conheço senão de nome. E dizer que Jesus passou trinta anos de vida oculta e que era Deus, que era “o esplendor da substância do Pai” (Hb 1, 3), que tinha vindo para salvar o mundo, e que fez tudo isso com o único fito de nos ensinar quão necessária é a humildade e quão necessário é praticá-la! E eu, que sou tão pecador e tão miserável, não penso senão em me comprazer comigo mesmo, em me comprazer com êxitos que me valem um pouco de honra terrena; não sou capaz, sequer, de conceber o mais santo dos pensamentos, sem que para ele deslize a preocupação com a minha reputação perante os outros. […] Em suma, só com grande esforço consigo habituar-me a esta ideia do verdadeiro apagamento, tal como Jesus Cristo o praticou e me ensina a praticá-lo.
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