quarta-feira, outubro 10, 2007

Ensina-nos a rezar

EVANGELHO QUOTIDIANO

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68


Quarta-feira, dia 10 de Outubro de 2007

Hoje a Igreja celebra : S. Daniel Comboni, presbítero, fundador, +1881, S. Tomás de Vilanova, bispo, +1555

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São Siluane : «Ensina-nos a rezar»


Livro de Jonas 4,1-11.

Jonas ficou profundamente aborrecido com isto e, muito irritado, dirigiu ao Senhor esta oração: «Ah! Senhor! Porventura não era isto que eu dizia quando ainda estava na minha terra? Por isso é que, precavendo-me, quis fugir para Társis, porque sabia que és um Deus misericordioso e clemente, paciente, cheio de bondade e pronto a renunciar aos castigos. Agora, Senhor, peço-te que me mates, porque é melhor para mim a morte que a vida.» O Senhor respondeu-lhe: «Julgas que tens razão para te afligires assim?» Jonas saiu da cidade e sentou-se a oriente da mesma. Ali fez para si uma cabana e sentou-se à sua sombra, para ver o que ia acontecer na cidade. O Senhor Deus fez crescer um rícino, que se levantou acima de Jonas, para fazer sombra à sua cabeça e o proteger do Sol. Jonas alegrou-se grandemente por aquele rícino. Ao outro dia, porém, ao romper da manhã, enviou Deus um verme que roeu as raízes do rícino, e este secou. Quando o Sol se levantou, Deus fez soprar um vento quente do oriente, e o Sol dardejou os seus raios sobre a cabeça de Jonas, de forma que ele, desfalecido, desejou a morte e disse: «Melhor é para mim morrer do que viver.» Então Deus disse a Jonas: «Julgas tu que tens razão para te indignares por causa deste rícino?» Jonas respondeu: «Sim, tenho razão para me indignar até desejar a morte.» Disse-lhe Deus: «Sentes pena de um rícino que não te custou trabalho algum para o fazeres crescer, que nasceu numa noite, e numa noite pereceu! E não hei-de Eu compa-decer-me da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem distinguir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e um grande número de animais?»


Livro de Salmos 86(85),3-4.5-6.9-10.

Senhor, tem compaixão de mim, que a ti clamo todo o dia.
Alegra o espírito do teu servo, pois para ti, Senhor, elevo a minha alma.
Porque Tu, Senhor, és bom e indulgente, cheio de misericórdia para quantos te invocam.
Senhor, ouve a minha oração, atende os gritos da minha súplica.
Todas as nações, que criaste, virão adorar-te, Senhor, e darão glória ao teu nome.
Porque só Tu és grande e realizas maravilhas.


Evangelho segundo S. Lucas 11,1-4.

Sucedeu que Jesus estava algures a orar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.» Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; dá-nos o nosso pão de cada dia; perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Siluane (1866-1938), monge ortodoxo
Escritos

«Ensina-nos a rezar»


Se queres rezar com o espírito unido ao coração e não o consegues, reza com os lábios e concentra o espírito nas palavras da oração, como é dito na Escada santa [de S. João Clímaco]. Com o tempo, o Senhor dar-te-á a graça da “oração do coração”, conseguirás não te distrair, e rezarás com facilidade. Alguns, no trabalho da oração, tendo forçado a inteligência a descer ao coração, subverteram-no a tal ponto que já nem conseguiam pronunciar a oração com os lábios. Mas, tu, tens de conhecer a lei da vida espiritual: os dons só são concedidos às almas simples, humildes e obedientes. Àquele que em tudo for obediente e sóbrio – em alimento, em palavras e em gestos – o Senhor concederá a oração, ela far-se-á com facilidade no seu coração.

A oração incessante procede do amor, mas perdemo-la com os julgamentos, com as palavras vãs e com a intemperança. Aquele que ama a Deus pode pensar n’Ele dia e noite, porque ocupação alguma nos pode impedir de amar a Deus. Os apóstolos amavam o Senhor sem que as coisas do mundo os perturbassem, e no entanto lembravam-se do mundo, rezavam por ele e dedicavam-se à pregação. Foi dito a Santo Arsénio, em contrapartida: «Foge dos homens». Mas o Espírito divino ensina-nos, até no deserto, a rezar pelos homens e pelo mundo inteiro.