segunda-feira, novembro 20, 2006

A luz que me conduz pela mão.

Livro do Apocalipse 1,1-4.2,1-5.

Revelação de Jesus Cristo. Deus encarregou-o de manifestar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer e que Ele comunicou pelo anjo que enviou ao seu servo João, o qual atesta que tudo o que viu é Palavra de Deus e testemunho de Jesus Cristo. Feliz o que lê e os que escutam a mensagem desta profecia e põem em prática o que nela está escrito, porque o tempo está próximo. João saúda as sete igrejas da província da Ásia: graça e paz da parte daquele que é, que era e que há-de vir, da parte dos sete espíritos que estão diante do seu trono Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: «Isto diz o que tem na mão direita as sete estrelas, o que caminha no meio dos sete candelabros de ouro: ‘Conheço as tuas obras, as tuas fadigas e a tua constância. Sei também que não podes tolerar os malvados e que puseste à prova os que se dizem apóstolos – mas não o são – e os achaste mentirosos; tens constância, sofreste por causa de mim e não perdeste a coragem. No entanto, tenho uma coisa contra ti: abandonaste o teu primitivo amor. Lembra-te, pois, donde caíste, arrepende-te e torna a proceder como ao princípio. Se não procederes assim e não te arrependeres, Eu virei ter contigo e retirarei o teu candelabro do seu lugar.

Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.

Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem toma parte na reunião dos libertinos;
antes põe o seu enlevo na lei do SENHOR e nela medita dia e noite.
como a árvore plantada à beira da água corrente: dá fruto na estação própria e a sua folhagem não murcha; em tudo o que faz é bem sucedido.
Mas os ímpios não são assim! São como a palha que o vento leva.
SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à perdição.


Evangelho segundo S. Lucas 18,35-43.

Quando se aproximavam de Jericó, estava um cego sentado a pedir esmola à beira do caminho. Ouvindo a multidão que passava, perguntou o que era aquilo. Disseram-lhe que era Jesus de Nazaré que ia a passar. Então, bradou: «Jesus, Filho de David, tem misericórdia de mim!» Os que iam à frente repreendiam-no, para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!» Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Quando o cego se aproximou, perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» Respondeu: «Senhor, que eu veja!» Jesus disse-lhe: «Vê. A tua fé te salvou.» Naquele mesmo instante, recobrou a vista e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, ao ver isto, deu louvores a Deus.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Simão o Novo Teólogo (cerca 949-1022), monge ortodoxo
Hino 18




A luz que me conduz pela mão


Nós conhecemos o amor que tu nos deste, sem limite, indizível, que nada pode encerrar; ele é luz, luz inacessível, luz que age em tudo...Com efeito, o que é que esta luz não faz, e o que é que ela não é? Ela é encanto e alegria, doçura e paz, misericórdia sem medida, abismo de compaixão. Quando a possuo, não a observo mais; vejo-a apenas quando ela se vai. Precipito-me para a prender, e ela foge totalmente. Não sei o que fazer e consumo-me. Aprendo a pedir e a procurar com lágrimas e em grande humildade, a não considerar como possível o que ultrapassa a natureza, nem como efeito do meu poder ou do esforço humano, aquilo que vem da compaixão de Deus e da sua misericórdia infinita...

Esta luz conduz-nos pela mão, fortifica-nos, ensina-nos, mostrando-se, mas fugindo assim que temos necessidade dela. Não é quando a queremos – o que pertence aos perfeitos – mas é assim que ficamos embaraçados e completamente esgotados que ela vem em nosso socorro. Ela aparece de longe e faz-me senti-la no meu coração. Grito até me sufocar de tanto que a quero prender, mas tudo é noite, e vazias estão as minhas pobres mãos. Esqueço tudo, sento-me e choro, desesperando de a ver ainda uma outra vez. Quando chorei muito e consenti em me deter, então, vindo misteriosamente, ela toma-me a cabeça, e eu derreto-me em lágrimas sem saber quem está a iluminar o meu espírito de uma luz muito doce.