terça-feira, outubro 30, 2007

Grão de trigo!

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S. Máximo de Turim : “Se o grão de trigo, lançado na terra, não morrer, fica só, como é; mas, se morrer, produz abundante fruto” (Jo 12,24)


Carta aos Romanos 8,18-25.

Estou convencido de que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que há-de revelar-se em nós. Pois até a criação se encontra em expectativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus. De facto, a criação foi sujeita à destruição não voluntariamente, mas por disposição daquele que a sujeitou na esperança de que também ela será libertada da escravidão da corrupção, para alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus. Bem sabemos como toda a criação geme e sofre as dores de parto até ao presente. Não só ela. Também nós, que possuímos as primícias do Espírito, nós próprios gememos no nosso íntimo, aguardando a adopção filial, a libertação do nosso corpo. De facto, foi na esperança que fomos salvos. Ora uma esperança naquilo que se vê não é esperança. Quem é que vai esperar aquilo que já está a ver? Mas, se é o que não vemos que esperamos, então é com paciência que o temos de aguardar.

Livro de Salmos 126(125),1-2.2-3.4-5.6.

Quando o SENHOR mudou o destino de Sião, parecia-nos viver um sonho.
nossa boca encheu-se de sorrisos e a nossa língua de canções. Dizia-se, então, entre os pagãos: «O SENHOR fez por eles grandes coisas!»
nossa boca encheu-se de sorrisos e a nossa língua de canções. Dizia-se, então, entre os pagãos: «O SENHOR fez por eles grandes coisas!»
Sim, o SENHOR fez por nós grandes coisas; por isso, exultamos de alegria.
Transforma, SENHOR, o nosso destino, como as chuvas transformam o deserto do Négueb.
Aqueles que semeiam com lágrimas, vão recolher com alegria.
ida vão a chorar, carregando e lançando as sementes; no regresso cantam de alegria, transportando os feixes de espigas.


Evangelho segundo S. Lucas 13,18-21.

Disse, então: «A que é semelhante o Reino de Deus e a que posso compará-lo? É semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e deitou no seu quintal. Cresceu, tornou-se uma árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus ramos.» Disse ainda: «A que posso comparar o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que certa mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar levedada toda a massa.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Máximo de Turim (? - cerca 420), bispo
Sermão 25

“Se o grão de trigo, lançado na terra, não morrer, fica só, como é; mas, se morrer, produz abundante fruto” (Jo 12,24)


“Um homem tomou um grão de mostarda e lançou-a no seu jardim; ela desenvolveu-se e tornou-se uma árvore, e os pássaros do céu abrigam-se nos seus ramos”. Procuremos a quem se aplica tudo isto…Penso que a comparação se aplica muito justamente a Cristo nosso Senhor que, nascendo na humildade da condição humana, como um grão, sobe finalmente ao céu como uma árvore. Ele é grão, o Cristo esmagado na Paixão; ele torna-se uma árvore na ressurreição. Sim, ele é uma semente quando, esfomeado, ele sofre por faltar o alimento; ele é uma árvore quando, com cinco pães, sacia cinco mil pessoas (Mt 14,13s). Lá ele sofre a carência da sua condição de homem, aqui ele derrama a saciedade pela força da sua divindade.

Eu diria que o Senhor é grão assim que ele é batido, desprezado, injuriado; ele é árvore quando dá a vista aos cegos, quando ressuscita os mortos e perdoa os pecados. Ele próprio reconhece que é grão: “Se o grão de trigo lançado na terra não morrer…”(Jo 12,24).