quinta-feira, janeiro 19, 2006

Evangelho do Dia

Livro de 1º Samuel 18,6-9.19,1-7.

Ao regressar o exército, depois de David ter morto o filisteu, de todas as cidades de Israel as mulheres saíram ao encontro de Saul, cantando e dançando alegremente, ao som de tambores e címbalos.
E, à medida que dançavam, cantavam em coro: «Saul matou mil, mas David matou dez mil.»
Saul irritou-se em extremo e ficou sumamente desgostoso por isso. E disse: «Dão dez mil a David e a mim apenas mil! Só lhe falta a coroa!»
A partir daquele dia, não voltou a olhar para David com bons olhos.
Saul falou ao seu filho Jónatas e a todos os seus servos da sua intenção de matar David. Mas Jónatas, filho de Saul, amava cordialmente David
e preveniu-o, dizendo: «Saul, meu pai, quer matar-te. Procura fugir amanhã de manhã; foge para um lugar oculto e esconde-te.
Sairei em companhia de meu pai, até ao lugar onde tu te encontrares; falarei com ele a teu respeito, para ver o que ele pensa, e depois avisar-te-ei.»
Jónatas falou bem de David a seu pai e acrescentou: «Não faças mal algum ao teu servo David, pois ele nunca te fez mal; pelo contrário, prestou-te grandes serviços.
Arriscou a vida, matando o filisteu, e o Senhor deu, assim, uma grande vitória a Israel. Foste testemunha e alegraste-te. Porque queres pecar contra o sangue inocente, matando David sem motivo?»
Saul ouviu as palavras de Jónatas e fez este juramento: «Pela vida do Senhor, David não morrerá!»
Então, Jónatas chamou David, contou-lhe tudo isto e apresentou-o novamente a Saul. David voltou a estar ao seu serviço como antes.



Livro de Salmos 56(55),2-3.9-14.

Tem compaixão de mim, ó Deus, pois há quem me queira destruir, oprimindo-me e fazendo-me guerra todo o dia.
Os meus adversários perseguem-me continuamente; são numerosos, ó Altíssimo, os que lutam contra mim!
Tu contaste os passos do meu peregrinar, recolheste e guardaste as minhas lágrimas. Não está tudo isso anotado no teu livro?
No dia em que eu te invocar, os meus inimigos hão-de retroceder; então ficarei a saber que Deus está por mim.
Celebro a palavra de Deus, celebro a palavra do SENHOR.
Em Deus confio, nada temo: que mal me poderão fazer os homens?
Mantenho as promessas que te fiz, ó Deus, quero cumpri-las com sacrifícios em teu louvor,
porque salvaste da morte a minha vida, e os meus pés, da queda, para andar na presença de Deus, na terra dos vivos.



Evangelho segundo S. Marcos 3,7-12.

Jesus retirou-se para o mar com os discípulos. Seguiu-o uma imensa multidão vinda da Galileia. E da Judeia,
de Jerusalém, da Idumeia, de além-Jordão e das cercanias de Tiro e de Sídon, uma grande multidão veio ter com Ele, ao ouvir dizer o que Ele fazia.
E disse aos discípulos que lhe aprontassem um barco, a fim de não ser molestado pela multidão,
pois tinha curado muita gente e, por isso, os que sofriam de enfermidades caíam sobre Ele para lhe tocarem.
Os espíritos malignos, ao vê-lo, prostravam-se diante dele e gritavam: «Tu és o Filho de Deus!»
Ele, porém, proibia-lhes severamente que o dessem a conhecer.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Efrém (cerca de 306 - 373), diácono na Síria, doutor da Igreja
Diatesseron, oração final



"Muitas pessoas... souberam o que ele fazia e vieram a ele"


Ó misericórdias, enviadas e derramadas sobre todos os homens! É em ti que elas permanecem , Senhor, tu que, na tua piedade para com os homens, foste ao seu encontro. Pela tua morte, abriste-lhes os tesouros das tuas misericórdias... Com efeito, o teu ser profundo está escondido aos olhos dos homens, mas esboçado nos menores movimentos. As tuas obras fornecem-nos o esboço do seu Autor, tal como as criaturas nos designam o seu Criador (Sb 13,1; Rm 1,20), para que possamos tocar aquele que se oculta à investigação intelectual mas se revela nos seus dons. É difícil conseguir estar-lhe presente face a face, mas é fácil aproximarmo-nos dele.
As nossas acções de graças são insuficientes, mas nós te adoramos em todas as coisas, por causa do teu amor para com todos os homens. Distingues cada um de nós pelo fundo do nosso ser invisível, a nós que estamos todos ligados nas nossas fundações pela natureza única de Adão... Nós te adoramos, a ti que colocaste cada um de nós neste mundo, que nos confiaste tudo o que nele se encontra e que nos retirarás dele numa hora que não conhecemos. Nós te adoramos, a ti que puseste a palavra na nossa boca para que pudéssemos apresentar-te os nossos pedidos. Adão te aclama, ele que repousa em paz, e nós, sua posteridade, aclamamos com ele, pois todos somos beneficiários da tua graça. Os ventos te louvam..., a terra te louva..., os mares te louvam..., as árvores te louvam..., as plantas e as flores te bendizem também... Que todas as coisas se juntem e unam as suas vozes para te louvar, ultrapasando-se umas às outras na acção de graças por todas as tuas bondades e unindo-se na paz para te bendizerem; que todas as coisas juntas elevem para ti uma obra de louvor.
A nós, cabe-nos tender para ti com toda a nossa vontade; a ti cabe derramar sobre nós um pouco da tua plenitude, para que a tua verdade nos converta e assim desapareça a nossa fraqueza que, sem a tua graça, não pode alcançar-te, ó Senhor de todos os dons.