sábado, janeiro 07, 2006

Evangelho de Sábado

Olá!

É sábado, bem sei. Mas estava aqui a ler as Leituras de hoje e estou maravilhada!

Desde a Primeira Leitura que nos diz, logo na primeira frase:


Esta é a plena confiança que nele temos: se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos. E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos.

Mais à frente:

Bem sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro; e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo.

E, para acabar:

Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.

Pois é, “Quais são os ídolos que nos perseguem e tentam?” – perguntamos nós.

Senhor, ajuda-nos a reconhecer e a guardar-mo-nos dos ídolos.


Se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos. E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos.

E o Evangelho... Já todos fomos a casamentos. Já todos ouvimos o Evangelho das Bodas de Caná. Mas, eu pelo menos, nunca tinha pensado no milagre que Jesus fez como preparação para recebermos o Pão e Vinho, o Seu Corpo e o Seu Sangue:

No deserto, Nosso Senhor multiplicou o pão, e em Caná, transformou a água em vinho. Habituou assim a boca dos homens ao Seu pão e ao Seu vinho, até ao momento em que lhes deu o Seu corpo e o Seu sangue. Fê-los saborear um pão e um vinho transitórios, para fazer crescer neles o desejo do Seu corpo e do Seu sangue vivificantes...

E aquilo de conquistar um homem pelo estômago...:

Atraiu-nos com coisas agradágeis ao paladar, para nos conduzir àquilo que vivifica plenamente as nossas almas. Escondeu a doçura no vinho que fez, para mostrar aos convidados que tesouro incomparável se esconde no Seu sangue vivificante.

Bem, etc., etc., etc.... LINDO. Como sempre.


1ª Carta de S. João 5,14-21.

Esta é a plena confiança que nele temos: se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos. E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos. Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte, peça, e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado não digo que se reze. Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à morte. Nós bem sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca, mas o Filho de Deus o guarda, e o Maligno não o apanha. E bem sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. Bem sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro; e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro, é Deus e é vida eterna. Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.


Livro de Salmos
149,1-6.9.

Cantai ao SENHOR um cântico novo; louvai-o na assembleia dos fiéis!
Alegre-se Israel no seu criador; regozije-se o povo de Sião no seu rei!
Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe ao som de harpas e tambores!
SENHOR ama o seu povo e honra os humildes com a vitória!
Exultem de alegria os fiéis pelo triunfo de Deus e cantem jubilosos em seus leitos!
Entoem bem alto os louvores de Deus, com a espada de dois gumes na mão,
para lhes aplicarem a sentença que estava determinada. Esta é a glória de todos os seus fiéis.


Evangelho segundo S. João 2,1-11.

Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda. Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!» Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!» Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. Disse-lhes Jesus: «Enchei as vasilhas de água.» Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa.» E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água transformada em vinho, sem saber de onde era se bem que o soubessem os serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!» Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele.
Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja
Diatessarum XII
«Guardaste o vinho bom até agora»


No deserto, Nosso Senhor multiplicou o pão, e em Caná, transformou a água em vinho. Habituou assim a boca dos homens ao Seu pão e ao Seu vinho, até ao momento em que lhes deu o Seu corpo e o Seu sangue. Fê-los saborear um pão e um vinho transitórios, para fazer crescer neles o desejo do Seu corpo e do Seu sangue vivificantes... Atraiu-nos com coisas agradágeis ao paladar, para nos conduzir àquilo que vivifica plenamente as nossas almas. Escondeu a doçura no vinho que fez, para mostrar aos convidados que tesouro incomparável se esconde no Seu sangue vivificante.

Como primeiro sinal, deu um vinho agradável aos convidados, para manifestar que o Seu sangue alegraria a todas as nações. Se o vinho intervém, com efeito, em todas as alegrias da terra, da mesma forma todas as libertações se prendem com o mistério do Seu sangue. Ele deu aos convidados de Caná um vinho excelente que transformou os seus espíritos, para lhes mostrar que a doutrina de que os iria abeberar transformaria os seus corações.

Este vinho, que no princípio não era senão água, foi transformado nos cântaros, símbolo dos primeiros mandamentos enviados por Ele com vista à perfeição. A água transformada é a Lei levada ao seu cumprimento. Os convidados da boda beberam o que tinha sido água, mas sem saborearem essa água. Do mesmo modo, quando ouvimos os antigos mandamentos, saboreamo-los, não no seu antigo sabor, mas no novo.