Seja feita a Vossa Vontade!
Evangelho segundo S. Mateus 6,7-15.
Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.» «Rezai, pois, assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoámos a quem nos tem ofendido; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’ Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santa Teresa de Ávila (1515-1582),
«Quando rezardes, dizei: ‘Pai’» (Lc 11,2)
“Pai nosso que estais nos céus”. Ó meu Senhor, como se vê bem que és o Pai de um Filho assim, e como o teu Filho manifesta bem que é o Filho de um tal Pai! Bendito sejais para sempre! Não teria esta frase sido um grande favor, Senhor, se a tivesses colocado no fim desta oração? Ora, é desde o pricípio que a tua liberalidade é iluminada pelo dom de um tal benefício. O noso espírito deveria estar tão repleto dele, e a nossa vontade tão impregnada, que nos seria impossível pronunciar uma palavra. Ó minhas filhas, que este seja o lugar para vos falar da contemplação perfeita! Como seria justo que a alma entrasse no interior de si própria para se elevar acima de si mesma e aprender do Filho bendito, onde é esse lugar onde, segundo a palavra, se encontra o seu Pai que está nos céus! …
Ó Filho de Deus, doce mestre! Desde esta primeira palavra…, tu te humilhas ao ponto de unir os teus pedidos aos nossos… Não queres tu que o teu Pai nos olhe como seus filhos? … Dado que é nosso Pai, deve supotar-nos, apesar da gravidade das nossas ofensas. Ele deve perdoar-nos assim que retornarmos a ele como o filho pródigo. Ele deve consolar-nos nas nossas tribulações. Deve alimentar-nos, como é próprio de um tal Pai, porque ele é forçosamente melhor que todos os pais que há aqui na terra, uma vez que ele possui necessariamente toda a perfeição; e, mais do que tudo isto, deve tornar-nos participantes e co-herdeiros contigo, das suas riquezas …
Ó meu Jesus, bem vejo que falaste como um Filho querido e por ti e por nós… E vós, minhas filhas, não é então justo que agora, ao pronunciardes esta palavra: “Pai Nosso”, punhais nela toda a vossa atenção para a compreenderdes, e o vosso coração se parta ao ver um amor assim tão grande?
Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.» «Rezai, pois, assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoámos a quem nos tem ofendido; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’ Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santa Teresa de Ávila (1515-1582),
Carmelita, doutora da Igreja
O Caminho da Perfeição
O Caminho da Perfeição
«Quando rezardes, dizei: ‘Pai’» (Lc 11,2)
“Pai nosso que estais nos céus”. Ó meu Senhor, como se vê bem que és o Pai de um Filho assim, e como o teu Filho manifesta bem que é o Filho de um tal Pai! Bendito sejais para sempre! Não teria esta frase sido um grande favor, Senhor, se a tivesses colocado no fim desta oração? Ora, é desde o pricípio que a tua liberalidade é iluminada pelo dom de um tal benefício. O noso espírito deveria estar tão repleto dele, e a nossa vontade tão impregnada, que nos seria impossível pronunciar uma palavra. Ó minhas filhas, que este seja o lugar para vos falar da contemplação perfeita! Como seria justo que a alma entrasse no interior de si própria para se elevar acima de si mesma e aprender do Filho bendito, onde é esse lugar onde, segundo a palavra, se encontra o seu Pai que está nos céus! …
Ó Filho de Deus, doce mestre! Desde esta primeira palavra…, tu te humilhas ao ponto de unir os teus pedidos aos nossos… Não queres tu que o teu Pai nos olhe como seus filhos? … Dado que é nosso Pai, deve supotar-nos, apesar da gravidade das nossas ofensas. Ele deve perdoar-nos assim que retornarmos a ele como o filho pródigo. Ele deve consolar-nos nas nossas tribulações. Deve alimentar-nos, como é próprio de um tal Pai, porque ele é forçosamente melhor que todos os pais que há aqui na terra, uma vez que ele possui necessariamente toda a perfeição; e, mais do que tudo isto, deve tornar-nos participantes e co-herdeiros contigo, das suas riquezas …
Ó meu Jesus, bem vejo que falaste como um Filho querido e por ti e por nós… E vós, minhas filhas, não é então justo que agora, ao pronunciardes esta palavra: “Pai Nosso”, punhais nela toda a vossa atenção para a compreenderdes, e o vosso coração se parta ao ver um amor assim tão grande?
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