segunda-feira, setembro 04, 2006

E, erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de o precipitarem dali abaixo.


1ª Carta aos Coríntios 2,1-5.

Eu mesmo, quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com o prestígio da linguagem ou da sabedoria, para vos anunciar o mistério de Deus. Julguei não dever saber outra coisa entre vós a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. Estive no meio de vós cheio de fraqueza, de receio e de grande temor. A minha palavra e a minha pregação nada tinham dos argumentos persuasivos da sabedoria humana, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

Evangelho segundo S. Lucas 4,16-30.

Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor.» Depois, enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Começou, então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca. Diziam: «Não é este o filho de José?» Disse-lhes, então: «Certamente, ides citar-me o provérbio: 'Médico, cura-te a ti mesmo.' Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaúm, fá-lo também aqui na tua terra.» Acrescentou, depois: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria. Posso assegurar-vos, também, que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas sim a uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon. Havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão o sírio Naaman.» Ao ouvirem estas palavras, todos, na sinagoga, se encheram de furor. E, erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de o precipitarem dali abaixo. Mas, passando pelo meio deles, Jesus seguiu-o seu caminho.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Beato Guerric d'Igny (cerca de 1080 - 1157), abade cisterciense
4º sermão para a Epifania


"Reconhecer Cristo na sua humildade e descer como ele"

"Em mim se perturba minha alma", ó Deus, quando penso nos meus pecados; "então, lembro-me de ti, no país do Jordão" (Sl 41,7) - quer dizer, recordando-me da forma como purificaste Naaman, o leproso, na sua humilde descida até ao rio... "Ele desceu e lavou-se sete vezes no Jordão, como lhe tinha prescrito o homem de Deus e ficou purificado (2Re 5,14). Desce também tu, ó minha alma, desce do carro do orgulho até às águas salutares do Jordão que, desde a fonte da casa de David, corre agora pelo mundo inteiro "para lavar todo o pecado e toda a mancha" (Za 13,1). Certamente que essa nascente é a humildade da penitência, que corre ao mesmo tempo graças a um dom de Cristo e graças ao seu exemplo e que, pregada doravante por toda a terra, lava os pecados do mundo inteiro... O nosso Jordão é um rio puro; será, pois, impossível aos soberbos acusarem-te, se mergulhares totalmente nele, se te sepultares, por assim dizer, na humildade de Cristo...

Claro que o nosso baptismo é único, mas uma tal humildade é como um novo baptismo. Com efeito, ela não reitera a morte de Cristo mas leva à plenitude a mortificação e a sepultura do pecado: o que foi celebrado sacramentalmente no baptismo encontra a sua plena realização sob esta nova forma. Sim, uma tal humildade abre os céus e dá o espírito de adopção; o Pai reconhece o seu filho, recriado na inocência e na pureza de uma criança de novo gerada. É por isso que a Escritura menciona, e com razão, que a carne de Naaman foi reconstruida à semelhança de um recém-nascido... Nós que perdemos a graça do nosso primeiro baptismo..., eis que descobrimos o verdadeiro Jordão, isto é, a descida da humildade... Basta-nos não recear descer cada dia mais profundamente... com Cristo.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Este blog é Opus Dei ?...

9/04/2006 11:13 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home