segunda-feira, outubro 09, 2006

Fim da peregrinação.... Princípio do caminho!

Acabou a Peregrinação...

Ontem chegámos a Fátima, cansados do caminho, mas cheios do amor de Deus!

Redescobrimos o Perdão, tema do primeiro dia. Para perceber em que medida se recebe e se sente o Perdão infinito de Deus, comparou-se a uma criança quando parte uma jarra de estimação em casa e corre a abraçar-se aos pais, ansiosa por confessar o acidente e desejosa de perdão. Dos pais, que a amam mais que o mundo, recebe o perdão e um abraço, tal e qual os abraços que nos vêm do céu! Vamos tentar lembrarmo-nos destes abraços permanentes! Vamos tentar levar na mochila da nossa caminhada o perdão de Deus.

"Quando viste na areia apenas um par de pegada, foi quando te levei ao colo."

Que nos sintamos sempre aconchegados no amor que Deus tem por nós! Deus promete o impossível através da Palavra e cumpre.

No segundo dia ouvimos a Palavra e Ela nunca mais terá o mesmo significado! Convidámos o Estevão e a Mafalda para partilharem um bocadinho da sua experiência.

Aprendemos a saborear cada palavra da Bíblia de maneira diferente, pois, não só conta a história da Igreja, a NOSSA história, como nos mostraram como ela é VIVA e deve ser aplicada na nossa vida, ganhando um sentido e uma clareza essenciais para que possamos seguir o nosso caminho para a Santidade.

A Santidade. Tema do terceiro dia. Sentimos de uma forma nova e activa o caminho para a Santidade. Ao mesmo tempo que definimos um objectivo que nos parece tão longe, vimos como é bom e mais possível se o fizermos passo a passo. Em casa, no trabalho, na rua, como o Bom Samaritano do Evangelho de hoje. O Ricardo foi o nosso convidado e partilhou connosco como a sua relação com Deus, não só amadureceu, como Deus o acompanha no dia-a-dia e o ampara.

No que diz respeito à vida diária, mostrou-nos como é importante estabelecer prioridades e ser coerente e fiel a cada uma delas. Segue Deus em casa, mas também no trabalho e com os outros. Foram presentes do céu que nos deu com as suas palavras.

No quarto e último dia, foi o primeiro dia da nossa Missão. Um caminho que estava a terminar era apenas o começo da nossa caminhada. Confiantes no Perdão de Deus, munidos da Palavra e decididos a seguir o caminho da Santidade, levamos no coração a força de tudo o que aprendemos, a segurança de termos um grupo de pessoas que caminha connosco e que estará sempre presente quando precisarmos e, depois de rezar com Nossa Senhora dos pastorinhos, mãe de Jesus e Nossa mãe, partimos para casa certos de que se amarmos e nos soubermos amados por Deus, estaremos no caminho certo e directo para a Santidade, que não é mais que o caminho para a Felicidade.

Obrigada aos nossos convidados, aos Padres Francisco, Alexandre e Luís, que nos acompanharam, ao Padre Nuno cuja ajuda foi fundamental para a caminhada espiritual e um grande OBRIGADO E PARABÉNS à organização. Foram ESPECTACULARES!!!


Carta aos Gálatas 1,6-12.

Estou admirado de que tão depressa vos afasteis daquele que vos chamou pela graça de Cristo, para seguirdes outro Evangelho. Que outro não há; o que há é certa gente que vos perturba e quer perverter o Evangelho de Cristo. Mas, até mesmo se nós ou um anjo do céu vos anunciar como Evangelho o contrário daquilo que vos anunciámos, seja anátema. Como anteriormente dissemos, digo agora mais uma vez: se alguém vos anuncia como Evangelho o contrário daquilo que recebestes, seja anátema*. Estarei eu agora a tentar persuadir homens ou a Deus? Ou será que estou a procurar agradar aos homens? Se ainda pretendesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo. Com efeito, faço-vos saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado, não o conheci à maneira humana; pois eu não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por uma revelação de Jesus Cristo.

*Anátema:
do Lat. anathema < Gr. anáthema, oferta, coisa sagrada ou maldita s. m., excomunhão; maldição; execração; reprovação; adj. 2 gén., excomungado; réprobo.

Livro de Salmos 111,1-2.7-8.9.10.

Louvarei o SENHOR de todo o coração, no conselho dos justos e na assembleia.
Grandes são as obras do SENHOR, dignas de meditação para quem as ama.
As obras das suas mãos são rectas e justas, são imutáveis todos os seus preceitos.
Foram estabelecidos pelos séculos dos séculos e baseiam-se na verdade e na rectidão.
Enviou a redenção ao seu povo, firmou com ele uma aliança para sempre;
santo e venerável é o seu nome.
temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; são prudentes todos os que o praticam.
O seu louvor permanece eternamente.

Evangelho segundo S. Lucas 10,25-37.

Levantou-se, então, um doutor da Lei e perguntou-lhe, para o experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?» Disse-lhe Jesus: «Que está escrito na Lei? Como lês?» O outro respondeu: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.» Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem; faz isso e viverás.» Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?» Tomando a palavra, Jesus respondeu: «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando o meio morto. Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo. Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: 'Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.' Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?» Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele.» Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo.»
Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
S. Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja Exposição sobre os sete salmos da penitência, PL 79, 581

«Ele viu-o e encheu-se de piedade»



Ó Senhor Jesus, que tu tenhas a bondade de te aproximar de mim, movido pela piedade. Descendo de Jerusalém para Jericó, cais das alturas no nosso fosso, de um lugar onde os seres estão cheios de vida, para uma terra de doentes. Vê: eu caí nas mãos dos anjos das trevas que, não só me despiram as vestes da Graça, mas depois de me terem posto às cambalhotas, deixaram-me semi-morto. Que Tu cures as chagas dos meus pecados depois de me teres dado a esperança de encontrar a saúde, não vão piorar se eu vier a perder a esperança na cura. Que queiras ungir-me com o óleo do teu perdão e verter sobre mim o vinho da compunção. Se me levasses na tua montada, então é que «erguerias o fraco da poeira» e «retirarias o pobre do lixo» (Sl 112,7).
É que Tu és Aquele que transportou os nossos pecados, Aquele que pagou por nós uma dívida que não contraíra. Se Tu me conduzisses ao abrigo da tua Igreja, dar-me-ias de alimento a refeição do teu corpo e do teu sangue. Se tomasses conta de mim, eu não voltaria a desobedecer às tuas ordens, não atraíria mais sobre mim a raiva das feras furiosas. É que preciso muito dos teus cuidados, porquanto envergo esta carne sujeita ao pecado. Escuta-me pois, a mim, o samaritano despojado e ferido, chorando e gemendo, chamando por Ti e gritando com David: «Piedade para mim, ó Deus, segundo a tua grande ternura».