quarta-feira, abril 12, 2006

"Palavra do Dia", Hoje por apenas 30 moedas de prata!


Evangelho segundo S. Mateus 26,14-25.

Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes
e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
E, a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.’»
Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.»
Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»
Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará.
O Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!»
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» respondeu Jesus.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutor da Igreja, co-padroeira da Europa
Diálogo 37





O desespero de Judas


["Judas ficou cheio de remorsos...: trouxe de novo as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: 'Pequei ao entregar à morte um inocente.' Eles replicaram: 'Que nos interessa isso? O problema é teu.' Lançando então por terra as moedas de prata, ele retirou-se e foi enforcar-se." (Mt 27,3-5)
Deus dizia a Santa Catarina:] O pecado imperdoável, neste mundo e no outro, é o do homem que, desprezando a minha misericórdia, não quis ser perdoado. É por isso que o considero o mais grave, é por isso que o desespero de Judas me entristeceu mais e foi mais penoso a meu filho do que a sua traição. Os homens serão, pois, condenados por esse falso juizo que lhes faz acreditar que o seu pecado é maior do que a minha misericórdia... São condenados pela sua injustiça quando se lamentam sobre a sua sorte mais do que sobre a ofensa que me fizeram.
Porque é então que eles são injustos: não me entregam o que me pertence e não entregam a si mesmos o que lhes pertence. A mim é devido o amor, o arrependimento pelo seu pecado e a contrição; eles devem oferecer-me isso por causas das suas ofensas mas o que fazem é o contrário. Só têm amor e compaixão por si próprios pois não sabem senão lamentar-se pelos castigos que os esperam. Bem vês que cometem uma injustiça; é por isso que se descobrem duplamente punidos por terem desprezado a minha misericórdia.

Livro de Isaías 50,4-9.

«O Senhor DEUS ensinou-me o que devo dizer, para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.
O meu defensor está junto de mim. Quem ousará levantar-me um processo? Compareçamos juntos diante do juiz! Apresente-se quem tiver qualquer coisa contra mim.
O Senhor DEUS vem em meu auxílio; quem ousará condenar-me? Cairão todos esfrangalhados, como roupa velha, roída pela traça.»


Livro de Salmos 69(68),8-10.21-23.31.33-34.

Por causa de ti, tenho sofrido insultos, o meu rosto cobriu-se de vergonha.
Tornei-me um estranho para os meus irmãos, um desconhecido para os filhos de minha mãe.
O zelo da tua casa me consome; os insultos dos que te ultrajam caíram sobre mim.
O insulto despedaçou-me o coração, até desfalecer; esperei compaixão, mas foi em vão; alguém que me consolasse, mas não encontrei.
Deram-me fel, em vez de comida, e vinagre, quando tive sede.
Que os seus banquetes se transformem numa armadilha e numa cilada para os seus amigos.
Louvarei, com cânticos, o nome de Deus; hei-de glorificá-lo com acções de graças.
Que os humildes vejam isto e se alegrem, e os que buscam a Deus se encham de coragem,
Porque o SENHOR escuta os necessitados e não despreza o seu povo cativo.