segunda-feira, novembro 06, 2006

Quando deres um banquete, convida os pobres, serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos

Carta aos Filipenses 2,1-4.

Se tem algum valor uma exortação em nome de Cristo, ou um conforto afectuoso, ou uma solidariedade no Espírito, ou algum afecto e compaixão, então fazei com que seja completa a minha alegria: procurai ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento; nada façais por ambição, nem por vaidade; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós próprios, não tendo cada um em mira os próprios interesses, mas todos e cada um exactamente os interesses dos outros.

Livro de Salmos 131,1.2.3.

SENHOR, o meu coração não é orgulhoso, nem os meus olhos são altivos; não corro atrás de grandezas ou de coisas superiores a mim.
Pelo contrário, estou sossegado e tranquilo, como criança saciada ao colo da mãe; a minha alma é como uma criança saciada!
Israel, espera no Senhor, desde agora e para sempre!


Evangelho segundo S. Lucas 14,12-14.

Disse, depois, a quem o tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus vizinhos ricos; não vão eles também convidar-te, por sua vez, e assim retribuir-te. Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. E serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Gregório Nazianzeno (330-390), bispo, doutor da Igreja
Do amor aos pobres, 8, 14




"Quando deres um banquete, convida os pobres"


Velemos pela saúde do nosso próximo com tanto cuidado como pela nossa, seja ele saudável ou desgastado pela doença. Porque "somos todos um no Senhor" (Ro 12,5), ricos ou pobres, escravos ou homens livres, sãos ou doentes. Para todos, há uma só cabeça, princípio de tudo - Cristo (Col 1,18); o que os membros do corpo são uns para os outros, é cada um de nós para cada um dos seus irmãos. Por isso, é preciso não negligenciar nem abandonar os que antes de nós cairam num estado de fraqueza que a todos nos espreita. Antes de nos regozijarmos por estar de boa saúde, mais vale compadecer-nos com as infelicidades dos nossos irmãos pobres... Eles são à imagem de Deus tal como nós somos e, apesar da sua aparente decadência, guardaram melhor do que nós a fidelidade a essa imagem. Neles o homem interior revestiu o próprio Cristo e eles receberam o mesmo "penhor do Espírito" (2Co 5,5); têm as mesmas leis, os mesmos mandamentos, as mesmas alianças, as mesmas assembleias, os mesmos mistérios, a mesma esperança. Cristo morreu também por eles, aquele "que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29). Tomam parte da herança da vida celeste, eles que foram privados de muitos bens neste mundo. São companheiros dos sofrimentos de Cristo e sê-lo-ão na sua glória.