quinta-feira, novembro 02, 2006

Se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.

Livro de Sabedoria 3,1-9.

As almas dos justos estão nas mãos de Deus e nenhum tormento os atingirá. Aos olhos dos insensatos pareceram morrer, a sua saída deste mundo foi tida como uma desgraça, a sua morte, como uma derrota. Mas eles estão em paz. Se aos olhos dos homens foram castigados, a sua esperança estava cheia de imortalidade. Depois de terem sofrido um pouco, receberão grandes bens, pois Deus os provou e achou dignos de si. Ele os provou como ouro no crisol e aceitou-os como um holocausto. No tempo da intervenção de Deus, os justos resplandecerão e propagar-se-ão como centelhas através da palha. Julgarão as nações e dominarão os povos, e o Senhor reinará sobre eles para sempre. Aqueles que nele confiam compreenderão a verdade, e os que são fiéis no amor habitarão com Ele, pois a graça e a misericórdia são para os seus eleitos.

Livro de Salmos 27,1.4.7.8.9.13-14.

SENHOR é minha luz e salvação: de quem terei medo? O SENHOR é o baluarte da minha vida: quem me assustará?
Uma só coisa peço ao SENHOR e ardentemente a desejo: é habitar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para saborear o seu encanto e ficar em vigília no seu templo.
Ouve, SENHOR, a voz da minha súplica, tem compaixão de mim e responde-me.
meu coração murmura por ti, os meus olhos te procuram; é a tua face que eu procuro, SENHOR.
Não desvies de mim o teu rosto, nem afastes, com ira, o teu servo. Tu és o meu amparo: não me rejeites nem abandones, ó Deus, meu salvador!
Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade do SENHOR, na terra dos vivos.
Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso, e confia no SENHOR!


Carta aos Romanos 6,3-9.

Ou ignorais que todos nós, que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte? Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova. De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição. É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele, para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado; e assim não somos mais escravos do pecado. É que quem está morto está justificado do pecado. Mas, se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos. Sabemos que Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele.

Evangelho segundo S. Mateus 25,31-46.

«Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os seus anjos, há-de sentar-se no seu trono de glória. Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e Ele separará as pessoas umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. À sua direita porá as ovelhas e à sua esquerda, os cabritos. O Rei dirá, então, aos da sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.’ Então, os justos vão responder-lhe: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? E quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?’ E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: 'Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.’ Em seguida dirá aos da esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos! Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, era peregrino e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me.’ Por sua vez, eles perguntarão: 'Quando foi que te vimos com fome, ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te socorremos?’ Ele responderá, então: 'Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’ Estes irão para o suplício eterno, e os justos, para a vida eterna.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Aphraata ( ? - cerca de 345), monge e bispo em Nínive, perto de Mossul no actual Iraque
As Exposições, nº 22




Os nossos defuntos vivem para ele


As pessoas piedosas, prudentes e boas não temem a morte, por causa da grande esperança que têm na sua frente. Pensam todos os dias na morte como num êxodo, como no último dia em que serão gerados filhos de Adão. O apóstolo Paulo diz: "A morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram: ela imperou sobre todos os filhos de Adão" (Ro 5,14.12)... Imperou também sobre todos os homens desde Moisés até ao fim do mundo. Contudo, Moisés proclamou que o seu reinado seria abolido; a morte julgava que ia aprisionar todos os homens e reinar para sempre sobre eles..., mas quando o Altíssimo chamou Moisés do meio da sarça, disse-lhe: "EU sou o Deus de Abraão, de Isac e de Jacob" (Ex 3,6). Ao ouvir estas palavras, a morte estrebuchou, tremeu de medo e compreendeu... que Deus é o rei dos mortos e dos vivos e que viria um tempo em que os homens escapariam às suas trevas. E eis que Jesus, nosso Salvador, repetiu esta palavra perante os saduceus e lhes disse: "Ele não é um Deus dos mortos; todos vivem para Ele" (Lc 20,38)...
Porque veio Jesus, o destruidor da morte; revestiu um corpo da descendência de Adão, foi crucificado e provou a morte. E a morte comprendeu que ele ia descer aos abismos, a sua casa. Perturbada, aferrolhou as portas mas Ele quebrou essas portas, entrou-lhe em casa e começou a arrebatar-lhe os que ela tinha prisioneiros. Os mortos, vendo a luz entrar nas trevas, levantaram a cabeça fora da prisão e viram o esplendor do Rei Messias... E a morte, vendo as trevas começarem a dissipar-se e os justos a ressuscitarem, aprendeu que, no fim dos tempos, Ele faria sair todos os captivos do seu domínio.