terça-feira, abril 18, 2006

Palavra do Dia . 'Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus.'

Livro dos Actos dos Apóstolos 2,36-41.

Saiba toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus estabeleceu como Senhor e Messias a esse Jesus por vós crucificado.» Ouvindo estas palavras, ficaram emocionados até ao fundo do coração e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?» Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um o baptismo em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do Espírito Santo. Na verdade, a promessa de Deus é para vós, para os vossos filhos, assim como para todos os que estão longe: para todos os que o Senhor nosso Deus quiser chamar.» Com estas e muitas outras palavras, Pedro exortava-os e dizia-lhes: «Afastai-vos desta geração perversa.» Os que aceitaram a sua palavra receberam o baptismo e, naquele dia, juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas.

Livro de Salmos 33,4-5.18-20.22.

As palavras do SENHOR são verdadeiras, as suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a rectidão e a justiça; a terra está cheia da sua bondade.
Os olhos do SENHOR velam pelos seus fiéis, por aqueles que esperam na sua bondade,
para os libertar da morte e os manter vivos no tempo da fome.
nossa alma espera no SENHOR; Ele é o nosso amparo e o nosso escudo.
Venha sobre nós, SENHOR, o teu amor, pois depositamos em ti a nossa confiança.


Evangelho segundo S. João 20,11-18.

Maria estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo, e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés. Perguntaram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.» Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus, de pé, mas não se dava conta que era Ele. E Jesus disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.» Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus.'» Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E contou o que Ele lhe tinha dito.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homila 25 sobre o Evangelho




«Porque choras?»


Maria, em lágrimas, inclina-se e olha para dentro do túmulo. Ela já tinha todavia constatado que estava vazio, e tinha anunciado o desaparecimento do Senhor. Porque se inclina então ainda? Porque quer ver de novo? Porque o amor não se contenta com um único olhar; o amor é uma conquista sempre mais ardente. Ela já O procurou, mas em vão; obstina-se e acaba por descobrir...
No Cântico dos Cânticos, a Igreja dizia do mesmo Esposo: «No meu leito, de noite, procurei aquele que o meu coração ama. Procurei-o, mas não o encontrei. Vou levantar-me e percorrer a cidade; pelas ruas e pelas praças, vistes aquele que o meu coração ama?» (Ct 3, 1-2). Duas vezes ela exprime a sua decepção: «Procurei-o, mas não o encontrei!» Mas o sucesso vem, por fim, coroar o esforço: «Os guardas encontraram-me, aqueles que fazem ronda pela cidade. Vistes aquele que o meu coração ama? Mal os ultrapassei, encontrei aquele que o meu coração ama.» (Ct 3,3-4)
E nós, quando é que, nos nossos leitos, procuraremos o Amado? Durante os breves repousos desta vida, quando suspiramos na ausência do nosso Redemptor. Nós procuramo-Lo na noite, pois apesar do nosso espírito já estar desperto para Ele, os nossos olhos só vêem a Sua sombra. Mas, como não encontramos nela o Amado, levantemo-nos; percorramos a cidade, ou seja a assembleia dos eleitos. Procuremos de todo o coração. Procuremos nas ruas e nas praças, ou seja nas passagens escarpadas da vida ou nos caminhos espaçosos; abramos os olhos, procuremos aí os passos do nosso Bem-Amado...
Esse desejo fez dizer a David: «A minha alma tem sede do Deus de vida. Quando irei ver a face de Deus? Sem descanso, procurai a Sua face» (Sl 42,3).