sexta-feira, dezembro 23, 2005

Evangelho do Dia

Estamos quase quase no Natal!!!

A Primeira Leitura é daquelas típicas do Antigo Testamento que (pelo menos a mim) metem um bocadinho de medo... Mostram um Deus (aparentemente) severo e castigador. Mas, se pensarem um bocadinho, é sempre para nosso bem, e, quando não vamos a bem, às vezes os nossos pais, fazem-nos ir a mal. Tiram-nos o carro (para quem tem...), não nos deixam sair à noite até subirmos as notas...etc., mas para nosso bem! Podíamos fazer um esforço de aproximação à família, como nos pede Deus nesta Leitura.

Em relação ao Evangelho, lembram-se que Zacarias estava mudo porque não acreditou logo? Cenas do próximo episódio no Evangelho de hoje!!! Leiam com atenção o comentário que explica muita bem o simbolismo por detrás de João e do silêncio do nosso velho amigo Zacarias!

Um Santo Natal para todos!!!
Antes de abrirem os presentes rezem um Pai Nosso ou qualquer outra oração com Jesus e façam-lhe companhia, afinal Ele faz anos, não é?

Feliz Natal !

Livro de Malaquias 3,1-4.23-24.

«Eis que Eu vou enviar o meu mensageiro, a fim de que ele prepare o caminho à minha frente. E imediatamente entrará no seu santuário o Senhor, que vós procurais, e o mensageiro da aliança, que vós desejais. Ei-lo que chega! –, diz o Senhor do universo. Quem suportará o dia da sua chegada? Quem poderá resistir, quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor e como a barrela das lavadeiras. Ele sentar-se-á como fundidor e purificador. Purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata. E assim eles serão para o Senhor os que apresentam a oferta legítima. Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor como nos dias antigos, como nos anos de outrora. Eis que vou enviar-vos o profeta Elias, antes que chegue o Dia do Senhor, dia grande e terrível. Ele fará com que o coração dos pais se aproxime dos filhos, e o coração dos filhos se aproxime dos seus pais, para que Eu não tenha de vir castigar a terra com o anátema.»

(anátema: excomunhão, condenação, maldição, reprovação enérgica, repreensão solene)


Livro de Salmos 25,4-5.8-10.14.

Mostra-me, SENHOR, os teus caminhos e ensina-me as tuas veredas. Dirige-me na tua verdade e ensina-me, porque Tu és o Deus meu salvador. Em ti confio sempre. SENHOR é bom e justo; por isso ensina o caminho aos pecadores, guia os humildes na justiça e dá-lhes a conhecer o seu caminho. Todos os caminhos do SENHOR são amor e fidelidade, para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos. SENHOR comunica os seus segredos aos que o temem e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

Evangelho segundo S. Lucas 1,57-66.

Entretanto, chegou o dia em que Isabel devia dar à luz e teve um filho. Os seus vizinhos e parentes, sabendo que o Senhor manifestara nela a sua misericórdia, rejubilaram com ela. Ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. Mas, tomando a palavra, a mãe disse: «Não; há-de chamar se João.» Disseram-lhe: «Não há ninguém na tua família que tenha esse nome.» Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse. Pedindo uma placa, o pai escreveu: «O seu nome é João.» E todos se admiraram. Imediatamente a sua boca abriu-se, a língua desprendeu-se-lhe e começou a falar, bendizendo a Deus. O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos, e por toda a montanha da Judeia se divulgaram aqueles factos. Quantos os ouviam retinham-nos na memória e diziam para si próprios: «Quem virá a ser este menino?» Na verdade, a mão do Senhor estava com ele.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África) e doutor da Igreja Sermão 293


"A sua língua soltou-se e começou a falar, bendizendo a Deus"


Por fim, João nasce, recebe o seu nome e eis que a língua de seu pai se solta. Aproximemos este episódio da realidade profunda que ele simboliza e contemplemos um grande mistério: Zacarias cala-se e fica mudo até ao nascimento de João, o percursor do Senhor, que lhe abre a boca. Que significa este silêncio de Zacarias, senão o véu que se estendia sobre as profecias e de alguma forma as escondia e as selava antes do anúncio da Boa Nova de Cristo? Com o seu nascimento, elas descobrem-se; tornam-se claras quando chega aquele de quem falavam.O nascimento de João solta pois a língua de Zacarias. Este acontecimento tem o mesmo sentido do rasgão do véu do Templo no momento da morte de Cristo na cruz (Mt 27,51). Se João não tivesse anunciado a vinda de um outro, a boca de Zacarias não se teria aberto; a sua língua solta-se porque o nascimento do seu filho é o nascimento da própria voz. Não dirá João mais tarde: “Eu sou a voz do que clama no deserto”? (Jo 1,23)