Como é que chegamos a Deus?
O dom da fé!
Os critérios de Deus são bem estranhos, vistos de cá de baixo, com as lentes do mundo… Nós, homens, admiramos e incensamos os sábios, os inteligentes, os intelectuais, os ricos, os poderosos, os bonitos e queremos que sejam eles (“os melhores”) a dirigir o mundo, a fazer as leis que nos governam, a ditar a moda ou as ideias, a definir o que é correcto ou não é correcto. Mas Deus diz que as coisas essenciais são muito mais depressa percebidas pelo “pequeninos”: são eles que estão sempre disponíveis para acolher Deus e os seus valores e para arriscar nos desafios do “Reino”. Quantas vezes os pobres, os pequenos, os humildes são ridicularizados, tratados como incapazes, pelos nossos “iluminados” fazedores de opinião, que tudo sabem e que procuram impor ao mundo e aos outros as suas visões pessoais e os seus pseudo-valores… A Palavra de Deus ensina: a sabedoria e a inteligência não garantem a posse da verdade; o que garante a posse da verdade é ter um coração aberto a Deus e às suas propostas (e com frequência, com muita frequência, são os pobres, os humildes, os pequenos que “sintonizam” com Deus e que acolhem essa verdade que Ele quer oferecer aos homens para os levar à vida em plenitude).
Como é que chegamos a Deus? Como percebemos o seu “rosto”? Como fazemos uma experiência íntima e profunda de Deus? É através da Filosofia? É através de um discurso racional coerente? É passando todo o tempo disponível na igreja a mudar as toalhas dos altares? O Evangelho responde: “conhecemos” Deus através de Jesus. Jesus é “o Filho” que “conhece” o Pai; só quem segue Jesus e procura viver como Ele (no cumprimento total dos planos de Deus) pode chegar à comunhão com o Pai. Há crentes que, por terem feito catequese, por irem à missa ao domingo e por fazerem parte do conselho pastoral da paróquia, acham que conhecem Deus (isto é, que têm com Ele uma relação estreita de intimidade e comunhão)… Atenção: só “conhece” Deus quem é simples e humilde e está disposto a seguir Jesus no caminho da entrega a Deus e da doação da vida aos homens. É no seguimento de Jesus – e só aí – que nos tornamos “filhos” de Deus.
Como nos situamos face a Deus e à proposta que Ele nos apresenta em Jesus? Ficamos fechados no nosso comodismo e instalação, no nosso orgulho e auto-suficiência, sem vontade de arriscar e de pôr em causa as nossas seguranças, ou estamos abertos e atentos à novidade de Deus, a fim de perceber as suas propostas e seguir os seus caminhos?
Para o nosso BLOG
(a propósito da última reunião)
Padre Nuno