quarta-feira, junho 29, 2005

Como é que chegamos a Deus?


O dom da fé!

Os critérios de Deus são bem estranhos, vistos de cá de baixo, com as lentes do mundo… Nós, homens, admiramos e incensamos os sábios, os inteligentes, os intelectuais, os ricos, os poderosos, os bonitos e queremos que sejam eles (“os melhores”) a dirigir o mundo, a fazer as leis que nos governam, a ditar a moda ou as ideias, a definir o que é correcto ou não é correcto. Mas Deus diz que as coisas essenciais são muito mais depressa percebidas pelo “pequeninos”: são eles que estão sempre disponíveis para acolher Deus e os seus valores e para arriscar nos desafios do “Reino”. Quantas vezes os pobres, os pequenos, os humildes são ridicularizados, tratados como incapazes, pelos nossos “iluminados” fazedores de opinião, que tudo sabem e que procuram impor ao mundo e aos outros as suas visões pessoais e os seus pseudo-valores… A Palavra de Deus ensina: a sabedoria e a inteligência não garantem a posse da verdade; o que garante a posse da verdade é ter um coração aberto a Deus e às suas propostas (e com frequência, com muita frequência, são os pobres, os humildes, os pequenos que “sintonizam” com Deus e que acolhem essa verdade que Ele quer oferecer aos homens para os levar à vida em plenitude).


Como é que chegamos a Deus? Como percebemos o seu “rosto”? Como fazemos uma experiência íntima e profunda de Deus? É através da Filosofia? É através de um discurso racional coerente? É passando todo o tempo disponível na igreja a mudar as toalhas dos altares? O Evangelho responde: “conhecemos” Deus através de Jesus. Jesus é “o Filho” que “conhece” o Pai; só quem segue Jesus e procura viver como Ele (no cumprimento total dos planos de Deus) pode chegar à comunhão com o Pai. Há crentes que, por terem feito catequese, por irem à missa ao domingo e por fazerem parte do conselho pastoral da paróquia, acham que conhecem Deus (isto é, que têm com Ele uma relação estreita de intimidade e comunhão)… Atenção: só “conhece” Deus quem é simples e humilde e está disposto a seguir Jesus no caminho da entrega a Deus e da doação da vida aos homens. É no seguimento de Jesus – e só aí – que nos tornamos “filhos” de Deus.

Como nos situamos face a Deus e à proposta que Ele nos apresenta em Jesus? Ficamos fechados no nosso comodismo e instalação, no nosso orgulho e auto-suficiência, sem vontade de arriscar e de pôr em causa as nossas seguranças, ou estamos abertos e atentos à novidade de Deus, a fim de perceber as suas propostas e seguir os seus caminhos?



Para o nosso BLOG
(a propósito da última reunião)
Padre Nuno

quarta-feira, junho 22, 2005

Bons Frutos

Quase Santos

Mateus 7,15-20.
«Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de
ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes.
Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos
espinheiros ou figos dos abrolhos?
Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos.
A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos.
Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo.
Pelos frutos, pois, os conhecereis.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de Africa), doutor da Igreja
Sobre o Sermão do Senhor na montanha
"Conhecê-los-eis pelos frutos"
O apóstolo Paulo diz-nos os frutos pelos quais poderemos reconhecer a árvore má:
«As obras da carne estão à vista. São estas: fornicação, impureza, obscenidade,
idolatria, feitiçaria, inimizades, contenda, ciúme, fúrias, inveja, divisões,
partidarismos, rivalidades, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas.
Sobre elas vos previno, como já preveni: os que praticarem tais coisas não
herdarão o Reino de Deus». Logo a seguir, o mesmo apóstolo enuncia os frutos
pelos quais se pode reconhecer a árvore boa: «amor, alegria, paz, paciência,
bondade, fidelidade, mansidão, auto-domínio» (Gl 5, 19-23).
Convém notar que a palavra «alegria» é aqui tomada no seu sentido próprio; as
pessoas más, em sentido próprio, ignoram a alegria, mas conhecem o prazer. O
sentido próprio desta palavra só o conhecem as pessoas boas: «Não existe alegria
para os ímpios, diz o Senhor» (Is 48, 22). O mesmo se diga da fé verdadeira. As
virtudes enumeradas podem ser dissimuladas pelos maus e impostores, mas não
enganam o olhar simples e puro capaz de discernimento. Na enumeração dos frutos
do Espírito, a palavra alegria é tomada no sentido mais forte; só os justos
podem experimentá-la, enquanto que aquela de que o ímpio goza não passa de uma
agitação do espírito.

sexta-feira, junho 03, 2005

Sofrimento Necessário

Apoiemos Reitor do Santuário de Fátima que se insurgiu contra Aborto e "casamento" entre Homossexuais.

O P.e Luciano Guerra, Reitor do Santuário de Fátima está sob fogo de boa parte da grande comunicação social por ter escrito um artigo lúcido em que disse algumas verdades.

O Infovitae convida os seus leitores a lerem o artigo completo, que trancrevemos em seguida, e a manifestarem a sua solidariedade com o senhor reitor:
reitoria@santuario-fatima.pt

" Grandes rombos na nave da Europa

P. Luciano Guerra

Pelo andar da carruagem pode prever-se (talvez!) que, dentro de alguns anos, os muros mais altos que separam as direitas das esquerdas políticas acabarão por se consolidarem na Sede do Parlamento Europeu. Se assim chegar a ser, e as esquerdas prosseguirem no seu programa de acabar com todo o sofrimento no mundo, e sobretudo o sofrimento que na sua visão, e também no seu ódio, tem origem em convicções religiosas, vamos ter em todos os paí­ses e classes sociais, abortos aos milhões e casamentos de homossexuais aos milhares. Os contentores de resí­duos hospitalares vão transbordar de crianças mortas, muitas delas completamente formadas “ no ReinoUnido o aborto é permitido até à s 24 semanas “ e nos paí­ses mais pobres, mesmo da Europa, corpos esquartejados de bebés vão aparecer em lixeiras de toda a espécie, ao olhar horrorizado ou faminto de pessoas e de animais. Estou a recordar imagens que têm aparecido publicamente, e serão mais numerosas, à medida que o aborto deixar de ser considerado crime.

Até porque haverá sempre mulheres que não têm meios, ou não têm cara, para pedir a um estabelecimento que lhes esquarteje em pedaços o filho das suas entranhas. O aborto clandestino sempre acontecerá, porque ainda acontece nos paí­ses que o despenalizaram. Quanto aos estabelecimentos públicos, onde tudo teoricamente se faz de graça, mas onde as listas de espera continuam a ser regra, até em urgências mais urgentes que acabam na morgue, novas repugnâncias, novas concorrências se vão então perfilar, e novas cunhas em favor de quem mais padrinhos tiver. As listas de operandos tenderão a alargar-se, as reclamações também.

Se do aborto passarmos à união de homossexuais, que as mesmas esquerdas estão a legalizar com o casamento, e que o mesmo Parlamento de Estrasburgo amanhã poderá vir a impor a toda a Europa, o panorama não vai ser mais confortável para a nossa imaginação. Atendendo à militância aguerrida com que também este tema vem sendo orquestrado em todo o espaço europeu, é previsí­vel que dentro de pouco tempo tenhamos visitas de Estado ao mais alto ní­vel, em que uma rainha, talvez sem herdeiros, dará o brasão a outra senhora com estatuto de esposa, ambas de malinha na mão, e o Presidente barbudo de uma grande República se fará maritalmente acompanhar de um outro cavalheiro, que pode ser (sem ironia!) o presidente do Parlamento, um antigo fotógrafo de uma grande magazine, ou até o único marechal da República.

Mas estes casos emblemáticos e possí­veis começam a aparecer como problema sério de sobrevivência civilizacional do nosso continente. Precisamente pela frequência com que situações tão estéreis provocarão a revolta do cidadão comum, que tem direito a viver em ambientes onde possa colaborar para o futuro da humanidade. As mulheres abortistas vão ter acesso aos hospitais onde já faltam camas e serviços para as parturientes, para os doentes das urgências, e para os que estão meses ou anos à espera de serem operados?

Então, por mais fortes que sejam os sentimentos de solidariedade para com os dramas alheios, esta gente vai revoltar-se, numa revolta potenciada ao máximo pela visão do sangue e dos escombros de tantos corpos inocentes atirados para as lixeiras, ou macabramente transformados em cremes de amaciar a pele das próprias mães. E esse pesadelo abrirá feridas muito mais profundas e insuportáveis do que as fissuras abertas pelos dramas das mulheres pobres que morrem em abortos clandestinos. Os dramas são de evitar, mas quando se pretende resolver os dramas de uns à custa dos dramas de outros, torna-se inevitável comparar-lhes as razões e a amplidão.

Então, talvez já tarde, dar-nos-emos conta de que, não podendo evitar todos os sofrimentos, há que ter dó antes de mais dos inocentes assassinados sem chegarem ao menos a ver a luz do sol, e dos cidadãos dos dois sexos que se unem para dar à luz os filhos necessários à sobrevivência da humanidade.

Morrerá a Europa actual? É capaz de morrer. Mas, a julgar pelas palavras finais do Segredo de Fátima, há-de haver convertidos, e não só entre os imigrantes, atentos às feridas da alma Europeia, hão-de colmatar as brechas e fazer a opção pela vida e pelo futuro. Não sem sofrimento. Mas só com o sofrimento necessário."

Enviado por um anónimo.

O Papa pede neste mês

Quase Santos

Intenção Geral do Santo Padre para o Apostolado da Oração – JUNHO
Que a sociedade actual ajude, com gestos concretos de amor cristão e fraterno, os milhões de refugiados que se encontram em condições de abandono e extrema pobreza.


1. Abandono e extrema pobreza. Apesar de campanhas mediáticas, protagonizadas por gente do espectáculo, apesar das declarações de boas intenções, feitas regularmente por responsáveis governamentais, apesar das condenações mais ou menos ignoradas e inúteis das Nações Unidas... a situação dos refugiados continua a ser, como a descreve esta Intenção, de abandono e extrema pobreza
2. Gestos concretos de amor cristão. Na situação desgraçada em que se encontram, os refugiados dispensam discursos e boas intenções. O que verdadeiramente conta é a acção no terreno de grupos organizados, procurando servir os irmãos em necessidade e forçar os responsáveis políticos a mudar comportamentos.
3. Uma exigência da fé. A caridade activa e eficaz não é, para o cristão, uma simples questão de consciência bem formada. Também não se reduz a um sentimento de fraternidade que brota da partilha da mesma condição humana. Estes motivos têm o seu valor e podem dar origem a gestos de solidariedade valiosos e reveladores do melhor em cada ser humano. O cristão, porém, tem Jesus Cristo como referência última: «Ele, que era de condição divina, não Se valeu da igualdade com Deus, mas despojou-Se a Si próprio, assumindo a condição de servo» (Flp 2, 6-7). A exemplo do seu Senhor, os cristãos, sentindo a urgência do mandamento do amor, não podem ficar prisioneiros dos seus bens, da sua situação pessoal acomodada, pacífica e segura, não se podem «valer» do «isso é lá longe», noutro «mundo»... Devem, antes, «despojar-se» de si e das suas seguranças (sempre falsas), para irem, de todos os modos possíveis, ao encontro daqueles que se encontram em situação de miséria e desumanização. É o caso dos refugiados, confiados pela Intenção do Santo Padre às nossas orações neste mês de Junho.