sexta-feira, junho 30, 2006

Presença de Deus

Enquanto me encontro aqui sentado(a)à frente do computador, Deus está presente, insuflando-me de vida e a tudo o que me rodeia.
Durante uns momentos mantenho-me em silêncio e tomo consciência da presença deste Deus de amor.

em Lugar Sagrado

Fica purificado!

Evangelho segundo S. Mateus 8,1-4.

Ao descer do monte, seguia o uma enorme multidão. Foi, então, abordado por um leproso que se prostrou diante dele, dizendo-lhe: «Senhor, se quiseres, podes purificar-me.» Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Quero, fica purificado!» No mesmo instante, ficou purificado da lepra. Jesus, porém, disse-lhe: «Vê, não o digas a ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés preceituou, para que lhes sirva de testemunho.»

Da Bíblia Sagrada

quarta-feira, junho 28, 2006

Uma realidade muito simples

"...é através do coração, nas profundezas de si mesmo, que o ser humano começa a descobrir o Mistério da Fé. Os conhecimentos virão a seguir. Não é tudo adquirido de uma só vez. Uma vida interior elabora-se passo a passo. Hoje, mais do que nunca, penetramos na fé avançando por etapas.
No mais profundo da condição humana repousa a espera de uma presença, o desejo silencioso de uma comunhão. Nunca esqueçamos: este simples desejo de Deus é já o começo da fé."


irmão Roger, de Taizé

terça-feira, junho 27, 2006

Pérolas a Porcos...

Evangelho segundo S. Mateus 7,6.12-14.

«Não dês as coisas santas aos cães nem lanceis as vossas pérolas aos porcos, para não acontecer que as pisem aos pés e, acometendo-vos, vos despedacem.» «Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.» «Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele. Como é estreita a porta e quão apertado é o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que o encontram!»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Vicente de Paula (1581-1660), fundador de comunidades religiosas
Conversa de 04.V.1659




“Tudo quanto quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também”


Qual é o primeiro acto da caridade? Que actividade tem um coração animado por ela? O que sai desse coração, que é diferente do que sai do coração de um homem dela desprovido? Fazer bem a todos como gostaríamos que nos fizessem a nós; é nisso que consiste o sumário da caridade. Faço ao meu próximo o que desejo que ele me faça? Ah!, que grande exame a fazer. […]

Contemplemos o Filho de Deus: que coração de caridade, que chama de amor! Meu Jesus, dizei-nos, por favor, o que foi que vos retirou do céu para virdes sofrer a maldição da terra, tantas perseguições e tormentos que recebestes? Ó Salvador, ó fonte do amor, humilhado até nós, até um suplício infame, que amastes mais o próximo do que a Vós mesmo. Viestes expor-vos a todas as nossas misérias, tomar a forma de pecador, levar uma vida de dor e sofrer uma morte vergonhosa por nós. Haverá amor semelhante? […] Nosso Senhor foi o único que se apaixonou de tal maneira pelas criaturas, que abandonou o trono de seu Pai para vir tomar um corpo sujeito às enfermidades.

E para quê? Para estabelecer entre nós, pelo seu exemplo e a sua palavra, a caridade ao próximo. […] Oh meus amigos, se tivéssemos um pouco deste amor, ficaríamos de braços cruzados? […] Oh não, a caridade não pode permanecer ociosa; ela incita-nos à salvação e à consolação dos nossos irmãos.

segunda-feira, junho 26, 2006

“Quem olha com doçura obterá misericórdia”




Evangelho segundo S. Mateus 7,1-5.

«Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos. Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está na tua vista? Como ousas dizer ao teu irmão: 'Deixa-me tirar o argueiro da tua vista’, tendo tu uma trave na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Doroteu de Gaza (c. 500-?), monge da Palestina
Carta 1




“Então verás claro”


Certas pessoas convertem em maus humores todos os alimentos que absorvem, mesmo que sejam alimentos de boa qualidade. A responsabilidade não é dos alimentos, mas do temperamento dessas pessoas, que altera os alimentos. Da mesma maneira, se a nossa alma tiver uma disposição má, tudo lhe fará mal; até as coisas vantajosas serão por ela transformadas em coisas prejudiciais. Não é verdade que, se deitarmos umas ervas amargas num pote de mel, as ervas alteram todo o conteúdo do pote, tornando amargo o mel? É isso que nós fazemos: espalhamos um pouco do nosso azedume e destruímos o bem do próximo, olhando para ele a partir da nossa má disposição.

Outras pessoas têm um temperamento que transforma tudo em bons humores, incluindo os alimentos nocivos. […] Os porcos têm uma excelente constituição. Comem cascas, caroços de tâmaras e lixo. Contudo, transformam estes alimentos em viandas suculentas. Também nós, se tivermos bons hábitos e um bom estado de alma, tudo poderemos aproveitar, incluindo aquilo que não é aproveitável. Muito bem diz o Livro dos Provérbios: “Quem olha com doçura obterá misericórdia” (12, 13). Mas também: “Todas as coisas são contrárias ao homem insensato” (14, 7).

Ouvi dizer de um irmão que, quando ia visitar outro irmão e encontrava a cela descuidada e desordenada, pensava: “Que feliz que é este irmão, que está completamente desprendido das coisas terrenas, elevando totalmente o seu espírito para o alto, de tal maneira que nem tem tempo para arrumar a cela!” Quando ia visitar outro irmão e encontrava a cela arrumada e em boa ordem, pensava: “A cela deste irmão está tão arrumada como a sua alma. Tal como a sua alma, assim é a sua cela.” E nunca dizia de nenhum deles: “Este é desordenado.” Ou: “Este é frívolo.” Graças ao seu excelente estado de alma, de tudo tirava proveito. Que Deus, na sua bondade, nos dê, também a nós, um estado bom para que possamos tudo aproveitar, sem nunca pensarmos mal do próximo. Se a nossa malícia nos inspirar juízos e suspeitas, transformemo-los rapidamente no pensamento. Pois não ver o mal do próximo engendra, com a ajuda de Deus, a bondade.

A guarda dos sentidos

Todas as pessoas que entravam na vida religiosa (numa época em que havia muitos noviços e noviças) eram familiarizadas com uma ideia que hoje pode parecer estranha: a "guarda dos sentidos". Aconselhavam-nos que, durante a preparação para a oração, seria útil limitar a nossa exposição às imagens e aos sons que nos podiam distrair; diziam-nos ainda que, para a maioria das pessoas, era aconselhável mantermos os olhos fixos no chão. Por outras palavras, éramos avisados contra a curiosidade. Isto passava-se numa época em que as distracções visuais eram em muito menor número do que hoje em dia: não havia televisão nem internet, as telefonias estavam limitadas à sala de estar, nas nossas casas, e os jornais tinham poucas ilustrações.

Tendo isto em mente, olho para a minha experiência do dia-a-dia.
  • Qual é a minha atitude?
  • Estou ávido(a) de estimulação visual ou consigo controlar aquilo que entra na minha cabeça através dos olhos?
  • Sinto-me assediado(a) pelos anúncios e pelos ecrãs apelativos?
  • Será que resisto a este assédio ou, pelo contrário, estou ávido(a) de distracções?

http://www.paroquias.org/jump.php?lid=136tal/

sábado, junho 24, 2006

As nossas escolhas

"Senhor, Tu examinaste-me e conheces-me"
(Salmo 139,1).

Se o Criador do coração humano é Aquele que o conhece melhor do que qualquer um (Jr 17,9-10), com a Sua ajuda seremos capazes de fazer escolhas que nos conduzirão à nossa identidade verdadeira e portanto à nossa verdadeira felicidade. Deus ajuda-nos primeiro através da Sua Palavra, que nos indica a forma autêntica de agir, e que culmina na vida do Seu Filho, Cristo Jesus. Ajuda-nos também pela presença interior do Seu Espírito, fruto da morte e da ressurreição de Cristo. Confiando em Deus e procurando seguir os Seus passos, não abdicamos da nossa liberdade; utilizamos a nossa capacidade de fazer escolhas livres para nos tornarmos verdadeiramente nós próprios numa relação com a Fonte da nossa existência. Criamos espaço para o pleno desabrochar da vida humana em nós e à nossa volta.

sexta-feira, junho 23, 2006

Sagrado Coração de Jesus

Hoje a Igreja celebra : Sagrado Coração de Jesus (ofício próprio),

Evangelho segundo S. João 19,31-37.

Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz, porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente. Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Porém, um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também. É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso. E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Bernardo (1091-1153), monge de Cister e doutor da Igreja
Homilias sobre o Cântico dos Cânticos




“Vinde com alegria tirar água das fontes vivas da salvação” (Is 12,3)


Onde pode a nossa fragilidade encontrar repouso e segurança, senão nas feridas do Salvador? Perfuraram as suas mãos, os seus pés, e com um golpe de lança o seu lado. Por estes buracos abertos posso provar o mel desta rocha (Sl 80, 17) e o óleo que escorre da pedra dura, quer dizer “provar e ver como o Senhor é doce” (Sl 33,9). Ele formulava desígnios de paz (Jer 29,11) e eu não o sabia. “Quem, com efeito, conheceu o pensamento do Senhor? Quem foi o seu conselheiro?” (Rom 11,34). Mas o prego que o perfura tornou-se para mim uma chave que me abre o mistério dos seus desígnios.

Como não ver através das suas chagas? Os pregos e as feridas gritam que, verdadeiramente, na pessoa de Cristo, Deus se reconciliou com o mundo. O ferro trespassou o seu ser e tocou o seu coração, a fim de que ele não ignore mais como se compadecer das minhas fraquezas. O segredo do seu coração aparece a nu nas feridas do seu corpo; vemos a descoberto o grande mistério da sua bondade, esta misericordiosa ternura do nosso Deus, “Sol nascente que nos visitou do alto” (Lc 1,78). E como não seria esta ternura manifesta nas suas feridas? Como mostrar mais claramente que pelas tuas feridas que tu, Senhor, és doce e compassivo e de uma grande misericórdia, porque não há maior amor do que dar a sua vida (Jo 15,13) pelos condenados à morte?

Todo o meu mérito é pois a piedade do Senhor, e não me faltará mérito tanto quanto a piedade não lhe faltará a ele. Se as misericórdias de Deus se multiplicam, os meus méritos serão numerosos. Mas que acontecerá se tenho a reprovar-me uma quantidade de faltas? “Onde abundou o pecado superabundou a graça” (Rom 5,20). E se “a bondade do Senhor se estende por todo o sempre”, pelo meu lado “cantarei eternamente as misericórdias do Senhor” (Sl 102,17;88,2). É esta a minha justiça? Senhor, recordar-me-ei apenas da tua justiça, porque é ela a minha justiça pois que para mim se tornou justiça de Deus (Rom 1,17).



Bem-vinda Aninhas! Ainda bem que aceitou o convite!

Deus Caritas Est

"Deus é amor,
atreve-te a viver
por amor.
Deus é amor,
nada há a temer!"


  • Será que a minha acção é rezada?...
  • Será que a minha oração é vivida?...

quinta-feira, junho 22, 2006

Oculi nostri ad Dominum Jesum...

"Há muitas maneiras de fazer oração, ou de nos encontrarmos com Deus na oração. Qual é a melhor? A melhor para cada pessoa é aquela que mais a ajuda a encontrar Deus e a manter-se em contacto íntimo com Ele, coração a coração, palpitando de amor pelo Pai com o Coração de Jesus Cristo, assumindo os mesmos anelos e sentimentos de Jesus Cristo, tornando-nos um com Cristo."

Em “Apelos da Mensagem de Fátima”, da Ir. Lúcia

Seja feita a Vossa Vontade!

Evangelho segundo S. Mateus 6,7-15.

Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.» «Rezai, pois, assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoámos a quem nos tem ofendido; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’ Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :


Santa Teresa de Ávila (1515-1582),
Carmelita, doutora da Igreja
O Caminho da Perfeição



«Quando rezardes, dizei: ‘Pai’» (Lc 11,2)


“Pai nosso que estais nos céus”. Ó meu Senhor, como se vê bem que és o Pai de um Filho assim, e como o teu Filho manifesta bem que é o Filho de um tal Pai! Bendito sejais para sempre! Não teria esta frase sido um grande favor, Senhor, se a tivesses colocado no fim desta oração? Ora, é desde o pricípio que a tua liberalidade é iluminada pelo dom de um tal benefício. O noso espírito deveria estar tão repleto dele, e a nossa vontade tão impregnada, que nos seria impossível pronunciar uma palavra. Ó minhas filhas, que este seja o lugar para vos falar da contemplação perfeita! Como seria justo que a alma entrasse no interior de si própria para se elevar acima de si mesma e aprender do Filho bendito, onde é esse lugar onde, segundo a palavra, se encontra o seu Pai que está nos céus! …

Ó Filho de Deus, doce mestre! Desde esta primeira palavra…, tu te humilhas ao ponto de unir os teus pedidos aos nossos… Não queres tu que o teu Pai nos olhe como seus filhos? … Dado que é nosso Pai, deve supotar-nos, apesar da gravidade das nossas ofensas. Ele deve perdoar-nos assim que retornarmos a ele como o filho pródigo. Ele deve consolar-nos nas nossas tribulações. Deve alimentar-nos, como é próprio de um tal Pai, porque ele é forçosamente melhor que todos os pais que há aqui na terra, uma vez que ele possui necessariamente toda a perfeição; e, mais do que tudo isto, deve tornar-nos participantes e co-herdeiros contigo, das suas riquezas …

Ó meu Jesus, bem vejo que falaste como um Filho querido e por ti e por nós… E vós, minhas filhas, não é então justo que agora, ao pronunciardes esta palavra: “Pai Nosso”, punhais nela toda a vossa atenção para a compreenderdes, e o vosso coração se parta ao ver um amor assim tão grande?

quarta-feira, junho 21, 2006

O teu Pai, que vê no oculto, há-de recompensar-te.

Evangelho de hoje:

«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu. Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita, a fim de que a tua esmola permaneça em segredo; e teu Pai, que vê o oculto, há-de premiar-te.» «Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te. «E, quando jejuardes, não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que o teu jejum não seja conhecido dos homens, mas apenas do teu Pai que está presente no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, há-de recompensar-te.»


Santo [Padre] Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho
GF 173; EP 3 (982-983)
“Fecha a porta e reza ao teu Pai que está presente no segredo”


Sê assíduo à oração e à meditação. Disseste-me que já tinhas começado. Isso é um enorme consolo para um Pai que te ama como Ele te ama! Continua, pois, a progredir nesse exercício de amor a Deus. Dá todos os dias um passo: de noite, à suave luz da lamparina, entre as fraquezas e na secura de espírito; ou de dia, na alegria e na luminosidade que deslumbra a alma […].

Se conseguires, fala ao Senhor na oração, louva-o. Se não conseguires, por não teres ainda progredido o suficiente na vida espiritual, não te preocupes: fecha-te no teu quarto e põe-te na presença de Deus. Ele ver-te-á e apreciará a tua presença e o teu silêncio. Depois, pegar-te-á na mão, falará contigo, dará contigo cem passos pelas veredas do jardim que é a oração, onde encontrarás consolo. Permanecer na presença de Deus com o simples fito de manifestar a nossa vontade de nos reconhecermos como seus servidores é um excelente exercício espiritual, que nos faz progredir no caminho da perfeição.

Quando estiveres unido a Deus pela oração, examina quem és verdadeiramente; fala com Ele, se conseguires; se te for impossível, detém-te, permanece diante dele. Em nada mais te empenhes como nisso.

quinta-feira, junho 08, 2006

Recebi este mail

"A caridade é o único tesouro que se aumenta ao dividi-lo"
Cesare Cantú

Faltam voluntários para visitar os doentes do Hospital Egas Moniz. Não é preciso muito tempo, nem características muito específicas ou exigentes. Dez minutos a ouvir e um sorriso na cara é o que se pede! Aprende-se muito!

Os horários devem ser flexíveis e conforme a vossa disponibilidade!
Quem estiver interessado ligue ao Pe. Alberto Oliveira, capelão do Hospital, para o número 918761802 ou revalberto@gmail.com.

Obrigada a todos!
E não se esqueçam: dividam para aumentar!

quarta-feira, junho 07, 2006

Palavra do Dia - Não sou um Deus de mortos, mas de vivos.

2ª Carta a Timóteo 1,1-3.6-12.

Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, por desígnio de Deus, segundo a promessa de vida que há em Cristo Jesus, a Timóteo, meu filho querido: graça, misericórdia e paz de Deus Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor. Dou graças a Deus, a quem sirvo em consciência pura, como já o fizeram os meus antepassados, ao recordar-te constantemente nas minhas orações, noite e dia. Por isso recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos, pois Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso. Portanto, não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas compartilha o meu sofrimento pelo Evangelho, apoiado na força de Deus. Ele salvou-nos e chamou-nos, por santo chamamento, não em atenção às nossas obras, mas segundo o seu próprio desígnio e a graça a nós concedida em Cristo Jesus, antes dos séculos eternos, e agora revelada na manifestação do nosso Salvador, Cristo Jesus, que destruiu a morte e irradiou vida e imortalidade, por meio do Evangelho, do qual eu próprio fui constituído arauto, apóstolo e mestre. Por este motivo é que suporto também esta situação. Mas não me envergonho, pois sei em quem acreditei e estou persuadido de que Ele tem poder para guardar, até àquele dia, o bem que me foi confiado.

Livro de Salmos 123,1-2.2.

Levanto os meus olhos para ti, SENHOR, para ti que habitas nos céus.
Como os olhos do servo se fixam nas mãos do seu amo, e como os da serva, nas mãos da sua ama, assim os nossos olhos estão postos no SENHOR, nosso Deus, até que tenha piedade de nós.
Como os olhos do servo se fixam nas mãos do seu amo, e como os da serva, nas mãos da sua ama, assim os nossos olhos estão postos no SENHOR, nosso Deus, até que tenha piedade de nós.



Evangelho segundo S. Marcos 12,18-27.

Vieram ter com Ele os saduceus, que negam a ressurreição, e interrogaram-no: «Mestre, Moisés prescreveu-nos que se morrer o irmão de alguém, deixando a mulher e não deixando filhos, seu irmão terá de casar com a viúva para dar descendência ao irmão. Ora havia sete irmãos, e o primeiro casou e morreu sem deixar filhos. O segundo casou com a viúva e morreu também sem deixar descendência, e o mesmo aconteceu ao terceiro; e todos os sete morreram sem deixar descendência. Finalmente, morreu a mulher. Na ressurreição, de qual deles será ela mulher? Porque os sete a tiveram por mulher.» Disse Jesus: «Não andareis enganados por desconhecer as Escrituras e o poder de Deus? Quando ressuscitarem de entre os mortos, nem eles se casarão, nem elas serão dadas em casamento, mas serão como anjos no Céu. E acerca de os mortos ressuscitarem, não lestes no livro de Moisés, no episódio da sarça, como Deus lhe falou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob? Não é um Deus de mortos, mas de vivos. Andais muito enganados.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Justino (cerca 100-160), filósofo, mártir
Tratado da ressurreição, 2.4.7-9




“Creio na ressurreição da carne" (Credo)


Os que estão no erro dizem que não há ressurreição da carne, que é impossível, depois de ter sido destruída e reduzida a pó, retomar a sua integridade. Para eles, a salvação da carne será, não somente impossível, mas mesmo nociva: eles censuram a carne, denunciam os seus defeitos, tornam-na responsável pelos pecados; dizem pois que, se esta carne deve ressuscitar, os seus defeitos também ressuscitarão... O Salvador disse: “Os que participam da ressurreição dos mortos não se casam...são semelhantes aos anjos”. Ora os anjos, dizem, não são de carne, não comem nem se casam, nem são dados em casamento. Assim, dizem eles, não haverá ressurreição da carne...

Como são cegos, os olhos da sua inteligência! Pois não viram “os cegos ver, os coxos andar” (Mt 11,5), graças à palavra do Salvador..., para nos fazer acreditar que, aquando da ressurreição, a carne ressuscitará completamente? Se nesta terra ele curou as enfermidades da carne e restituiu ao corpo a sua integridade, quanto mais não fará no momento da ressurreição, a fim de que a carne ressuscite sem defeito, integralmente... Parece-me que essas pessoas ignoram a acção divina no seu todo, na origem da criação, na construção do homem; ignoram porque as coisas terrestres foram feitas.

O Verbo disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26)... É evidente que o homem, modelado à imagem de Deus, era de carne. Então, que absurdo pretendê-la desprezível, sem nenhum mérito, a carne modelada por Deus segundo a sua própria imagem! Que a carne seja preciosa aos olhos de Deus é evidente, porque é obra sua. E porque nela se encontra o princípio do seu projecto para o resto da criação, é o que há de mais precioso aos olhos do criador.

terça-feira, junho 06, 2006

Palavra do Dia - Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus

2ª Carta de S. Pedro 3,12-15.17-18.

E enquanto esperais e apressais a chegada do dia de Deus, quando os céus, a arder, se desintegrarem e os elementos do mundo, com o ardor do fogo, se derreterem! Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos uns novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça. Portanto, caríssimos, enquanto esperais estes acontecimentos, esmerai-vos para que Ele vos encontre imaculados, irrepreensíveis e em paz. Considerai que a paciência de Nosso Senhor é para nossa salvação. Nesta ordem de ideias, escreveu-vos também o nosso caríssimo irmão Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi concedida. Vós, caríssimos, dado que sabeis isto de antemão, estai alerta para que não venhais a descair da vossa firmeza, arrastados pelo erro desses malvados. Crescei, antes, na graça e no conhecimento do Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A Ele seja dada glória, agora e até ao dia eterno. Ámen.

Livro de Salmos 90,2-4.10.14.16.

Antes de surgirem as montanhas, antes de nascerem a terra e o mundo, desde sempre e para sempre Tu és Deus.
Tu podes reduzir o homem ao pó, dizendo apenas: «Voltai ao pó, seres humanos!»
Mil anos, diante de ti, são como o dia de ontem, que passou, ou como uma vigília da noite.
duração da nossa vida poderá ser de setenta anos e, para os mais fortes, de oitenta; mas a maior parte deles é trabalho e miséria, passam depressa e nós desaparecemos.
Sacia-nos pela manhã com os teus favores, para podermos cantar e exultar todos os dias.
Manifesta aos teus servos a tua obra, e aos filhos deles, o teu esplendor.


Evangelho segundo S. Marcos 12,13-17.

Em seguida, enviaram-lhe alguns fariseus e partidários de Herodes, a fim de o apanharem em alguma palavra. Aproximando-se, disseram-lhe: «Mestre, sabemos que és sincero, que não te deixas influenciar por ninguém, porque não olhas à condição das pessoas mas ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade. Diz-nos, pois: é lícito ou não pagar tributo a César? Devemos pagar ou não?» Jesus, conhecendo-lhes a hipocrisia, respondeu: «Porque me tentais? Trazei-me um denário para Eu ver.» Trouxeram-lho e Ele perguntou: «De quem é esta imagem e a inscrição?» Responderam: «De César.» Jesus disse: «Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.» E ficaram admirados com Ele.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santa Catarina de Siena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, co-patrona da Europa
Diálogos, cap. 13




«De quem é esta imagem?»: fazendo-Se homem, Deus restaura em nós a imagem da Trindade


Amor eterno..., peço-to em graça, tem misericórdia do teu povo, em nome da caridade eterna que te levou a criar o homem à tua imagem e semelhança (Gn1,26)... Só o fizeste, ó Trindade eterna, porque querias levar o homem a participar de todo Tu. Foi por isso que lhe deste a memória, para que se lembre das tuas mercês, e para que participe também no teu poder, ó Pai eterno. Foi por isso que lhe deste a inteligência, para que ele possa compreender a tua bondade e participe também da sabedoria do teu Filho único. Foi por isso que lhe deste a vontade, para que possa amar o que vê e o que conhece da tua verdade, e assim participe no amor do teu Espírito Santo. Quem te levou a dar uma tão grande dignidade ao homem? O amor inesgotável com que olhas em ti mesmo a tua criatura.
[Mas] por causa do pecado, ela perdeu a sua dignidade... Então Tu, levado por esse mesmo fogo com que nos criaste..., deste-nos o Verbo, o teu Filho único... Ele cumpriu a tua vontade, Pai eterno, quando o revestiste da nossa humanidade, à imagem e semelhança da nossa natureza. Ó abismo de caridade! Qual é o coração que pode defender-se de não ceder ao Teu amor, vendo o Altíssimo juntar-se à baixeza da nossa humanidade? Nós somos a Tua imagem, e tu és a nossa, por essa união que consumaste no homem ocultando a tua divindade no barro de Adão (Gn 2,7)... O que te levou a fazê-lo? O amor! Tu, Deus, fizeste-te homem, e o homem tornou-se Deus. Por esse amor indizível, rogo-te, tem misericórdia das tuas criaturas.

segunda-feira, junho 05, 2006

Palavra do Dia - Tudo isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos

2ª Carta de S. Pedro 1,2-7.

Que a graça e paz vos sejam concedidas em abundância por meio do conhecimento de Deus e de Jesus, Senhor nosso. O divino poder, ao dar-nos a conhecer aquele que nos chamou pela sua glória e pelo seu poder, concedeu-nos todas as coisas que contribuem para a vida e a piedade. Com elas, teve a bondade de nos dar também os mais preciosos e sublimes bens prometidos, a fim de que – por meio deles – vos torneis participantes da natureza divina, depois de vos livrardes da corrupção que a concupiscência gerou no mundo. Por este motivo é que, da vossa parte, deveis pôr todo o empenho em juntar à vossa fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento a temperança; à temperança a paciência; à paciência a piedade; à piedade o amor aos irmãos; e ao amor aos irmãos a caridade.

Livro de Salmos 91,1-2.14-16.

Aquele que habita sob a protecção do Altíssimo e mora à sombra do Omnipotente,
pode exclamar: «SENHOR, Tu és o meu refúgio, a minha cidadela, o meu Deus, em quem confio!»
«Porque acreditou em mim, hei-de salvá-lo; hei-de defendê-lo, porque conheceu o meu nome.
Quando me invocar, hei-de responder-lhe; estarei a seu lado na tribulação, para o salvar e encher de honras.
Hei-de recompensá-lo com longos dias e mostrar-lhe a minha salvação.»


Evangelho segundo S. Marcos 12,1-12.

Jesus começou a falar-lhes em parábolas: «Um homem plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e construiu uma torre. Depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. A seu tempo enviou aos vinhateiros um servo, para receber deles parte do fruto da vinha. Eles, porém, prenderam-no, bateram-lhe e mandaram-no embora de mãos vazias. Enviou-lhes, novamente, outro servo. Também a este partiram a cabeça e cobriram de vexames. Enviou outro, e a este mataram-no; mandou ainda muitos outros, e bateram nuns e mataram outros. Já só lhe restava um filho muito amado. Enviou-o por último, pensando: 'Hão-de respeitar o meu filho’. Mas aqueles vinhateiros disseram uns aos outros: 'Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa’. Apoderaram-se dele, mataram-no e lançaram-no fora da vinha. Que fará o dono da vinha? Regressará e exterminará os vinhateiros e entregará a vinha a outros. Não lestes esta passagem da Escritura: A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular. Tudo isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?» Eles procuravam prendê-lo, mas temiam a multidão; tinham percebido bem que a parábola era para eles. E deixando-o, retiraram-se.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
A videira mística, cap.5, 4-5 (erradamente atribuída a S.- Bernardo)




«Eu sou a verdadeira videira» (Jo 15,1)


Ó doce Jesus, em que estado te vejo! Tão doce e amoroso, único Salvador das nossas feridas antigas, quem te condenou a tão amarga morte? Quem é que te leva a sofrer estas feridas, não só tão cruéis, mas tão ignominiosas? Doce videira, bom Jesus, eis o fruto que te dá a tua vinha...
Até ao dia das tuas núpcias, esperaste pacientemente que ela produzisse uvas, e ela só dá espinhos (Is 5,6). Coroou-te de espinhos e cercou-te dos espinhos dos seus pecados. Esta vinha que já não é a tua, mas que se tornou numa vinha estrangeira, como se tornou amarga! Renegou-te gritando: « Não temos outro rei a não ser César» (Jo 19,25). Depois de te expulsarem da vinha da tua cidade e da tua herança,estes vinhateiros entregaram-te à morte: e não de um só golpe, mas depois de te terem oprimido com o longo tormento da cruz, e de te terem torturado com as feridas das chicotadas e dos pregos... Ó Senhor Jesus..., Tu próprio entregas a tua alma à morte —ninguém pode retirar-ta. És tu mesmo quem a dá (Jo 10,18)... Admirável troca! O rei dá-se pelo escravo, Deus pelo homem, o Criador pela criatura, o Inocente pelos culpados.

quinta-feira, junho 01, 2006

Palavra do Dia - Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim

Livro dos Actos dos Apóstolos 22,30.23,6-11.

No dia seguinte, querendo averiguar com imparcialidade do que era acusado pelos judeus, fê-lo desalgemar, convocou os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio e mandou buscar Paulo, fazendo-o comparecer diante deles. Sabendo que havia dois partidos no Sinédrio, o dos saduceus e o dos fariseus, Paulo bradou diante deles: «Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus, e é pela nossa esperança, a ressurreição dos mortos, que estou a ser julgado.» Estas palavras desencadearam um conflito entre fariseus e saduceus e a assembleia dividiu-se, porque os saduceus negam a ressurreição, assim como a existência dos anjos e dos espíritos, enquanto os fariseus ensinam publicamente o contrário. Estabeleceu-se enorme gritaria, e alguns escribas do partido dos fariseus ergueram-se e começaram a protestar com energia, dizendo: «Não encontramos nada de mau neste homem. E se um espírito lhe tivesse falado ou mesmo um anjo?» A discussão redobrou de violência, a tal ponto que o tribuno, receando que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a tropa para o arrancar das mãos deles e reconduzi-lo à fortaleza. Na noite seguinte, o Senhor apresentou-se diante dele e disse-lhe: «Coragem! Assim como deste testemunho de mim em Jerusalém, assim é necessário que o dês também em Roma.»

Livro de Salmos 16,1-2.5.7-11.

Defende-me, ó Deus, porque em ti me refugio.
Digo ao SENHOR: «Tu és o meu Deus, és o meu bem e nada existe acima de ti.»
SENHOR, minha herança e meu cálice, a minha sorte está nas tuas mãos.
Bendirei o SENHOR porque Ele me aconselha; até durante a noite a minha consciência me adverte.
Tenho sempre o SENHOR diante dos meus olhos; com Ele a meu lado, jamais vacilarei.
Por isso, o meu coração se alegra e a minha alma exulta e o meu corpo repousará em segurança.
Pois Tu não me entregarás à morada dos mortos, nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.
Hás-de ensinar-me o caminho da vida, saciar-me de alegria na tua presença, e de delícias eternas, à tua direita.


Evangelho segundo S. João 17,20-26.

Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um. Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim. Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que me deste, por me teres amado antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu, mas Eu conheci-te e estes reconheceram que Tu me enviaste. Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Isaac de l’Étoile (? - c. 1171), monge cisterciense
Sermão 42, da Ascensão




“Para que tenham neles o amor com que me amaste, e que também Eu esteja neles”


Da mesma maneira que a cabeça e o corpo de um homem constituem um só e mesmo homem, assim também o Filho da Virgem e os seus membros, os eleitos, constituem um só e mesmo homem e um só Filho do homem, o Cristo total e completo, Cabeça e corpo, de que fala a Escritura. Sim, em conjunto, todos os membros formam um só corpo, que constitui, com a Cabeça, o Filho único do homem que, com o Filho de Deus, constitui o Filho único de Deus, da mesma maneira que, com Deus, Ele constitui um só Deus. Assim, o corpo inteiro é, em união com a Cabeça, Filho do homem e Filho de Deus, e consequentemente Deus. Donde a palavra: “Pai, quero que, assim como eu e tu somos um só, também eles sejam um connosco.” É por isso que, em conformidade com a afirmação frequente da Escritura, o corpo não é sem a Cabeça, nem a Cabeça sem o corpo, da mesma maneira que a Cabeça e o corpo não são sem Deus. Tal é o Cristo total. […]

Assim, todos os crentes – membros espirituais de Cristo – podem dizer com verdade que são o que Ele próprio é, a saber, Filho de Deus, e Deus. Mas aquilo que Ele é por natureza, são-no eles como membros a Ele associados; aquilo que Ele é em plenitude, são-no eles por participação. Em suma, se Ele é Filho de Deus pela sua origem, os seus membros são-no […] por adopção, de acordo com esta palavra do Apóstolo Paulo: “Recebestes um espírito de adopção, pelo qual chamamos: ‘Abba, Pai’” (Rm 8, 15). Com este Espírito, “deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1, 12), a fim de que, seguindo o ensinamento do “Primogénito de muitos irmãos” (Rm 8, 29), aprendessem a dizer: “Pai Nosso, que estais nos céus” (Mt 6, 9).