segunda-feira, janeiro 30, 2006

Evangelho do Dia

Livro de 2º Samuel 15,13-14.30.16,5-13.

Foram, então, dizer a David: «O coração dos israelitas inclinou-se para Absalão!» David disse aos servos que estavam com ele em Jerusalém: «Fujamos depressa porque, de outro modo, não podemos escapar a Absalão! Apressemo-nos a sair, não suceda que ele se apresse, nos surpreenda e se lance sobre nós, passando a cidade ao fio da espada.» David, chorando, subia o monte das Oliveiras, com a cabeça coberta e descalço. Todo o povo que o acompanhava subia também, chorando, com a cabeça coberta. Chegou, pois, o rei a Baurim, e saía de lá um homem da parentela de Saul, chamado Chimei, filho de Guera, que, enquanto caminhava, ia proferindo maldições. Lançava pedras contra David e contra os servos do rei, apesar de todo o povo e todos os guerreiros seguirem o rei, agrupados à direita e à esquerda. E Chimei amaldiçoava-o, dizendo: «Vai, vai embora, homem sanguinário e criminoso. O Senhor fez cair sobre ti todo o sangue da casa de Saul, cujo trono usurpaste, e entregou o reino a teu filho Absalão. Vês-te, agora, oprimido de males, por teres sido um homem sanguinário.» Então, Abisai, filho de Seruia, disse ao rei: «Porque há-de continuar este cão morto a insultar o rei, meu senhor? Deixa-me passar, para lhe cortar a cabeça.» Mas o rei respondeu-lhe: «Que te importa, filho de Seruia? Deixa-o amaldiçoar-me. Se o Senhor lhe ordenou que amaldiçoasse David, quem poderá dizer-lhe: ‘Porque fazes isto?’» David disse também a Abisai e aos seus homens: «Vede! Se o meu próprio filho, fruto das minhas entranhas, conspira contra a minha vida, quanto mais agora este filho de Benjamim? Deixai-o amaldiçoar-me, conforme a permissão do Senhor. Talvez o Senhor tenha em conta a minha miséria e me venha a dar bens em troca destes ultrajes.» David e os seus homens prosseguiram o seu caminho, mas Chimei seguia a par dele pelo flanco da montanha, amaldiçoando-o, atirando-lhe pedras e espalhando poeira no ar.

Livro de Salmos 3,2-7.

SENHOR, são tantos os meus adversários! São tantos os que se levantam contra mim!
Muitos dizem a meu respeito: «Nem Deus o poderá salvar!»
Mas Tu, SENHOR, és o meu escudo protector, és a minha glória e quem me faz levantar a cabeça.
Em alta voz invoco o SENHOR e Ele responde-me da sua montanha santa.
Deito-me, adormeço e acordo, porque o SENHOR é o meu sustentáculo.
Não temo as grandes multidões que de todos os lados me cercam.



Evangelho segundo S. Marcos
5,1-20.

Chegaram à outra margem do mar, à região dos gerasenos. Logo que Jesus desceu do barco, veio ao seu encontro, saído dos túmulos, um homem possesso de um espírito maligno. Tinha nos túmulos a sua morada, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com uma corrente, pois já fora preso muitas vezes com grilhões e correntes, e despedaçara os grilhões e quebrara as correntes; ninguém era capaz de o dominar. Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras. Avistando Jesus ao longe, correu, prostrou-se diante dele e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, ó Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me atormentes!» Efectivamente, Jesus dizia: «Sai desse homem, espírito maligno.» Em seguida, perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Respondeu: «O meu nome é Legião, porque somos muitos.» E suplicava-lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região. Ora, ali próximo do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos. E os espíritos malignos suplicaram a Jesus: «Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles.» Jesus consentiu. Então, os espíritos malignos saíram do homem e entraram nos porcos, e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e ali se afogou. Os guardas dos porcos fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. As pessoas foram ver o que se passara. Ao chegarem junto de Jesus, viram o possesso sentado, vestido e em perfeito juízo, ele que estivera possuído de uma legião; e ficaram cheias de temor. As testemunhas do acontecimento narraram-lhes o que tinha sucedido ao possesso e o que se passara com os porcos. Então, pediram a Jesus que se retirasse do seu território. Jesus voltou para o barco e o homem que fora possesso suplicou-lhe que o deixasse andar com Ele. Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.» Ele retirou-se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus fizera por ele, e todos se maravilhavam.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Concílio Vaticano II
Constituição dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium, 17
"Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti, na Sua misericórdia".


Assim como o Filho foi enviado pelo Pai, assim também ele enviou os Apóstolos (Jo 20,21) dizendo: “Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinai-as a observar tudo aquilo que vos mandei. Eis que estou convosco todos os dias até ao fim do mundo” (Mt 28,19-20). A Igreja recebeu dos Apóstolos este mandato solene de Cristo, de anunciar a verdade da salvação e de a levar até aos confins da terra. (Act 1,8). Faz portanto, suas as palavras do Apóstolo: “ai de mim, se não prego o Evangelho” (1Co 9,16), e por isso continua a mandar incessantemente os seus arautos, até que as novas igrejas se formem plenamente e prossigam, por sua vez, a obra da evangelização...

Com efeito, é impelida pelo Espírito Santo a cooperar para que o desígnio de Deus, que fez de Cristo o princípio de salvação para todo o mundo, se realize totalmente. Pregando o Evangelho, a Igreja atrai os ouvintes a crer e confessar a fé, dispõe para o baptismo, liberta da escravidão do erro e incorpora-os a Cristo, a fim de que n’Ele cresçam pela caridade, até à plenitude. E a sua acção faz com que tudo quanto de bom encontra no coração e no espírito dos homens ou nos ritos e cultura próprios de cada povo, não só não pereça mas antes seja sanado, elevado e aperfeiçoado, para glória de Deus, confusão do demónio e felicidade do homem.

A todo o discípulo de Cristo incumbe o encargo de difundir a fé, segundo a própria medida. Mas se todos podem baptizar os que acreditam, contudo, é próprio do sacerdote aperfeiçoar, com o sacrifício eucarístico, a edificação do corpo, cumprindo assim a palavra de Deus, anunciada pelo profeta: “do Oriente até ao Ocidente grande é o meu nome entre as gentes, e em todos os lugares é sacrificada e oferecida ao meu nome uma oblação pura” (Mal 1,11). É assim que a Igreja simultaneamente ora e trabalha para que toda a humanidade se transforme em Povo de Deus, corpo do Senhor e templo do Espírito Santo, e em Cristo, cabeça de todos, se dê ao Pai e Criador de todas as coisas toda a honra e toda a glória.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Evangelho do Dia

Livro de 2º Samuel 7,18-19.24-29.

Então, David foi apresentar-se diante do Senhor e disse-lhe: «Quem sou eu, Senhor Deus, e quem é a minha família, para que me tenhas conduzido até aqui? E, como se isto fosse pouco para ti, Senhor Deus, fizeste também promessas à família do teu servo para os tempos futuros! Porque esta é a lei do homem, ó Senhor Deus! Estabeleceste solidamente o teu povo, Israel, para ser eternamente o teu povo, e Tu, Senhor, seres o seu Deus. Agora, pois, Senhor Deus, cumpre para sempre a promessa que fizeste ao teu servo e à sua casa e faz como disseste. O teu nome será exaltado para sempre e dir-se-á: 'O Senhor do universo é o Deus de Israel.' E permanecerá estável diante de ti a casa do teu servo David. Porque Tu próprio, ó Senhor do universo, Deus de Israel, fizeste ao teu servo esta revelação: 'Eu te construirei uma casa.' Por isso, o teu servo se animou a dirigir-te esta prece. Agora, ó Senhor Deus, só Tu és Deus, e as tuas palavras são a própria verdade. Já que prometeste ao teu servo estes bens, abençoa, desde agora, a sua casa, para que ela subsista para sempre diante de ti: porque Tu, Senhor Deus, falaste e, graças à tua bênção, a casa do teu servo será abençoada eternamente.»

Livro de Salmos 132,1-5.11-14.

SENHOR, lembra-te de David e dos seus múltiplos trabalhos;
do juramento que fez ao SENHOR e do voto que fez ao Deus de Jacob:
«Não entrarei na minha tenda nem me deitarei no meu leito de descanso,
não deixarei dormir os meus olhos nem descansar as minhas pálpebras,
enquanto não encontrar um lugar para o SENHOR, uma morada para o Deus poderoso de Jacob.»
SENHOR fez um juramento a David, uma promessa a que não faltará: «Hei-de colocar no teu trono um descendente da tua família.
Se os teus filhos guardarem a minha aliança e os preceitos que lhes hei-de ensinar, também os filhos deles se hão-de sentar para sempre no teu trono.»
SENHOR escolheu Sião, preferiu-a para sua morada:
«Este será para sempre o meu lugar de repouso, aqui habitarei, porque o escolhi.



Evangelho segundo S. Marcos 4,21-25.

Disse-lhes ainda: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado. Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Paulo VI, papa entre 1963 e 1978
Evangelii nuntiandi



Ser lâmpada no candelabro


Os leigos, que a sua vocação específica coloca no coração do mundo e à frente das mais variadas tarefas materiais, devem exercer por isso mesmo uma forma especial de evangelização. A sua primeira e mais directa tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade eclesial - esse é o papel específico dos Pastores - mas é accionar todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e activas, nas coisas do mundo. O campo concreto da sua actividade evangelizadora é o vasto e complicado mundo da política, do social, da economia, mas também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos "mass media", assim como algumas outras realidades abertas à evangelização, como o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional, o sofrimento.

Quanto mais houver leigos impregnados de Evangelho que sejam responsáveis por estas realidades e claramente comprometidos nelas, competentes para as promoverem e conscientes de que é preciso desenvolver a sua plena capacidade cristã, tantas vezes enterrada e asfixiada, tanto mais estas realidades se encontrarão ao serviço da edificação do Reino de Deus e, portanto, da salvação em Jesus Cristo, sem nada perderem ou sacrificarem do seu coeficiente humano, mas manifestando uma dimensão transcendente muitas vezes desconhecida.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Evangelho do Dia

Hoje é o último dia oficial para rezarem pela unidade dos cristãos (oficial porque podem continuar a rezar por iniciativa própria).

Rezem também pela Maria Arrobas e o filho dela que nasce 5ª Feira.

O Salmo e o comentário do Evangelho fazem-me lembrar duas músicas que cantamos no coro. As letras podem ser encontradas no final deste post. É uma maneira de cantarmos a Palavra.


Livro dos Actos dos Apóstolos 9,1-22.

Saulo, entretanto, respirando sempre ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, foi ter com o Sumo Sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, se encontrasse homens e mulheres que fossem desta Via, os trouxesse algemados para Jerusalém. Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, porque me persegues?» Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?» Respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer.» Os seus companheiros de viagem tinham-se detido, emudecidos, ouvindo a voz, mas sem verem ninguém. Saulo ergueu-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, não via nada. Foi necessário levá-lo pela mão e, assim, entrou em Damasco, onde passou três dias sem ver, sem comer nem beber. Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor disse-lhe numa visão: «Ananias!» Respondeu: «Aqui estou, Senhor.» O Senhor prosseguiu: «Levanta-te, vai à casa de Judas, na rua Direita, e pergunta por um homem chamado Saulo de Tarso, que está a orar neste momento.» Saulo, entretanto, viu numa visão um homem, de nome Ananias, entrar e impor-lhe as mãos para recobrar a vista. Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido muita gente falar desse homem e a contar todo o mal que ele tem feito aos teus santos, em Jerusalém. E agora está aqui com plenos poderes dos sumos sacerdotes, para prender todos quantos invocam o teu nome.» Mas o Senhor disse-lhe: «Vai, pois esse homem é instrumento da minha escolha, para levar o meu nome perante os pagãos, os reis e os filhos de Israel. Eu mesmo lhe hei-de mostrar quanto ele tem de sofrer pelo meu nome.» Então, Ananias partiu, entrou na dita casa, impôs as mãos sobre ele e disse: «Saulo, meu irmão, foi o Senhor que me enviou, esse Jesus que te apareceu no caminho em que vinhas, para recobrares a vista e ficares cheio do Espírito Santo.» Nesse instante, caíram-lhe dos olhos uma espécie de escamas e recuperou a vista. Depois, levantou-se e recebeu o baptismo. Depois de se ter alimentado, voltaram-lhe as forças e passou alguns dias com os discípulos, em Damasco. Começou, então, imediatamente, a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus. Os que o ouviam ficavam estupefactos e diziam: «Não era ele que, em Jerusalém, perseguia aqueles que invocam o nome de Jesus? Não tinha ele vindo aqui expressamente para os levar, presos, aos sumos sacerdotes?» Mas Saulo fortalecia-se cada vez mais e confundia os judeus de Damasco, demonstrando-lhes que Jesus era o Messias.

Livro de Salmos 117,1-2.

Louvai o SENHOR, todas as nações! Exaltai-o, todos os povos!
Porque o seu amor para connosco não tem limites e a fidelidade do SENHOR é eterna!



Evangelho segundo S. Marcos 16,15-18.

E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas, quem não acreditar será condenado. Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demónios, falarão línguas novas, apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão-de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Cirilo de Jerusalém (313-350), bispode Jerusalém, doutor da Igreja
Catequese baptismal 10


"Não era ele quem nos perseguia?"


"Não nos anunciamos a nós mesmos mas anunciamos Jesus Cristo; somos vossos servos por causa de Jesus" (2 Co 4,5). Quem é então esta testemunha que anuncia Cristo? Aquele que antes o perseguia. Grande maravilha! O perseguidor de outrora, ei-lo que anuncia Cristo. Porquê? Teria sido comprado? Mas não há ninguém que o pudesse persuadir dessa forma. Foi a visão de Cristo na terra que o cegou? Jesus já tinha sido arrebatado ao céu. Saulo tinha saído de Jerusalém para perseguir a Igreja de Cristo e, três dias depois, em Damasco, o perseguidor transformou-se em pregador. Sob que influência? Alguns citam como testemunhas em favor dos seus amigos pessoas do mesmo partido. Eu, pelo contrário, trouxe como testemunha um antigo inimigo.

Duvidas ainda? Grande é o testemunho de Pedro e de João, mas... são gente da casa. Quando a testemunha é um antigo inimigo, um homem que mais tarde há-de morrer por causa de Cristo, quem poderia ainda duvidar do seu testemunho? Maravilho-me diante do plano do Espírito Santo...: concede a Paulo, o antigo perseguidor, que escreva as suas catorze epístolas... Como não se poderiam contestar os seus ensinamentos, concedeu àquele que antes era o inimigo e o perseguidor que escrevesse mais do que Pedro e João; é desta forma que a nossa fé comum pode ser bem confirmada. Perante Paulo, na verdade, todos estavam estupefactos: "Não era ele quem nos perseguia? Náo foi ele que veio aqui para nos levar prisioneirtos?" (Act 9,21). Não fiqueis estupefactos, diz Paulo. Eu sei bem: para mim "é duro recalcitrar contra o aguilhão" (Act 26,14). "Não sou digno de ser chamado apóstolo porque persegui a Igreja de Deus " (1 Co 15,9); mas "ele fez-me misericórdia: aquilo que eu fazia era por ignorância"... "A graça de Deus superabundou em mim" (1 Tm 1,13-14).



Tu meu Deus a quem busco

Tu meu Deus a quem busco
sede de Ti tenho na alma
qual terra seca
qual terra seca sem alma

Ref.:
Porque o Teu amor é maior que a vida
meus lábios querem cantar para Ti
e assim quero com a vida bendizer-Te
e levantar as mãos abertas para Ti

Quantas vezes de noite
quando o sono se vai
penso em Ti
como criança
minh´alma junta-se a Ti


Tesouro

Nós não nos pregamos a nós
mas ao Senhor
e apenas o fazemos
por Seu amor
das trevaas resplandesce a luz
disse Deus
e foi Ele quem brilhou
no coração dos Seus

Ref.:
Trazemos porém
este tesouro
em vasos de barro
para que se possa ver
vir de Deus
esse poder

Em tudo fomos atribulados
e perseguidos
mas não desemparados
e nunca vencidos
No nosso corpo levamos
sem cessar
a morte de Jesus
para a Sua vida manifestar

terça-feira, janeiro 24, 2006

Evangelho do Dia

Hojé o sétimo dia em que rezamos pela Unidade dos cristãos.
Podíamo-nos lembrar do que significou para nós o ICNE e como continuar o que começámos.


Livro de 2º Samuel 6,12-15.17-19.

Disseram ao rei que o Senhor abençoara a casa de Obededom e todos os seus bens por causa da Arca de Deus. Foi, pois, David e transportou-a da casa de Obededom para a Cidade de David, com grande regozijo. E a cada seis passos que davam os que transportavam a Arca do Senhor, sacrificavam um boi e um carneiro. David, cingindo a insígnia votiva de linho, dançava com todas as suas forças diante do Senhor. O rei e todos os israelitas conduziram a Arca do Senhor, soltando gritos de alegria e tocando trombetas. Introduziram a Arca do Senhor e colocaram-na no seu lugar, no centro do tabernáculo que David construíra para ela; e David ofereceu holocaustos e sacrifícios de comunhão diante do Senhor. Quando David acabou de oferecer holocaustos e sacrifícios de comunhão, abençoou o povo em nome do Senhor do universo e distribuiu alimentos a toda a multidão dos israelitas, homens e mulheres, dando a cada pessoa, um bolo, um pedaço de carne assada e uma filhó. Depois, toda a multidão se retirou, indo cada um para a sua casa.

Livro de Salmos 24,7-10.

portas, levantai os vossos umbrais! Alteai-vos, pórticos eternos, que vai entrar o rei glorioso.
Quem é esse rei glorioso? É o SENHOR, poderoso herói, o SENHOR, herói na batalha.
portas, levantai os vossos umbrais! Alteai-vos, pórticos eternos, que vai entrar o rei glorioso.
Quem é Ele, esse rei glorioso? É o Senhor do universo! É Ele o rei glorioso.



Evangelho segundo S. Marcos 3,31-35.

Nisto chegam sua mãe e seus irmãos que, ficando do lado de fora, o mandam chamar. A multidão estava sentada em volta dele, quando lhe disseram: «Estão lá fora a tua mãe e os teus irmãos que te procuram.» Ele respondeu: «Quem são minha mãe e meus irmãos?» E, percorrendo com o olhar os que estavam sentados à volta dele, disse: «Aí estão minha mãe e meus irmãos. Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

João Paulo II

Ecclesia de Eucharistia


A fé de sua mãe; a fé de seus irmãos


Na escola de Maria, mulher "eucarística":
Em certo sentido, Maria exerceu uma fé eucarística ainda antes da instituição da Eucaristia, pelo facto de ter oferecido o seu seio virginal para a Encarnação do Verbo de Deus. Tal como a encaristia aponta para a Paixão e Ressurreição, de igual modo ela situa-se na continuidade da Encarnação. Na Anunciação, Maria concebeu o Filho de Deus na verdade física do corpo e do sangue, antecipando em si mesma o que numa certa medida se realiza sacramentalmente em todo o crente que recebe, sob as espécies do pão e do vinho, o corpo e o sangue do Senhor.

Existe, pois, uma analogia entre o "sim", o "faça-se em mim" com que Maria responde às palavras do anjo, e o "amen" que cada fiel pronuncia quando recebe o corpo do Senhor. A Maria foi pedido que acreditasse que aquele que ela concebia "por acção do Espírito Santo" era o "Filho de Deus" (Lc 1,30-35). Em continuidade com a fé da Virgem, é-nos pedido que acreditemos que, no mistério eucarístico, esse mesmo Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria, se torna presente na totalidade do seu ser humano e divino, sob as espécies do pão e do vinho. "Feliz aquela que acreditou" (Lc 1,45).

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Evangelho do Dia

Têm rezado pela unidade dos cristãos?

“O Meu reino não é deste mundo” (Jo 18,36). Portanto, os que não põem a sua esperança em Cristo, mas pensam que os demónios são expulsos pelo príncipe dos demónios, esses, diz Jesus, não pertencem a um reino eterno...
Assim que a fé é despedaçada, como pode subsistir o reino dividido?...
Se o reino da Igreja deve subsistir eternamente, é porque a sua fé é indivisível, o seu corpo único: “Há um único Senhor, uma única fé, um único baptismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua por meio de todos e Se encontra em todos”




Livro de 2º Samuel 5,1-7.10.

Todas as tribos de Israel foram ter com David a Hebron e disseram-lhe: «Aqui nos tens: não somos nós da tua carne e do teu sangue? Tempos atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu quem dirigia as campanhas de Israel e o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel e serás o seu chefe.’» Vieram, pois, todos os anciãos de Israel ter com o rei a Hebron. David fez com eles uma aliança diante do Senhor, e eles sagraram-no rei de Israel. David tinha trinta anos quando começou a reinar e reinou quarenta anos: sete anos e seis meses sobre Judá, em Hebron, e trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo o Israel e Judá. O rei marchou com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus, que habitavam aquela terra. Estes disseram a David: «Não entrarás aqui; serás repelido até por cegos e coxos.» Isto queria dizer: «Nunca entrarás aqui.» Contudo, David apoderou-se da fortaleza de Sião, que é a Cidade de David. Deste modo, David ia-se fortificando e o Senhor, Deus do universo, estava com ele.

Livro de Salmos 89,20-22.25-26.

Outrora declaraste, em visão, aos teus fiéis: «Impus o meu diadema a um herói; escolhi um eleito de entre o povo.
Encontrei David, meu servo, e ungi-o com óleo santo.
minha mão estará sempre com ele e o meu braço há-de torná-lo forte.
minha fidelidade e o meu amor estarão com ele; pelo meu nome crescerá o seu poder.
Estenderei o seu poder sobre os mares, e sobre os rios, o seu domínio.


Evangelho segundo S. Marcos 3,22-30.

E os doutores da Lei, que tinham descido de Jerusalém, afirmavam: «Ele tem Belzebu!» E ainda: «É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios.» Então, Jesus chamou-os e disse-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode perdurar; e se uma família se dividir contra si mesma, essa família não pode subsistir. Se, portanto, Satanás se levanta contra si próprio, está dividido e não poderá subsistir; é o seu fim. Ninguém consegue entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens sem primeiro o amarrar; só depois poderá saquear-lhe a casa. Em verdade vos digo: todos os pecados e todas as blasfémias que proferirem os filhos dos homens, tudo lhes será perdoado; mas, quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão: é réu de pecado eterno.» Disse-lhes isto porque eles afirmavam: «Tem um espírito maligno.»
Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Ambrósio (cerca 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja
Tratado sobre o Evangelho de S. Lucas


O seu reino é indivisível e eterno


“Todo o reino dividido contra si próprio corre para a ruína”. Como diziam que ele expulsava os demónios por Belzebu, príncipe dos demónios, ele queria, com estas palavras, mostrar que o seu reino é indivisível e eterno. Ele também respondeu a Pilatos: “O Meu reino não é deste mundo” (Jo 18,36). Portanto, os que não põem a sua esperança em Cristo, mas pensam que os demónios são expulsos pelo príncipe dos demónios, esses, diz Jesus, não pertencem a um reino eterno... Assim que a fé é despedaçada, como pode subsistir o reino dividido?... Se o reino da Igreja deve subsistir eternamente, é porque a sua fé é indivisível, o seu corpo único: “Há um único Senhor, uma única fé, um único baptismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua por meio de todos e Se encontra em todos” (Ef 4,5-6).

Que loucura sacrílega! Como o Filho de Deus tomou a nossa carne para esmagar os espíritos impuros e arrancar o espólio ao príncipe do mundo, como ele também deu aos homens o poder de destruir o espírito do mal, partilhando os despojos – o que é a marca do vencedor –, alguns chamam em sua ajuda o poder do diabo. E contudo, [como diz Lucas], é “o dedo de Deus” (cl 11,20) ou, como diz Mateus, “o Espírito de Deus” que expulsa os demónios. Compreendemos por isso que o Reino de Deus é indivisível como um corpo é indivisível uma vez que Cristo está à direita de Deus e que o Espírito parece ser comparável ao seu dedo.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Evangelho do Dia

Bom dia!

Não se esqueçam de rezar pela unidade dos cristãos!
Rezem uma Avé Maria, ou um terço. Vão á missa durante estes 8 dias. Não se limitem a ler as leituras que aqui aparecem no blog, REZEM-NAS!

Está uma oração no dia 19 de Janeiro, no post
"Oração Pela Unidade dos Cristãos".



Livro de 1º Samuel 24,3-21.

Tomando, pois, Saul três mil homens escolhidos em todo o Israel, foi em busca de David e dos seus homens pelos rochedos de Jelim, só acessíveis às cabras monteses. Chegando perto dos apriscos de ovelhas que encontrou ao longo do caminho, Saul entrou numa gruta para satisfazer as suas necessidades. No fundo desta gruta, encontrava-se David com os seus homens, os quais lhe disseram: «Eis o dia do qual o Senhor te disse: ‘Eu entregarei o teu inimigo nas tuas mãos, para que faças dele o que quiseres.’» David levantou-se e cortou sigilosamente a ponta do manto de Saul. E logo o seu coração se encheu de remorsos por ter cortado a ponta do manto de Saul. E disse aos seus homens: «Deus me guarde de fazer tal coisa ao meu senhor, o ungido do Senhor, estender a minha mão contra ele, pois ele é o ungido do Senhor!» David conteve os seus homens com estas palavras e impediu que agredissem Saul. O rei levantou-se, afastou-se da gruta e prosseguiu o seu caminho. Depois, levantou-se David e saiu da caverna atrás de Saul, clamando: «Ó rei, meu senhor!» Saul voltou-se, e David, inclinando-se, fez-lhe uma profunda reverência. E disse David a Saul: «Porque dás ouvidos ao que te dizem: ‘David procura fazer-te mal’? Viste hoje com os teus olhos que o Senhor te entregou nas minhas mãos, na gruta. O pensamento de te matar assaltou-me, incitou-me contra ti, mas eu disse: ‘Não levantarei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor.’ Olha, meu pai, e vê se é a ponta do teu manto que tenho na minha mão. Se eu cortei a ponta do teu manto e não te matei, reconhece que não há maldade nem revolta contra ti. Não pequei contra ti e tu, ao contrário, procuras matar-me. Que o Senhor julgue entre mim e ti! Que o Senhor me vingue de ti, mas eu não levantarei a minha mão contra ti. O mal vem dos perversos, como diz um provérbio antigo; por isso, não te tocará a minha mão. Mas a quem persegues, ó rei de Israel? A quem persegues? Um cão morto? Uma pulga? Pois bem! O Senhor julgará e sentenciará entre mim e ti. Que Ele julgue e defenda a minha causa, e me livre das tuas mãos.» Logo que David acabou de falar, Saul disse-lhe: «É esta a tua voz, ó meu filho David?» E Saul elevou a voz, soluçando. E disse a David: «Tu portas-te bem comigo, e eu comporto-me mal contigo. Provaste hoje a tua bondade para comigo, pois o Senhor havia-me entregado nas tuas mãos e não me mataste. Qual é o homem que, encontrando o seu inimigo, o deixa ir embora tranquilamente? Que o Senhor te recompense pelo que fizeste comigo! Agora eu sei que serás rei e que nas tuas mãos estará firme o reino de Israel.

Livro de Salmos 57,2-4.6.11.

Tem compaixão de mim, ó Deus, tem compaixão, porque em ti me refugio e me abrigo à sombra das tuas asas, até que passe o perigo.
Clamo ao Deus Altíssimo, ao Deus que faz tudo por mim.
Que Ele me envie do céu a sua ajuda e me salve dos que procuram destruir-me; que Ele envie do céu o seu amor e fidelidade.
Deus, revela nas alturas a tua grandeza, e, sobre toda a terra, a tua glória.
Pois o teu amor é tão grande que chega ao céu e a tua fidelidade chega até às nuvens.



Evangelho segundo S. Marcos 3,13-19.

Jesus subiu depois a um monte, chamou os que Ele queria e foram ter com Ele. Estabeleceu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar, com o poder de expulsar demónios. Estabeleceu estes doze: Simão, ao qual pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que o entregou.

Da Bíblia Sagrada


Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Carta a Diogneto (cerca de 200)
XI


"Para os enviar a pregar"


Não digo nada de estranho, não procuro o paradoxo mas, dócil ao ensino dos apóstolos, quero também eu ensinar as nações. Quero transmitir exactamente a tradição aos que quiserem também tornar-se discípulos da Verdade. Quem... não se apressaria a aprender tudo o que o Verbo de Deus claramente ensinou aos seus discípulos? Porque, ao manifestar-se, esse Verbo, que não foi compreendido pelos que não acreditaram nele, manifestou a verdade aos seus discípulos; exprimindo-se abertamente, disse tudo aos seus discípulos. Reconheceu-os como seus fiéis e eles receberam o conhecimento dos mistérios do Pai.

Foi para isso que o Verbo foi envido ao mundo. E, para ser manifestado ao mundo inteiro..., ele foi proclamado pelos apóstolos para que as nações acreditassem nele. Ele, que era desde o princípio (1 Jo 1,1), manifestou-se na novidade e os discípulos reconheceram-no pela antiguidade. Ele renasce sempre jovem no coração dos santos... Por ele, a Igreja é cumulada de riquezas; a graça desabrocha, multiplica-se nos santos; confere a inteligência da fé, revela os mistérios do Pai; faz compreender os tempos... Ela oferece-se aos que a procuram, respeitando as regras da fé e guardando fielmente a tradição dos Padres da Igreja.

Eis que o temor da Lei é cantado; eis que a graça dos profetas é reconhecida, a fé dos Evangelhos reforçada, a tradição dos apóstolos conservada; a graça da Igreja exulta de alegria. Não contristeis esta graça; assim, conhecereis os segredos que o Verbo de Deus revela por quem quer, quando lhe apraz. Aproximai-vos, escutai e sabereis tudo o que Deus confia aos que o amam de verdade.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Oração Pela Unidade dos Cristãos

Durante estes oito dias, em que nos é pedido que rezemos pela UNIDADE DOS CRISTÃOS, podíamos cada dia rezar:

· Senhor do céu e da terra, nós começámos a escutar teu Espírito Santo que nos chama à unidade em Cristo, por isso nós te agradecemos, Senhor.

· Possamos nós estar mais atentos à tua inspiração e mais dispostos a ouvir-nos uns aos outros. Nós te pedimos, Senhor.

· Nós começámos a dialogar uns com os outros, celebrando a nossa fé comum, que possamos também compreender e aceitar as nossas diferenças. Nós te pedimos, Senhor.

· Que o trabalho paciente dos pastores, dos teólogos e dos cristãos possa continuar a progredir e produzir frutos duráveis. Nós te pedimos, Senhor.

· Pelos acordos já concluídos referentes à teologia e à vida pastoral das diversas Igrejas, Nós te agradecemos, Senhor.

· Pelos encontros anuais de oração pela unidade dos cristãos, Nós te agradecemos, Senhor.

· Para que a oração, em comum, se torne um elemento natural das nossas comunidades locais. Nós te pedimos, Senhor.

· Pelo testemunho comum em Cristo, que nós manifestamos em períodos de crise, de justiça, de paz e de ajuda humanitária. Nós te agradecemos, Senhor.

· Que a nossa unidade possa um dia se tornar tal, que o mundo inteiro creia em Cristo que tu enviaste. Nós te pedimos, Senhor.

· Pelo progresso do diálogo inter-religioso no mundo, Nós te agradecemos, Senhor.

· Por cada um de nós, para que, de agora em diante, perceba mais e mais a urgência da nossa plena comunhão, entre cristãos, como testemunho diante dos outros crentes. Nós te pedimos, Senhor.

· Por todas as famílias interconfessionais, vivas testemunhas de comunhão das pessoas, no amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Nós te agradecemos, Senhor.

· Para que a nossa vida familiar, contribua para a alegria em Cristo dos membros das nossas igrejas. Nós te pedimos, Senhor.

· Pelos imensos progressos das nossas igrejas, na sua comum concepção da Palavra de Deus, a fonte da Revelação, e pelo caminho já percorrido em vista à celebração comum da eucaristia. Nós te agradecemos, Senhor.

· Que esta esperança de partilhar um dia a mesma mesa e de beber na mesma taça, reforce o nosso desejo de fazer Tua vontade para receber de Ti este dom. Nós te pedimos, Senhor

Senhor, Abre os nossos olhos à Tua presença.
Abre os nossos ouvidos ao Teu chamamento.
Abre os nossos corações ao Teu amor.
Que os nossos braços se abram aos outros.
Que os nossos corações se abram aos estrangeiros.
Que as nossas portas se abram àqueles que batem.
Que os nossos corações estejam abertos a Ti, Senhor.
Hoje e para sempre.
Amen

Evangelho do Dia

Livro de 1º Samuel 18,6-9.19,1-7.

Ao regressar o exército, depois de David ter morto o filisteu, de todas as cidades de Israel as mulheres saíram ao encontro de Saul, cantando e dançando alegremente, ao som de tambores e címbalos.
E, à medida que dançavam, cantavam em coro: «Saul matou mil, mas David matou dez mil.»
Saul irritou-se em extremo e ficou sumamente desgostoso por isso. E disse: «Dão dez mil a David e a mim apenas mil! Só lhe falta a coroa!»
A partir daquele dia, não voltou a olhar para David com bons olhos.
Saul falou ao seu filho Jónatas e a todos os seus servos da sua intenção de matar David. Mas Jónatas, filho de Saul, amava cordialmente David
e preveniu-o, dizendo: «Saul, meu pai, quer matar-te. Procura fugir amanhã de manhã; foge para um lugar oculto e esconde-te.
Sairei em companhia de meu pai, até ao lugar onde tu te encontrares; falarei com ele a teu respeito, para ver o que ele pensa, e depois avisar-te-ei.»
Jónatas falou bem de David a seu pai e acrescentou: «Não faças mal algum ao teu servo David, pois ele nunca te fez mal; pelo contrário, prestou-te grandes serviços.
Arriscou a vida, matando o filisteu, e o Senhor deu, assim, uma grande vitória a Israel. Foste testemunha e alegraste-te. Porque queres pecar contra o sangue inocente, matando David sem motivo?»
Saul ouviu as palavras de Jónatas e fez este juramento: «Pela vida do Senhor, David não morrerá!»
Então, Jónatas chamou David, contou-lhe tudo isto e apresentou-o novamente a Saul. David voltou a estar ao seu serviço como antes.



Livro de Salmos 56(55),2-3.9-14.

Tem compaixão de mim, ó Deus, pois há quem me queira destruir, oprimindo-me e fazendo-me guerra todo o dia.
Os meus adversários perseguem-me continuamente; são numerosos, ó Altíssimo, os que lutam contra mim!
Tu contaste os passos do meu peregrinar, recolheste e guardaste as minhas lágrimas. Não está tudo isso anotado no teu livro?
No dia em que eu te invocar, os meus inimigos hão-de retroceder; então ficarei a saber que Deus está por mim.
Celebro a palavra de Deus, celebro a palavra do SENHOR.
Em Deus confio, nada temo: que mal me poderão fazer os homens?
Mantenho as promessas que te fiz, ó Deus, quero cumpri-las com sacrifícios em teu louvor,
porque salvaste da morte a minha vida, e os meus pés, da queda, para andar na presença de Deus, na terra dos vivos.



Evangelho segundo S. Marcos 3,7-12.

Jesus retirou-se para o mar com os discípulos. Seguiu-o uma imensa multidão vinda da Galileia. E da Judeia,
de Jerusalém, da Idumeia, de além-Jordão e das cercanias de Tiro e de Sídon, uma grande multidão veio ter com Ele, ao ouvir dizer o que Ele fazia.
E disse aos discípulos que lhe aprontassem um barco, a fim de não ser molestado pela multidão,
pois tinha curado muita gente e, por isso, os que sofriam de enfermidades caíam sobre Ele para lhe tocarem.
Os espíritos malignos, ao vê-lo, prostravam-se diante dele e gritavam: «Tu és o Filho de Deus!»
Ele, porém, proibia-lhes severamente que o dessem a conhecer.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Efrém (cerca de 306 - 373), diácono na Síria, doutor da Igreja
Diatesseron, oração final



"Muitas pessoas... souberam o que ele fazia e vieram a ele"


Ó misericórdias, enviadas e derramadas sobre todos os homens! É em ti que elas permanecem , Senhor, tu que, na tua piedade para com os homens, foste ao seu encontro. Pela tua morte, abriste-lhes os tesouros das tuas misericórdias... Com efeito, o teu ser profundo está escondido aos olhos dos homens, mas esboçado nos menores movimentos. As tuas obras fornecem-nos o esboço do seu Autor, tal como as criaturas nos designam o seu Criador (Sb 13,1; Rm 1,20), para que possamos tocar aquele que se oculta à investigação intelectual mas se revela nos seus dons. É difícil conseguir estar-lhe presente face a face, mas é fácil aproximarmo-nos dele.
As nossas acções de graças são insuficientes, mas nós te adoramos em todas as coisas, por causa do teu amor para com todos os homens. Distingues cada um de nós pelo fundo do nosso ser invisível, a nós que estamos todos ligados nas nossas fundações pela natureza única de Adão... Nós te adoramos, a ti que colocaste cada um de nós neste mundo, que nos confiaste tudo o que nele se encontra e que nos retirarás dele numa hora que não conhecemos. Nós te adoramos, a ti que puseste a palavra na nossa boca para que pudéssemos apresentar-te os nossos pedidos. Adão te aclama, ele que repousa em paz, e nós, sua posteridade, aclamamos com ele, pois todos somos beneficiários da tua graça. Os ventos te louvam..., a terra te louva..., os mares te louvam..., as árvores te louvam..., as plantas e as flores te bendizem também... Que todas as coisas se juntem e unam as suas vozes para te louvar, ultrapasando-se umas às outras na acção de graças por todas as tuas bondades e unindo-se na paz para te bendizerem; que todas as coisas juntas elevem para ti uma obra de louvor.
A nós, cabe-nos tender para ti com toda a nossa vontade; a ti cabe derramar sobre nós um pouco da tua plenitude, para que a tua verdade nos converta e assim desapareça a nossa fraqueza que, sem a tua graça, não pode alcançar-te, ó Senhor de todos os dons.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Evangelho do Dia

Livro de 1º Samuel 17,32-33.37.40-51.

David disse-lhe: «Ninguém desanime por causa desse filisteu! O teu servo irá combatê-lo.» Disse-lhe Saul: «Não poderás ir lutar contra esse filisteu. Não passas de uma criança, e ele é um homem de guerra desde a sua mocidade.» E acrescentou: «O Senhor, que me livrou das garras do leão e do urso, há-de salvar-me igualmente das mãos desse filisteu.» Disse-lhe o rei: «Vai, e que o Senhor esteja contigo.» E tirou a armadura. Tomou o seu cajado e escolheu no regato cinco pedras lisas, pondo-as no alforge de pastor que lhe servia de bolsa. Depois, com a funda na mão, avançou contra o filisteu. Este, precedido do escudeiro, aproximou-se de David, mediu-o com os olhos e, vendo que era jovem, louro e de aspecto delicado, desprezou-o. Disse-lhe: «Sou eu, porventura, um cão, para vires contra mim de pau na mão?» E amaldiçoou David em nome dos seus deuses. E acrescentou: «Vem, que eu darei a tua carne às aves do céu e aos animais da terra!» David respondeu: «Tu vens para mim de espada, lança e escudo; eu, porém, vou a ti em nome do Senhor do universo, do Deus dos esquadrões de Israel, a quem tu desafiaste. O Senhor vai entregar-te hoje nas minhas mãos e eu vou matar-te, cortar-te a cabeça e dar os cadáveres do campo dos filisteus às aves do céu e aos animais da terra, para que todo o mundo saiba que há um Deus em Israel. E toda essa multidão de gente saberá que não é com a espada nem com a lança que o Senhor triunfa, porque Ele é o árbitro da guerra e Ele vos entregará nas nossas mãos!» Levantou-se o filisteu e avançou contra David. Este também correu para as linhas inimigas ao encontro do filisteu. Meteu a mão no alforge, tomou uma pedra e arremessou-a com a funda, ferindo o filisteu na fronte. A pedra penetrou-lhe na cabeça, e o gigante tombou com o rosto por terra. Assim venceu David o filisteu, ferindo-o de morte com uma funda e uma pedra. E, como não tinha espada na mão, David correu para o filisteu e, quando já estava junto dele, arrancou-lhe a espada da bainha e acabou de o matar, cortando-lhe a cabeça. Vendo morto o seu guerreiro mais valente, os filisteus fugiram.

Livro de Salmos 144,1-2.9-10.

Bendito seja o SENHOR, meu rochedo, que adestra as minhas mãos para a luta e os meus dedos para o combate!
Ele é o meu auxílio e fortaleza, o meu baluarte e o meu refúgio; Ele é o meu escudo e o meu abrigo, que subjuga os povos aos meus pés.
Quero cantar-te, ó Deus, um cântico novo; cantar-te-ei salmos com a harpa de dez cordas.
Tu, que concedes aos reis a vitória, e livras o teu servo David da espada mortal.


Evangelho segundo S. Marcos 3,1-6.

Novamente entrou na sinagoga. E estava lá um homem que tinha uma das mãos paralisada. Ora eles observavam-no, para ver se iria curá-lo ao sábado, a fim de o poderem acusar. Jesus disse ao homem da mão paralisada: «Levanta-te e vem para o meio.» E a eles perguntou: «É permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar uma vida ou matá-la?» Eles ficaram calados. Então, olhando-os com indignação e magoado com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão.» Estendeu-a, e a mão ficou curada. Assim que saíram, os fariseus reuniram-se com os partidários de Herodes para deliberar como haviam de matar Jesus.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Militão de Sardes (? - cerca de 195), bispo
Homilia sobre a Páscoa



"Tendo saído, os fariseus e os partidários de Herodes reuniram-se contra Jesus para ver como o haviam de matar"


Vós não vistes Deus; não reconhecestes o Senhor; não sabeis que é ele, o Primogénito de Deus, aquele que foi gerado antes da estrela da manhã (Sl 109,3), o que fez surgir a luz, que fez brilhar o dia separando-o das trevas, que fixou os primeiros limites, suspendendo a terra, secando o abismo, desdobrando o firmamento..., que criou os anjos no céu, fixando nele os tronos, e que moldou o homem sobre a terra. Foi ele quem escolheu Israel, quem o guiou de Adão a Noé, de Noé a Abraão, de Abraão a Isaac e Jacob e aos doze patriarcas. Foi ele quem conduziu os vossos pais ao Egipto e ali os protegeu e alimentou. Foi ele quem os iluminou com uma coluna de fogo e escondeu com uma núvem, quem abriu o Mar Vermelho e os fez atravessar. Foi ele quem deu o maná do céu, quem os saciou do rochedo, quem lhes deu a Lei e a terra prometida, quem lhes enviou os profetas e suscitou os seus reis. Foi ele que veio a vós, cuidando dos que sofriam e ressuscitando os mortos... É a ele que quereis dar a morte, é ele que entregareis por dinheiro...
Como avaliastes os benefícios que vos foram concedidos?... Considerai agora a mão ressequida que ele restituiu ao corpo. Considerai agora os cegos de nascença que ele devolveu à luz só com a sua palavra. Considerai agora os mortos que ele ergueu do túmulo após três ou quatro dias. São sem preço os dons que ele vos concedeu. E vós... destes-lhe o mal em troca do bem e a aflição em troca da alegria e a morte em troca da vida.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Evangelho do Dia

Livro de 1º Samuel 16,1-13.

O Senhor disse a Samuel: «Até quando chorarás Saul, tendo-o Eu rejeitado para que não reine em Israel? Enche o teu chifre de óleo e vai. Quero enviar-te a Jessé de Belém, pois escolhi um rei entre os seus filhos.» Samuel respondeu: «Como hei-de ir? Se Saul souber, irá tirar-me a vida.» O Senhor disse: «Levarás contigo um novilho e dirás que vais oferecer um sacrifício ao Senhor. Convidarás Jessé para o sacrifício e Eu te revelarei o que deverás fazer. Darás por mim a unção àquele que Eu te indicar.» Fez Samuel como o Senhor ordenara. Ao chegar a Belém, os anciãos da cidade saíram-lhe ao encontro, inquietos, e disseram: «É de paz a tua vinda?» Ele respondeu: «Sim. Venho oferecer um sacrifício ao Senhor; purificai-vos e acompanhai-me para o sacrifício.» Ele mesmo purificou Jessé e os filhos e convidou-os para o sacrifício. Logo que entraram, Samuel viu Eliab e pensou consigo: «Certamente é este o ungido do Senhor.» Mas o Senhor disse a Samuel: «Que te não impressione o seu belo aspecto, nem a sua alta estatura, pois Eu rejeitei-o. O que o homem vê não importa; o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração.» Jessé chamou Abinadab e apresentou-o a Samuel, que disse: «Não é este o que o Senhor escolheu.» Jessé trouxe-lhe, também, Chamá. E Samuel disse: «Ainda não é este o que o Senhor escolheu.» Jessé apresentou-lhe, assim, os seus sete filhos, mas Samuel disse: «O Senhor não escolheu nenhum deles.» E acrescentou: «Estão aqui todos os teus filhos?» Jessé respondeu: «Resta ainda o mais novo, que anda a apascentar as ovelhas.» Samuel ordenou a Jessé: «Manda buscá-lo, pois não nos sentaremos à mesa antes de ele ter chegado.» Jessé mandou então buscá-lo. David era louro, de belos olhos e de aparência formosa. O Senhor disse: «Ei-lo, unge-o: é esse.» Samuel tomou o chifre de óleo e ungiu-o na presença dos seus irmãos. E, a partir daquele dia, o espírito do Senhor apoderou-se de David. E Samuel voltou para Ramá.

Livro de Salmos 89,20-22.27-28.

Outrora declaraste, em visão, aos teus fiéis: «Impus o meu diadema a um herói; escolhi um eleito de entre o povo.
Encontrei David, meu servo, e ungi-o com óleo santo.
minha mão estará sempre com ele e o meu braço há-de torná-lo forte.
Ele me invocará, dizendo: ‘Tu és meu pai, és o meu Deus e o rochedo da minha salvação!’
Eu farei dele o primogénito, o maior entre os reis da terra.



Evangelho segundo S. Marcos 2,23-28.

Ora num dia de sábado, indo Jesus através das searas, os discípulos puseram-se a colher espigas pelo caminho. Os fariseus diziam-lhe: «Repara! Porque fazem eles ao sábado o que não é permitido?» Ele disse: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os que estavam com ele? Como entrou na casa de Deus, ao tempo do Sumo Sacerdote Abiatar, e comeu os pães da oferenda, que apenas aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos que estavam com ele?» E disse-lhes: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. O Filho do Homem até do sábado é Senhor.»
Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI]
Sermões de Quaresma 1981


"O sábado foi feito para o homem"


Na narrativa da creação, o sábado é descrito como o dia em que, na liberdade da adoração, o homem participa na liberdade, no repouso e na paz de Deus. Celebrar o sábado é celebrar a Aliança. Isso significa o retorno às origens, a eliminação das manchas que as nossas múltiplas actividades arrastaram consigo. Isso quer dizer pôr-se a caminho do mundo novo em que não haverá escravos nem senhores, mas apenas filhos de Deus livres, um mundo em que os homens, os animais e a terra participarão juntos e fraternalmente na paz de Deus e na sua liberdade...

[Mas] o homem recusou o repouso, o abandono que vêm de Deus, a adoração com a sua paz e a sua liberdade, e acabou assim por se submeter à acção. Tornou o mundo escravo da sua actividade e, dessa forma, tornou-se ele mesmo escravo. Por essa razão, tinha Deus que dar ao homem o sábado que este não queria. Pela sua recusa do ciclo da liberdade e do abandono que vêm de Deus, o homem tinha-se afastado da sua condição de imagem de Deus e pisado o mundo com seus pés. Eis porque era preciso arrancá-lo à sua escravatura em relação ao seu próprio trabalho. Para tal, Deus tinha de o fazer reencontrar a sua autenticidade, libertá-lo do domínio da acção. "Nada deve ser preferido ao serviço de Deus", escreve S. Bento - em primeiro lugar a adoração, a liberdade e o repouso que vem de Deus. Assim, e só assim, o homem poderá verdadeiramente viver.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Evangelho do Dia

Livro de 1º Samuel 15,16-23.

Samuel disse-lhe: «Cala-te! Vou dizer-te o que o Senhor me disse esta noite.» Saul respondeu: «Fala.»
Samuel disse: «Apesar de te considerares pequeno, acaso não te tornaste chefe das tribos de Israel, e não te ungiu o Senhor rei de Israel?
O Senhor enviou-te a essa expedição, dizendo: ‘Passa ao fio de espada esses amalecitas pecadores e combate contra eles até ao completo extermínio.’
Porque não ouviste a sua voz e te lançaste sobre os despojos, fazendo o que desagrada ao Senhor?»
Respondeu Saul a Samuel: «Eu obedeci à voz do Senhor, fui pelo caminho que Ele me traçou, trouxe Agag, rei dos amalecitas, e exterminei esse povo.
O povo somente tomou dos despojos algumas ovelhas e bois, como primícias do que devia destruir, para os sacrificar ao Senhor, teu Deus, em Guilgal.»
Samuel replicou-lhe, então: «Porventura, o Senhor se compraz tanto nos holocaustos e sacrifícios como na obediência à sua palavra? A obediência vale mais do que os sacrifícios, e a submissão, mais do que a gordura dos carneiros.
A desobediência é tão culpável como a superstição, e a insubmissão é como o pecado da idolatria. Visto, pois, que rejeitaste a palavra do Senhor, também Ele te rejeita e te tira a realeza!»


Livro de Salmos 50(49),8-9.16-17.21.23.

Não te repreendo por causa dos teus sacrifícios; os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não reivindico os novilhos da tua casa, nem os cabritos dos teus currais;
Ao pecador, Deus declara: «Porque andas sempre a falar da minha lei e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos e rejeitas as minhas palavras?
Tens feito tudo isto. Poderei Eu calar-me? Pensavas que Eu era igual a ti? Vou chamar-te a julgamento e lançar-te tudo isto em rosto!»
Honra-me quem oferece o sacrifício de louvor; a quem anda por este caminho farei participar da salvação de Deus. SALMOS


Evangelho segundo S. Marcos
2,18-22.

Estando os discípulos de João e os fariseus a jejuar, vieram dizer-lhe: «Porque é que os discípulos de João e os dos fariseus guardam jejum, e os teus discípulos não jejuam?»
Jesus respondeu: «Poderão os convidados para a boda jejuar enquanto o esposo está com eles? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar.
Dias virão em que o esposo lhes será tirado; e então, nesses dias, hão-de jejuar.»
«Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, pois o pano novo puxa o tecido velho e o rasgão fica maior.
E ninguém deita vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho romperá os odres e perde-se o vinho, tal como os odres. Mas vinho novo, em odres novos.»

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Bem-aventurado Jan van Ruusbroec (1293-1381), cónego regular
Ornamento das Núpcias Espirituais, prólogo



“O Esposo está com eles”


“Aí vem o Esposo, ide ao seu encontro!” (Mt 25,6)... Este Esposo é Cristo, e a Esposa é a natureza humana, criada por Deus “à sua imagem e semelhança” (Gn 1,26) e colocada por ele, desde o início, no lugar mais digno, mais belo, mais rico e mais fértil da terra, que se chamava o Paraíso. Deus tinha submetido a esta natureza humana todas as criaturas, tinha-a cumulado de graça, e tinha-lhe dado um mandamento, de modo que, observando-o, estaria assegurada para sempre a união estável e fiel com o seu Esposo, livre de toda a aflição, de todo o sofrimento e de toda a carência.

Então veio o maligno, o inimigo infernal, que, cheio de inveja do Esposo, tomou a forma de uma serpente manhosa e enganou a mulher; juntas elas enganaram o homem, e assim toda a natureza humana. Desta maneira o inimigo, pelos seus falsos conselhos, roubou esta natureza, a Esposa de Deus, e ela esteve exilada numa terra estrangeira, pobre e miserável, cativa e oprimida...

Mas, assim que Deus viu que tinha chegado o tempo e quando os sofrimentos da sua bem amada o encheram de piedade, enviou o seu Filho único à terra,...no seio da Virgem Maria. Ali o Filho desposou a sua noiva, a nossa natureza, unindo-a à sua pessoa.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Evangelho do Dia

Um pensamento para a vida:

Um cristão nunca é um perfeccionista!
Convive, alegra-se e aceita-se tal como é
porque sabe, como S. Paulo,
que "é na minha fraqueza que se manifesta a força de Deus".


1ª Leitura: Deus nem sempre nos dá o que pedimos. Mas dá-nos sempre o que precisamos.

Evangelho: Impressionante como o difícil não foi acreditar no milagre, mas sim acreditar que Deus nos perdoa.

Comentário: Se Ele procurou os que não O desejavam, o que não fará se o invocam? Se Ele amou os que O odiavam, como iria afastar aqueles que O amam?

Livro de 1º Samuel 8,4-7.10-22.

Reuniram-se todos os anciãos de Israel e vieram ter com Samuel a Ramá.
Disseram-lhe: «Estás velho e os teus filhos não seguem as tuas pisadas. Dá-nos um rei que nos governe, como têm todas as nações.»
Esta linguagem – ‘dá-nos um rei que nos governe’ – desagradou a Samuel, que se pôs em oração diante do Senhor.
O Senhor disse-lhe: «Ouve a voz do povo em tudo o que te disser, pois não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, para que Eu não reine mais sobre eles.
Referiu Samuel todas as palavras do Senhor ao povo que lhe pedia um rei.
E disse: «Eis como será o poder do rei que vos há-de governar: tomará os vossos filhos para guiar os seus carros e a sua cavalaria e para correr diante do seu carro.
Fará deles chefes de mil e chefes de cinquenta, empregá-los-á nas suas lavouras e nas suas colheitas, na fabricação das suas armas e dos seus carros.
Tomará as vossas filhas como suas perfumistas, cozinheiras e padeiras.
Há-de tirar-vos também o melhor dos vossos campos, das vossas vinhas e dos vossos olivais, e dá-los-á aos seus servidores.
Cobrará ainda o dízimo das vossas searas e das vossas vinhas, para o dar aos seus cortesãos e ministros.
Tomará também os vossos servos, as vossas servas, os melhores entre os vossos mancebos e os vossos jumentos, para os colocar ao seu serviço.
Cobrará igualmente o dízimo dos vossos rebanhos. E vós próprios sereis seus servos.
Então, clamareis por causa do rei que vós mesmos escolhestes, mas o Senhor não vos ouvirá.»
Porém, o povo não quis ouvir a voz de Samuel. Disse: «Não! Precisamos de ter o nosso rei!
Queremos ser como todas as outras nações; o nosso rei administrará a justiça, marchará à nossa frente e combaterá por nós em todas as guerras.»
Samuel ouviu todas as palavras do povo e referiu-as ao Senhor.
Então, o Senhor disse: «Faz o que te pedem e dá-lhes um rei.» Samuel disse aos israelitas: «Volte cada um para a sua cidade.»



Livro de Salmos 89(88),16-19.

Feliz da nação que sabe louvar-te, SENHOR, que sabe caminhar na luz do teu rosto.
Em teu nome rejubila a toda a hora e se gloria com a tua justiça.
Na verdade, Tu és a nossa honra e a nossa força; com o teu favor alcançaremos a vitória.
nosso escudo é o SENHOR; o nosso rei é o Santo de Israel!


Evangelho segundo S. Marcos 2,1-12.

Dias depois, tendo Jesus voltado a Cafarnaúm, ouviu-se dizer que estava em casa.
Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e anunciava-lhes a Palavra.
Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens.
Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico.
Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.»
Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações:
«Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?»
Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações?
Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda’?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados,
Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.»
Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»


Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
S. Nicolau Cabasilas ( c. 1320-1363), teólogo laico grego
A vida de Jesus Cristo, livro 6

«Um paralítico trazido por quatro homens»


Invoquemos Cristo a toda a hora, Ele, o princípio de todos os nossos pensamentos. Para o invocar, não é precisa nenhuma preparação da oração, nem lugar especial, nem clamor. Com efeito, Ele não está ausente de nenhum lugar. É impossível que não esteja em nós, pois Ele está mais próximo daqueles que o buscam do que o seu próprio coração. Em consequência, devemos acreditar que Ele nos atenderá para lá das nossas preces, e não duvidarmos disso, apesar dos nossos defeitos. Tenhamos antes confiança, pois Ele é bom para os ingratos e para os pecadores que o invocam. Longe de menosprezar as preces dos seus servos rebeldes, desceu à terra e, em primeiro lugar, chamou aqueles que ainda O não tinham chamado, e nem sequer tinham nunca pensado nEle: «Eu vim, disse Ele, chamar os pecadores» (Mt 9,13). Se Ele procurou os que não O desejavam, o que não fará se o invocam? Se Ele amou os que O odiavam, como iria afastar aqueles que O amam? «Se, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, com mais razão, depois desta reconciliação, seremos salvos pela sua vida.» (Rm 5,10)

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Evangelho do Dia

Evangelho segundo S. Marcos 1,40-45.

Um leproso veio ter com Ele, caiu de joelhos e suplicou: «Se quiseres, podes purificar-me.» Compadecido, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: «Quero, fica purificado.» Imediatamente a lepra deixou-o, e ficou purificado. E logo o despediu, dizendo-lhe em tom severo: «Livra-te de falar disto a alguém; vai, antes, mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que foi estabelecido por Moisés, a fim de lhes servir de testemunho.» Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido, a ponto de Jesus não poder entrar abertamente numa cidade; ficava fora, em lugares despovoados. E de todas as partes iam ter com Ele.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. João da Cruz (1542-1591), carmelita, doutor da Igreja
A Viva Chama de Amor, estrofe 2



"Jesus estendeu a mão e tocou-o"

Ó Vida Divina, tu não tocas para matar, mas para dar a vida; tu não feres, senão para curar. Quando castigas, tocas ligeiramente e isso basta para consumir o mundo. Quando afagas, pousas deliberadamente a tua mão forte, a doçura da tua carícia não tem medida. Ó Mão Divina, feriste-me para me curar; fazes morrer em mim o que me priva da vida de Deus, em quem agora me vejo vivo. E fazes isso pela tua graça generosa, através do toque daquele que é "o esplendor da tua glória, a figura da tua substância" (He 1,3), o teu Filho único, a tua Sabedoria que "se estende com vigor de uma extremidade do mundo até à outra" (Sb 8,1). Ele, o teu Filho único, Mão misericordiosa do Pai, é o toque delicado com que me tocaste, feriste e queimaste interiormente.
Ó toque delicado, Verbo Filho de Deus, tu penetras subtilmente na nossa alma pela delicadeza do teu ser divino; toca-la tão delicadamente que a absorves totalmente em ti, de uma forma tão divina e tão suave "que nunca de tal se ouviu falar em Canaã, nunca tal se viu no país de Teman" (Ba 3,22). Ó toque delicado do Verbo, tão mais delicado para comigo quanto, derrubando as montanhas e quebrando os rochedos do monte Horeb pela sombra do poder que te precedia, te fizeste sentir pelo profeta Elias de forma tão suave e forte "no delicado murmúrio do ar" (1 Re 19,11). Como és tu brisa ligeira e subtil? Diz-me como tocas de forma tão leve e delicada, ó Verbo, Filho de Deus, tu que és tão poderoso e terrivel? Feliz, mil vezes feliz, a alma que tocas de forma tão delicada!... "Tu a guardas no segredo da tua face, isto é, do teu Verbo, do teu Filho, ao abrigo das intrigas dos homens" (Sl 30,21).

terça-feira, janeiro 10, 2006

Evangelho do Dia 11 Janeiro

Livro de 1º Samuel 3,1-10.19-20.

O jovem Samuel servia o Senhor sob a direcção de Eli. O Senhor, naquele tempo, falava raras vezes e as visões não eram frequentes.
Ora certo dia aconteceu que Eli estava deitado, pois os seus olhos tinham enfraquecido e mal podia ver.
A lâmpada de Deus ainda não se tinha apagado e Samuel repousava no templo do Senhor, onde se encontrava a Arca de Deus.
O Senhor chamou Samuel. Ele respondeu: «Eis-me aqui.»
Samuel correu para junto de Eli e disse-lhe: «Aqui estou, pois me chamaste.» Disse-lhe Eli: «Não te chamei, meu filho; volta a deitar-te.»
O Senhor chamou de novo Samuel. Este levantou-se e veio dizer a Eli: «Aqui estou, pois me chamaste.» Eli respondeu: «Não te chamei, meu filho; volta a deitar-te.»
Samuel ainda não conhecia o Senhor, pois até então nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor.
Pela terceira vez, o Senhor chamou Samuel, que se levantou e foi ter com Eli: «Aqui estou, pois me chamaste.» Compreendeu Eli que era o Senhor quem chamava o menino e disse a Samuel:
«Vai e volta a deitar-te. Se fores chamado outra vez, responde: «Fala, Senhor; o teu servo escuta!» Voltou Samuel e deitou-se.
Veio o Senhor, pôs-se junto dele e chamou-o, como das outras vezes: «Samuel! Samuel!» E Samuel respondeu: «Fala, Senhor; o teu servo escuta!»
Samuel ia crescendo, o Senhor estava com ele e cumpria à letra todas as suas predições.
Todo o Israel, desde Dan até Bercheba, reconheceu que Samuel era um profeta do Senhor.



Livro de Salmos 40(39),2-5.7-10.

Invoquei o SENHOR com toda a confiança; Ele inclinou-se para mim e ouviu o meu clamor.
Tirou-me dum poço fatal, dum charco de lodo; assentou os meus pés sobre a rocha e deu firmeza aos meus passos.
Ele pôs nos meus lábios um cântico novo, um hino de louvor ao nosso Deus. Muitos, ao verem isto, hão-de comover-se, hão-de pôr a sua confiança no SENHOR.
Feliz o homem que confia no SENHOR e não se volta para os idólatras, para os que seguem a mentira.
Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas abriste-me os ouvidos para escutar; não pediste holocaustos nem vítimas.
Então eu disse: «Aqui estou! No Livro da Lei está escrito aquilo que devo fazer.»
Esse é o meu desejo, ó meu Deus; a tua lei está dentro do meu coração.
Anunciei a tua justiça na grande assembleia; Tu bem sabes, SENHOR, que não fechei os meus lábios.


Evangelho segundo S. Marcos 1,29-39.

Saindo da sinagoga, foram para casa de Simão e André, com Tiago e João.
A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram dela.
Aproximando-se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los.
À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos,
e a cidade inteira estava reunida junto à porta.
Curou muitos enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era.
De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração.
Simão e os que estavam com Ele seguiram-no.
E, tendo-o encontrado, disseram-lhe: «Todos te procuram.»
Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim.»
E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os demónios.


Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Pedro Crisólogo (cerca de 406 - 450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 18



"Jesus aproximou-se dela e tomou-a pela mão"


Quem escutou com atenção o evangelho deste dia sabe por que razão o Senhor do céu entrou numa humilde casa daquela povoação. Uma vez que, por bondade, veio socorrer todos os homens, não espanta que ele entre em todos os lugares. "Tendo chegado a casa de Pedro, Jesus viu a sogra dele de cama, com febre" (Mt 8,14). Eis o motivo que conduziu Jesus a casa de Pedro: não o desejo de se pôr à mesa mas a debilidade daquela doente; não a necessidade de tomar uma refeição mas a ocasião de realizar uma cura. Veio exercer o seu poder divino e não tomar parte de um banquete com homens, porque não era vinho mas lágrimas o que se derramava em casa de Pedro...
Cristo não entrou, pois, naquela casa para tomar o seu alimento, mas para restaurar a vida. Deus anda à procura dos homens, não dos bens humanos. Quer dar bens celestes; não deseja encontrar as coisas terrestres. Assim, Cristo veio cá abaixo para nos tomar com ele; não veio procurar as coisas que nós possuimos.

Quase Santos

"Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles." (Mt 18,20) -

“Emanuel”, “Deus-conosco!”. Esta é a grande, extraordinária notícia com a qual inicia o Evangelho de Mateus. Em Jesus, o Emanuel, Deus desceu em nosso meio.Depois, o Evangelho termina com uma promessa ainda maior e surpreendente: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.A presença de Deus entre nós não se limitou a um período histórico, à permanência física de Jesus na terra. Ele continua conosco para sempre. Como é que Ele permanece? Onde podemos encontrá-lo? A resposta está justamente no centro do Evangelho de Mateus, lá onde Jesus nos deixa as linhas de vida para a sua comunidade, a Igreja. Dela, Ele falou muitas vezes: afirmou que ela é edificada sobre a rocha de Pedro; Ele a vê recolhida pela sua palavra e reunida ao redor da Eucaristia… Mas neste trecho Ele revela a identidade da Igreja no sentido mais profundo: a Igreja é Ele mesmo, presente entre aqueles que estão reunidos em seu nome. Então, podemos tê-lo sempre presente entre nós, podemos fazer a experiência de Igreja viva, viver a realidade constitutiva da Igreja.

"Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles."
Se é verdade que Ele, o Senhor Ressuscitado, é quem une os fiéis a si e os reúne entre si, e faz de todos o seu corpo, qualquer divisão nas nossas famílias e nas nossas comunidades altera a imagem da Igreja. Cristo não é dividido. Um Cristo fragmentado se torna irreconhecível, desfigurado. Isso vale também para os relacionamentos entre as diversas Igrejas e comunidades eclesiais. O caminho ecumênico nos tornou conscientes de que “o que nos une é muito mais forte do que aquilo que nos separa”. E embora ainda permaneçam alguns aspectos da doutrina e da práxis cristã nos quais ainda não existe unidade na fé, desde já “o elemento mais importante de nossa unidade é a presença de Cristo ressuscitado”.O fato de nos reunirmos em nome de Jesus para fazermos a oração em comum, para conhecermos e compartilharmos as riquezas da fé cristã, para nos pedirmos perdão mutuamente é a premissa que nos levará a superar muitas divisões. Essas iniciativas podem parecer pequenas, mas “nada é pequeno se for realizado por amor”. Jesus entre nós, “fonte de nossa unidade”, nos indicará “como podemos ser os instrumentos da unidade que Deus deseja para nós”.Assim escrevem a Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, ao propor esta “Palavra de Vida”, cujo material foi preparado por um grupo ecumênico de Dublin, na Irlanda. Com efeito, desde 1968 vivemos todos juntos, durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, uma mesma “Palavra de Vida”, o que já é um sinal e uma esperança para o caminho rumo à comunhão plena e visível entre as Igrejas."Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles."Mas, o que significa estarmos unidos no nome de Jesus?Significa estarmos unidos Nele, na sua vontade. E nós sabemos que o seu maior desejo, o “seu” mandamento é que entre nós exista o amor mútuo. Por isso, onde duas ou mais pessoas estiverem prontas a se amarem desta forma, prontas a pospor qualquer coisa para merecer a Sua presença, tudo ao redor muda. Jesus poderá entrar nas casas, nos ambientes de trabalho e de estudo, nas câmaras legislativas e nos estádios, e transformá-los.A Sua presença será luz para a solução dos problemas, será criatividade para enfrentar novas situações pessoais e sociais, será coragem para continuar fiel às decisões mais árduas, será fermento para a existência humana na multiplicidade de suas expressões.A Sua presença espiritual, mas real, estará ali: nas famílias, entre os operários nas fábricas, nas oficinas, nos canteiros de obras; estará com os agricultores nos campos; estará entre os comerciantes, entre os funcionários públicos, em todos os ambientes.Jesus que vive entre nós por meio do amor recíproco, renovado e declarado continuamente, se fará novamente presente neste mundo e o libertará das suas novas formas de escravidão. E o Espírito Santo abrirá novos caminhos.

"Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles."
Pela nossa experiência podemos dizer, com gratidão a Deus, o quanto é verdadeiro aquilo que eu escrevi muitos anos atrás: se estamos unidos, Jesus está entre nós. E isto vale! Vale mais do que qualquer outro tesouro que nosso coração possa ter: mais do que a mãe, o pai, os irmãos, os filhos. Vale mais do que a casa, o trabalho, os bens; mais do que as obras de arte de uma grande cidade como Roma; mais do que os nossos afazeres, mais do que a natureza que nos circunda com as flores e os campos, o mar e as estrelas; vale mais do que a nossa alma!Como é grande, por exemplo, diante do mundo, o testemunho do amor mútuo, segundo o Evangelho, entre um católico e um armênio, entre um metodista e um ortodoxo!Portanto, vivamos também hoje na caridade a vida que Ele nos dá momento por momento.O amor fraterno é mandamento fundamental. Por isso, tem valor tudo aquilo que é expressão de sincera caridade fraterna. E nada daquilo que fazemos vale, se não contiver o sentimento de amor pelos irmãos: pois Deus é Pai e tem no coração sempre e unicamente os filhos.Vivamos para ter Jesus sempre conosco, para levá-lo ao mundo que não conhece a sua paz.

Evangelho do Dia

Livro de 1º Samuel 1,9-20.

Ana levantou-se, depois de ter comido e bebido em Silo. O sacerdote Eli estava instalado no seu assento, à entrada do templo do Senhor. Ana, profundamente amargurada, orou ao Senhor e chorou copiosas lágrimas. E fez um voto, dizendo: «Senhor do universo, se te dignares olhar para a aflição da tua serva e te lembrares de mim, se não te esqueceres da tua serva e lhe deres um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor, por todos os dias da sua vida, e a navalha não passará sobre a sua cabeça.» Ela repetiu muitas vezes a sua oração diante do Senhor; Eli observava o movimento dos seus lábios. Ana, porém, falava só para si e apenas movia os lábios, sem se lhe ouvir palavra alguma. Eli, julgando-a ébria, disse-lhe: «Até quando durará a tua embriaguez? Vai-te embora e deixa passar o efeito do vinho de que estás cheia.» Ana respondeu: «Não é assim, meu senhor; a verdade é que sou uma mulher de espírito atribulado; não bebi vinho nem álcool; apenas estava a desabafar as minhas mágoas na presença do Senhor. Não tomes a tua serva por alguma das filhas de Belial, porque só a grandeza da minha dor e da minha aflição é que me fez falar até agora.» Eli respondeu: «Vai em paz e o Deus de Israel te conceda o que lhe pedes.» Ana respondeu: «Que a tua serva mereça o teu favor.» A mulher foi-se embora, comeu e nunca mais houve tristeza em seu rosto. No dia seguinte pela manhã, prostraram-se diante do Senhor e voltaram para sua casa, em Ramá. Elcana conheceu Ana, sua mulher, e o Senhor lembrou-se dela. Ana concebeu e, passado o seu tempo, deu à luz um filho, ao qual pôs o nome de Samuel, porque dizia: «eu o pedi ao Senhor.»

1 Sam. 2,1.4-8.

Ana orou, entoando este cântico: «Exulta o meu coração de júbilo noSenhor. Nele se ergue a minha fronte, a minha boca desafia os meus adversários, porque me alegro na tua salvação.
O arco dos fortes foi quebrado e os fracos foram revestidos de vigor.
Os saciados tiveram que ganhar o pão e os famintos foram saciados. Até a estéril foi mãe de sete filhos e a mulher que os tinha numerosos, ficou estéril.
O Senhor é que dá a morte e a vida, leva à habitação dos mortos e tira de lá.
O Senhor despoja e enriquece, humilha e exalta.
Levanta do pó o mendigo e tira da imundície o pobre, para os sentar com os príncipes e ocupar um trono de glória; porque são do Senhor as colunas da terra e sobre elas assentou o mundo.


Evangelho segundo S. Marcos 1,21-28.

Entraram em Cafarnaúm. Chegado o sábado, veio à sinagoga e começou a ensinar. E maravilhavam-se com o seu ensinamento, pois os ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei. Na sinagoga deles encontrava-se um homem com um espírito maligno, que começou a gritar: «Que tens a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus.» Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem.» Então, o espírito maligno, depois de o sacudir com força, saiu dele dando um grande grito. Tão assombrados ficaram que perguntavam uns aos outros: «Que é isto? Eis um novo ensinamento, e feito com tal autoridade que até manda aos espíritos malignos e eles obedecem-lhe!» E a sua fama logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :


S. Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho de Marcos



“Eis uma nova doutrina, feita com autoridade”


Jesus dirigiu-se então à sinagoga de Cafarnaum e começou a ensinar. As pessoas estavam espantadas com a sua doutrina, porque Jesus falava “não como os escribas, mas como quem tem autoridade”. Ele não dizia, por exemplo: “Palavra do Senhor!” ou “Assim fala aquele que me enviou”. Não, Jesus falava no seu próprio nome: era ele que falava outrora pela voz dos profetas. Pode dizer-se, apoiando-se num texto, “Está escrito...”. É ainda melhor proclamar, em nome do próprio Senhor, “Palavra do Senhor!”. Mas é outra coisa poder afirmar-se, como Jesus em pessoa, “Em verdade, declaro-vos!...”. Como ousas tu dizer, tu: «Em verdade, eu, declaro-vos!» se tu não és aquele que outrora deu a lei e falou pelos profetas?...

“As pessoas estavam espantadas com a sua doutrina”. Que é que ele ensinava assim de tão novo? Que dizia assim de tão novo? Ele não fazia senão redizer aquilo que declarara pela voz dos Profetas. Mas as pessoas estavam espantadas, porque não ensinava segundo o método dos escribas. Ele ensinava como tendo ele próprio autoridade; não com rabi, mas como Senhor. Ele não falava referindo-se a alguém maior do que ele. Não, a palavra que ele dizia era a sua; e se, afinal, ele tinha esta linguagem de autoridade, era porque ele afirmava presente aquele do qual ele falara pelos profetas: “Eu que vos falava, «eis-me aqui!»”(Is 52, 6)... Jesus também repreende o demónio que se exprime pelo possesso na sinagoga: “Cala-te, disse-lhe ele, e sai deste homem”. Quer dizer: “Sai da minha casa; que fazes tu naquela que é a minha casa? Eu quero entrar aí. Desaparece! Sai desse homem. Deixa esta casa, ela foi preparada para mim... Deus quere-la. Deixa o homem; ele pertence-me. Não quero que ele seja teu. Eu habito o homem; é o meu Corpo. Vai-te!”

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Evangelho do Dia

Livro de Isaías 42,1-4.6-7.

«Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça. Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas. Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça. Não desanimará, nem desfalecerá, até estabelecer na terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam dele. Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão; formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações; para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros, e da prisão, os que vivem nas trevas.

Livro de Salmos 29,1-4.9-10.

Filhos de Deus, prestai ao SENHOR, prestai ao SENHOR glória e honra.
Prestai ao Senhor a glória do seu nome, adorai o SENHOR no seu átrio sagrado.
voz do SENHOR ressoa sobre as águas, o Deus glorioso faz ecoar o seu trovão, o SENHOR está sobre a vastidão das águas.
voz do SENHOR é poderosa, a voz do SENHOR é cheia de majestade.
voz do SENHOR retorce os carvalhos, despoja as árvores dos bosques. No seu santuário todos exclamam: «Glória!»
Para além do dilúvio, está sentado o SENHOR; o SENHOR está sentado como rei eterno.



Evangelho segundo S. Marcos 1,7-11.

E pregava assim: «Depois de mim vai chegar outro que é mais forte do que eu, diante do qual não sou digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandálias. Eu baptizei-vos em água, mas Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo.» Por aqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no Jordão. Quando saía da água, viu serem rasgados os céus e o Espírito descer sobre Ele como uma pomba. E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Máximo de Turim (? - cerca 420), bispo
Sermão para a festa da Epifania



“Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo”


Hoje, o Senhor Jesus veio receber o baptismo. Ele quis lavar o seu corpo na água do Jordão. Poder-se-á dizer: “Porque é que ele, que era o Santo, quis ser baptizado?” Então ouçam. O Cristo é baptizado não para ser santificado pelas águas, mas para santificar ele próprio as águas e purificar pelo seu acto pessoal as ondas que ele toca. Trata-se, pois, muito mais da consagração das águas, do que da de Cristo. Porque, desde que o Salvador é lavado, todas as águas se tornam puras em vista ao nosso baptismo; a fonte é purificada para que a graça seja proporcionada aos povos que virão no futuro. O Cristo avança pois como o primeiro no baptismo para que os povos cristãos o sigam sem hesitar.

E aqui eu entrevejo um mistério. Não tomou assim a dianteira a coluna de fogo através do Mar Vermelho para encorajar os filhos de Israel a continuar a caminhar? Ela atravessou as águas em primeiro lugar para abrir caminho aos que se seguiam. Este acontecimento foi, no testemunho do apóstolo Paulo, um símbolo do baptismo (1Co 10,1s). Era sem dúvida uma espécie de baptismo onde os homens estavam cobertos pela nuvem e conduzidos pelas águas. E tudo isto foi concluído pelo mesmo Cristo nosso Senhor que agora precede no baptismo todos os povos cristãos na coluna do seu corpo, como precedeu através do mar os filhos de Israel na coluna de fogo. A mesma coluna que, outrora, iluminou os olhos dos caminhantes, dá agora a luz ao coração dos crentes. Então ela traçou nas ondas uma estrada sólida, agora ela fortalece neste banho os passos da fé.

sábado, janeiro 07, 2006

Evangelho de Sábado

Olá!

É sábado, bem sei. Mas estava aqui a ler as Leituras de hoje e estou maravilhada!

Desde a Primeira Leitura que nos diz, logo na primeira frase:


Esta é a plena confiança que nele temos: se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos. E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos.

Mais à frente:

Bem sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro; e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo.

E, para acabar:

Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.

Pois é, “Quais são os ídolos que nos perseguem e tentam?” – perguntamos nós.

Senhor, ajuda-nos a reconhecer e a guardar-mo-nos dos ídolos.


Se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos. E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos.

E o Evangelho... Já todos fomos a casamentos. Já todos ouvimos o Evangelho das Bodas de Caná. Mas, eu pelo menos, nunca tinha pensado no milagre que Jesus fez como preparação para recebermos o Pão e Vinho, o Seu Corpo e o Seu Sangue:

No deserto, Nosso Senhor multiplicou o pão, e em Caná, transformou a água em vinho. Habituou assim a boca dos homens ao Seu pão e ao Seu vinho, até ao momento em que lhes deu o Seu corpo e o Seu sangue. Fê-los saborear um pão e um vinho transitórios, para fazer crescer neles o desejo do Seu corpo e do Seu sangue vivificantes...

E aquilo de conquistar um homem pelo estômago...:

Atraiu-nos com coisas agradágeis ao paladar, para nos conduzir àquilo que vivifica plenamente as nossas almas. Escondeu a doçura no vinho que fez, para mostrar aos convidados que tesouro incomparável se esconde no Seu sangue vivificante.

Bem, etc., etc., etc.... LINDO. Como sempre.


1ª Carta de S. João 5,14-21.

Esta é a plena confiança que nele temos: se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos. E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos. Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte, peça, e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado não digo que se reze. Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à morte. Nós bem sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca, mas o Filho de Deus o guarda, e o Maligno não o apanha. E bem sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. Bem sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro; e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro, é Deus e é vida eterna. Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.


Livro de Salmos
149,1-6.9.

Cantai ao SENHOR um cântico novo; louvai-o na assembleia dos fiéis!
Alegre-se Israel no seu criador; regozije-se o povo de Sião no seu rei!
Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe ao som de harpas e tambores!
SENHOR ama o seu povo e honra os humildes com a vitória!
Exultem de alegria os fiéis pelo triunfo de Deus e cantem jubilosos em seus leitos!
Entoem bem alto os louvores de Deus, com a espada de dois gumes na mão,
para lhes aplicarem a sentença que estava determinada. Esta é a glória de todos os seus fiéis.


Evangelho segundo S. João 2,1-11.

Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda. Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!» Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!» Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. Disse-lhes Jesus: «Enchei as vasilhas de água.» Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa.» E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água transformada em vinho, sem saber de onde era se bem que o soubessem os serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!» Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele.
Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja
Diatessarum XII
«Guardaste o vinho bom até agora»


No deserto, Nosso Senhor multiplicou o pão, e em Caná, transformou a água em vinho. Habituou assim a boca dos homens ao Seu pão e ao Seu vinho, até ao momento em que lhes deu o Seu corpo e o Seu sangue. Fê-los saborear um pão e um vinho transitórios, para fazer crescer neles o desejo do Seu corpo e do Seu sangue vivificantes... Atraiu-nos com coisas agradágeis ao paladar, para nos conduzir àquilo que vivifica plenamente as nossas almas. Escondeu a doçura no vinho que fez, para mostrar aos convidados que tesouro incomparável se esconde no Seu sangue vivificante.

Como primeiro sinal, deu um vinho agradável aos convidados, para manifestar que o Seu sangue alegraria a todas as nações. Se o vinho intervém, com efeito, em todas as alegrias da terra, da mesma forma todas as libertações se prendem com o mistério do Seu sangue. Ele deu aos convidados de Caná um vinho excelente que transformou os seus espíritos, para lhes mostrar que a doutrina de que os iria abeberar transformaria os seus corações.

Este vinho, que no princípio não era senão água, foi transformado nos cântaros, símbolo dos primeiros mandamentos enviados por Ele com vista à perfeição. A água transformada é a Lei levada ao seu cumprimento. Os convidados da boda beberam o que tinha sido água, mas sem saborearem essa água. Do mesmo modo, quando ouvimos os antigos mandamentos, saboreamo-los, não no seu antigo sabor, mas no novo.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Evangeloh do dia

1ª Carta de S. João 5,5-13.

E quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus? Este, Jesus Cristo, é aquele que veio com água e com sangue; e não só com a água, mas com a água e com o sangue. E é o Espírito quem dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois são três os que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue; e os três coincidem no mesmo testemunho. Se aceitamos o testemunho dos homens, maior é o testemunho de Deus; e o testemunho de Deus está em que foi Ele a dar testemunho a respeito do seu Filho. Quem crê no Filho de Deus tem esse testemunho consigo. Quem não crê em Deus faz de Deus mentiroso, uma vez que não crê no testemunho que Deus deixou a favor do seu Filho. E este é o testemunho: Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está no seu Filho. Quem tem o Filho de Deus tem a vida; quem não tem o Filho também não tem a vida. Escrevi-vos estas coisas, a vós que credes no Nome do Filho de Deus, para que tenhais a certeza de ter convosco a vida eterna.

Livro de Salmos 147,12-15.19-20.

Glorifica, Jerusalém, o SENHOR; louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou os ferrolhos das tuas portas e abençoou os teus filhos dentro de ti;
Ele estabeleceu a paz nas tuas fronteiras e saciou-te com a flor do trigo.
Ele manda as suas ordens à terra, e a sua palavra corre velozmente;
Ele revela os seus planos a Jacob, os seus preceitos e as suas sentenças a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo, não lhes deu a conhecer os seus mandamentos.


Evangelho segundo S. Marcos 1,7-11.

E pregava assim: «Depois de mim vai chegar outro que é mais forte do que eu, diante do qual não sou digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandálias. Eu baptizei-vos em água, mas Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo.» Por aqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no Jordão. Quando saía da água, viu serem rasgados os céus e o Espírito descer sobre Ele como uma pomba. E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Homilia atribuida a Santo Hipólito de Roma (? - cerca de 235), presbítero e mártir
O mistério do Natal



Eis que o Senhor vem para ser baptizado


Eis que se aproxima o Senhor para receber o baptismo; chega cansado, sem ornamentos, sem escolta, revestido da nossa humanidade, ocultando a sua divina grandeza para iludir a manha da serpente. Não chega dizer que vem ao encontro de João como um senhor que afastou a sua guarda pessoal. Vem como um simples homem, submetido ao pecado, inclinando a fronte para ser baptizado pela mão de João. Este, tocado por tão grande humildade, tenta impedi-lo dizendo: "Eu é que preciso de ser baptizado por ti e és tu quem vem ter comigo?" (Mt 3,12)
Apercebes-te, meu irmão, de como teríamos ficado privados de tão abundantes e tão grandes bens se o Senhor, cedendo ao pedido de João, tivesse renunciado ao baptismo? Porque, até então, os céus estavam fechados para nós e inacessível o mundo lá de cima... Aliás, o Mestre, não recebeu apenas o baptismo. Ele renovou o homem velho e confiou-lhe imediatamente a graça da adopção. Porque de repente os céus abriram-se. O mundo visível e o invisível reconciliaram-se. Os exércitos celestes transbordaram de júbilo; as doenças da terra foram curadas; os mistérios secretos foram revelados, a hostilidade deu lugar à amizade... Cristo, o Esposo, tinha sido baptizado; era preciso então que se abrissem as esplêndidas portas da câmara celeste. O Espírito Santo tinha descido como uma pomba e a voz do Pai tinha ressoado: "Este é o meu Filho Bem-amado!"...
Por isso, peço-vos: vinde, de todas as tribos e nações, vinde à imortalidade do baptismo. Anuncio-vos hoje a vida, a vós que jazeis nas trevas da ignorância. Vinde à liberdade, vós que sois ainda escravos. Vindo ao Reino, vós que estais sob a tirania... Como vir? dizeis vós. Como? Pela água e pelo Espírito Santo. Essa água, misturada com o Espírito, rega o Paraiso, alegra a terra, fecunda o mundo; ela regenera e vivifica o homem, ela na qual Cristo foi baptizado e sobre a qual desceu o Espírito.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Evangelho do dia

1ª Carta de S. João 3,11-21.

Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim que, sendo do Maligno, assassinou o seu irmão. E porque o assassinou? Porque as suas obras eram más, ao passo que as do irmão eram boas. Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia. Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama, permanece na morte. Todo aquele que tem ódio a seu irmão é um homicida; e vós bem sabeis que nenhum homicida mantém dentro de si a vida eterna. Foi com isto que ficámos a conhecer o amor: Ele, Jesus, deu a sua vida por nós; assim também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos. Se alguém possuir bens deste mundo e, vendo o seu irmão com necessidade, lhe fechar o seu coração, como é que o amor de Deus pode permanecer nele? Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade. Por isto conheceremos que somos da verdade e, na sua presença, sentir-se-á tranquilo o nosso coração, mesmo quando o coração nos acuse; pois Deus é maior que o nosso coração e conhece tudo. Caríssimos, se o coração não nos acusa, então temos plena confiança diante de Deus.

Livro de Salmos 100,1-5.

Aclamai o SENHOR, terra inteira,
servi ao SENHOR com alegria, vinde à sua presença com cânticos de júbilo!
Sabei que o SENHOR é Deus; foi Ele quem nos criou e nós pertencemos-lhe, somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas em acção de graças; entrai nos seus átrios com hinos de louvor; glorificai-o e bendizei o seu nome.
SENHOR é bom! O seu amor é eterno! É eterna a sua fidelidade! SALMOS


Evangelho segundo S. João 1,43-51.

No dia seguinte, Jesus resolveu sair para a Galileia. Encontrou Filipe, e disse-lhe: «Segue-me!» Filipe era de Betsaida, a cidade de André e de Pedro. Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: «Encontrámos aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus, filho de José de Nazaré.» Então disse-lhe Natanael: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» Filipe respondeu-lhe: «Vem e verás!» Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse dele: «Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.» Disse-lhe Natanael: «Donde me conheces?» Respondeu-lhe Jesus: «Antes de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira!» Respondeu Natanael: «Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!» Retorquiu-lhe Jesus: «Tu crês por Eu te ter dito: 'Vi-te debaixo da figueira'? Hás-de ver coisas maiores do que estas!» E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho do Homem.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja
11º Sermão sobre o Salmo “Qui habitat”



Os anjos sobem e descem


«Vereis os Anjos… subir e descer por cima do Filho do homem!» Sobem por eles, descem por nós, ou antes descem connosco. Esses espíritos bem-aventurados sobem pela contemplação de Deus, e descem para cuidar de nós e nos guardarem em todos os nossos caminhos (Sl 90, 11). Sobem até Deus para gozar da sua presença; descem até nós para obedecer às Suas ordens, visto que lhes mandou que cuidassem de nós. No entanto, descendo até nós, não ficam de modo algum privados da glória que os faz felizes: vêem sempre a face do Pai…

Quando sobem à contemplação de Deus, procuram a verdade que os enche continuamente ao desejá-la, e que eles desejam sempre ao possui-la. Quando descem, exercem para connosco a misericórdia, já que nos guardam em todos os nossos caminhos. Porque estes espíritos bem-aventurados são os ministros de Deus que nos são enviados em nosso auxílio (Heb 1, 14); e, nessa missão, não é a Deus que prestam serviço, mas a nós. Imitam nisso a humildade do Filho de Deus que não veio para ser servido, mas a servir, e que viveu entre os discípulos como seu servidor (Mt 20, 28). O benefício que os Anjos recebem ao seguir tais caminhos é a sua própria felicidade e a perfeição da obediência na caridade; e o que nós próprios recebemos é a comunicação que se nos faz das graças de Deus e a vantagem de sermos guardados por eles nos nossos caminhos…

Deus mandou os seus anjos não para que te retirem dos teus caminhos, mas para que te guardem cuidadosamente e te conduzam pelos caminhos de Deus, pelos que eles mesmos seguem. Como? – dirás. Os anjos, sem dúvida, agem em toda a pureza e unicamente por caridade; mas tu, ao menos, constrangido e advertido pela necessidade da tua condição, desce, condescende com o teu próximo dando prova de misericórdia para com ele; depois, sempre à imitação dos anjos, eleva o teu desejo e, com todo o fervor do teu coração, esforça-te por subir até à verdade eterna.