quinta-feira, agosto 31, 2006
Fostes enriquecidos com todos os dons, tanto da palavra como do conhecimento, de modo que não vos falta graça alguma.
Paulo, chamado por vontade de Deus a ser apóstolo de Cristo Jesus, e Sóstenes, nosso irmão, à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos, com todos os que em qualquer lugar invocam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: graça e paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Dou incessantemente graças ao meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi concedida em Cristo Jesus. Pois nele é que fostes enriquecidos com todos os dons, tanto da palavra como do conhecimento. Assim, foi confirmado em vós o testemunho de Cristo, de modo que não vos falta graça alguma, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo. É Ele também que vos confirmará até ao fim, para que sejais encontrados irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo Nosso Senhor.
Evangelho segundo S. Mateus 24,42-51.
Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Ficai sabendo isto: Se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a casa. Por isso, estai também preparados, porque o Filho do Homem virá na hora em que não pensais.» «Quem julgais que é o servo fiel e prudente, que o senhor pôs à frente da sua família para os alimentar a seu tempo? Feliz esse servo a quem o senhor, ao voltar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo: Há-de confiar-lhe todos os seus bens. Mas, se um mau servo disser consigo mesmo: 'O meu senhor está a demorar’, e começar a bater nos seus companheiros, a comer e a beber com os ébrios, o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e à hora que ele desconhece; vai afastá-lo e dar-lhe um lugar com os hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
S. Macário (? - 405), monge no Egipto
Homilia 31
"Vigiai, pois não conheceis o dia em que o vosso Senhor virá"
Se o nosso coração não se orgulhar, se não enviarmos os nossos pensamentos a pastar nos prados das ervas loucas do pecado, mas se, pelo contrário, elevarmos o nosso espírito e conduzirmos os nossos pensamentos à presença do Senhor com um desejo fervoroso, então, na sua boa vontade, o Senhor virá seguramente a nós e unir-nos-á verdadeiramente a si...
Apressa-te, pois, a agradar ao Senhor, espera-o incessantemente no teu coração, procura-o nos teus pensamentos, incita a tua vontade e os teus sentimentos a orientarem-se constantemente para ele. Verás então que ele vem a ti e faz de ti a sua morada.
quarta-feira, agosto 30, 2006
Comerás do fruto do teu próprio trabalho
2ª Carta aos Tessalonicenses 3,6-10.16-18.
Ordenamo-vos, irmãos, no nome do Senhor Jesus Cristo, que vos afasteis de todo o irmão que leva uma vida desordenada e oposta à tradição que de nós recebestes. Com efeito, vós próprios sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos desordenadamente entre vós, nem comemos o pão de graça à custa de alguém, mas com esforço e canseira, trabalhámos noite e dia, para não sermos um peso para nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse direito, mas foi para nos apresentarmos a nós mesmos como modelo, para que nos imitásseis. Na verdade, quando ainda estávamos convosco, era isto que vos ordenávamos: se alguém não quer trabalhar também não coma. O Senhor da paz, Ele próprio, vos dê a paz, sempre e em todos os lugares. O Senhor esteja com todos vós. A saudação é do meu punho, de Paulo. É este o sinal em todas as Cartas. É assim que eu escrevo. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós.
Livro de Salmos 128,1-2.4-5.
Felizes os que obedecem ao SENHOR e andam nos seus caminhos.
Comerás do fruto do teu próprio trabalho: assim serás feliz e viverás contente.
Assim vai ser abençoado o homem que obedece ao SENHOR.
SENHOR te abençoe do monte Sião! Possas contemplar a prosperidade de Jerusalém todos os dias da tua vida,
Evangelho segundo S. Mateus 23,27-32.
Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes a sepulcros caiados: formosos por fora, mas, por dentro, cheios de ossos de mortos e de toda a espécie de imundície! Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, que edificais sepulcros aos profetas e adornais os túmulos dos justos, dizendo: 'Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!’ Deste modo, confessais que sois filhos dos que assassinaram os profetas. Acabai, então, de encher a medida dos vossos pais!
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Epístola dita de Barnabé (cerca de 130)
Afastar-se do caminho da hipocrisia e do mal
Há duas vias para o ensino e para a acção: a da luz e a das trevas. A distância entre estas duas vias é grande... A via das trevas é tortuosa e semeada de maldições. É o caminho da morte e do castigo eterno. Tudo o que pode arruinar uma vida está aí: idolatria, arrogância, orgulho do poder, hipocrisia, duplicidade de coração, adultério, assassínio, roubo, vaidade, desobediência, fraude, malícia..., cupidez, desprezo de Deus. Por aí vão os que perseguem as pessoas de bem, os inimigos da verdade..., os que são indiferentes à viúva e ao órfão..., sem atenção ao indigente e que esmagam o oprimido...
Por isso, é justo instruir-se acerca das vontades do Senhor que estão escritas e caminhar junto delas. O que assim agir será glorificado no Reino de Deus. Mas todo aquele que escolher o outro caminho morrerá com as suas obras. Eis porque há uma ressurreição e uma retribuição. A vós, portanto, dirijo um pedido: estais rodeados de pessoas a quem fazer o bem; não deixeis de o fazer.
terça-feira, agosto 29, 2006
Obrigado por este dia
Ao terminar este dia.
Desce a noite sobre nós,
Mas a fé nos alumia.
Obrigado pela vida,
Tua dádiva paterna.
Que a apresentemos sem mancha
No esplendor da luz eterna.
Obrigado pelo muito
Que neste dia nos deste.
E perdoa-nos o pouco
Que de nós Tu recebeste.
Porque és Pai e és amigo,
Sentindo-Te a nosso lado,
Damos ao sono da noite
O coração sossegado.
A Ti, Deus Pai de bondade
E a Jesus, Nosso Senhor,
E ao Espírito Paráclito,
Honra, glória e louvor!
Hino da Liturgia das Horas
«Pede-me o que quiseres e eu to darei.» «Que hei-de pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Baptista.»
Na verdade, tinha sido Herodes quem mandara prender João e pô-lo a ferros na prisão, por causa de Herodíade, mulher de Filipe, seu irmão, que ele desposara. Porque João dizia a Herodes: «Não te é lícito ter contigo a mulher do teu irmão.» Herodíade tinha-lhe rancor e queria dar-lhe a morte, mas não podia, porque Herodes temia João e, sabendo que era homem justo e santo, protegia-o; quando o ouvia, ficava muito perplexo, mas escutava-o com agrado. Mas chegou o dia oportuno, quando Herodes, pelo seu aniversário, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e aos principais da Galileia. Tendo entrado e dançado, a filha de Herodíade agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que quiseres e eu to darei.» E acrescentou, jurando: «Dar-te-ei tudo o que me pedires, nem que seja metade do meu reino.» Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Baptista.» Voltando a entrar apressadamente, fez o seu pedido ao rei, dizendo: «Quero que me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João Baptista.» O rei ficou desolado; mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar. Sem demora, mandou um guarda com a ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi e decapitou-o na prisão; depois, trouxe a cabeça num prato e entregou-a à jovem, que a deu à mãe. Tendo conhecimento disto, os discípulos de João foram buscar o seu corpo e depositaram-no num sepulcro.
Da Bíblia Sagrada
segunda-feira, agosto 28, 2006
Cristo chama-nos a escolher o caminho que conduz ao Seu Reino
Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque fechais aos homens o Reino do Céu! Nem entrais vós nem deixais entrar os que o querem fazer. Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, que devorais as casas das viúvas, com o pretexto de prolongadas orações! Por isso, sereis mais rigorosamente julgados. Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito e, depois de o terdes seguro, fazeis dele um filho do inferno, duas vezes pior do que vós! Ai de vós, guias cegos, que dizeis: 'Se alguém jura pelo santuário, isso não tem importância; mas, se jura pelo ouro do santuário, fica sujeito ao juramento.’ Insensatos e cegos! Que é o que vale mais? O ouro ou o santuário, que tornou o ouro sagrado? Dizeis ainda: 'Se alguém jura pelo altar, isso não tem importância; mas, se jura pela oferta que está sobre o altar, fica sujeito ao juramento.’ Cegos! Qual é o que vale mais? A oferta ou o altar, que torna sagrada a oferta? Portanto, jurar pelo altar é o mesmo que jurar por ele e por tudo o que está sobre ele; jurar pelo santuário é jurar por ele e por aquele que nele habita; jurar pelo Céu é jurar pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Epístola dita de Barnabé (cerca de 130)
§19
Cristo chama-nos a escolher o caminho que conduz ao Seu Reino (Mt 7,13)
Há dois caminhos para o ensino e para a acção: o da luz e o das trevas. É grande a distância entre esses dois caminhos. Ao longo de um deles, estão os anjos de Deus, transportando a luz; no outro, estão os anjos de Satanás...
Eis o caminho da luz. Quem quiser caminhar por ele até ao fim terá de se aplicar à sua tarefa. Este é o conhecimento que nos foi dado para avançarmos nesse caminho: amarás aquele que te criou, temerás o que te modelou, glorificarás o que te resgatou da morte, serás simples de coração e rico de espírito. Não te ligarás aos que pisam o caminho da morte... Não te exaltarás mas serás sempre humilde. Não procurarás glória em nada, não tramarás maus desígnios contra o teu próximo... Não farás acepção de pessoas insistindo sobre as suas faltas. Serás manso e pacífico e respeitarás as palavras que tiveres ouvido. Não guardarás rancor ao teu irmão.
Não te interrogarás sobre o que o amanhã te reserva. Não invocarás em vão o nome do Senhor; amarás o teu próximo mais do que à vida. Não praticarás o aborto e não farás morrer o recém-nascido... Acolherás os acontecimentos da tua vida como benefícios, sabendo que nada te acontece fora de Deus...
Partilharás tudo com o teu próximo, sem a nada chamar o teu próprio bem (Act 4,32). Porque, se pondes em comum os bens incorruptíveis, quanto mais os que desaparecem... Até ao fim odiarás o mal... Julgarás com equidade. Não criarás divisão mas restabelecerás a paz reconciliando os adversários. Confessarás o teu pecado. Não virás rezar com má consciência.
sábado, agosto 26, 2006
Sempre pela Paz
Luz da Luz, fonte de vida:
Brilhai sobre a humanidade
Nas trevas escurecida.
Sois o Filho muito amado
Em quem o Pai Se compraz:
Sol da graça e da justiça,
Caminho da nossa paz.
Vinde iluminar a terra
E abrasá-la em Vosso amor:
Ó Luz plena e verdadeira,
Ficai connosco, Senhor.
Glória a Vós, Senhor Jesus,
E a Deus Pai omnipotente
E ao Espírito Paráclito.
Glória a Deus eternamente!
da Liturgia das Horas
sexta-feira, agosto 25, 2006
Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
PARABÉNS JOÃOZINHO !!!
Maravilhas
Maravilhas fez em mim
Minh’alma canta de gozo
Pois na minha pequenez
Se detiveram Seus olhos
E o Santo e Poderoso
Espera hoje por meu sim
Minha alma canta de gozo
Maravilhas fez em mim
Maravilhas fez em mim
Da alma brota meu canto
O Senhor me amou
Mais que aos lírios do campo
E por Seu Espírito Santo
Ele habita hoje em mim
Que não pare nunca este canto
Maravilhas fez em mim
Evangelho segundo S. Mateus 22,34-40.
Constando-lhes que Jesus reduzira os saduceus ao silêncio, os fariseus reuniram-se em grupo. E um deles, que era legista, perguntou-lhe para o embaraçar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?» Jesus disse lhe: Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo António de Lisboa (cerca de 1195 - 1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermões para os domingos e festas
Amar a Deus, ao próximo e a si mesmo
Ama-te a ti mesmo, tal como te criou Aquele que te amou. Despreza-te, tal como te fizeste a ti mesmo. Submete-te ao que está acima de ti; despreza o que está abaixo de ti. Ama-te a ti mesmo da mesma forma que te amou Aquele que se entregou por ti. Depreza-te, por teres desprezado o que Deus fez e amou em ti...
Queres guardar sempre Deus no teu espírito? Olha-te tal como Deus te fez. Não vás à procura de um outro tu, não te tornes outro diferente daquilo que Deus te fez. Assim, terás sempre Deus no teu espírito.
quinta-feira, agosto 24, 2006
Amor infinito
O que Deus nos pede e nos oferece é que recebamos a Sua infinita misericórdia.
Que Deus nos ama é uma realidade por vezes pouco acessível. Mas quando descobrimos que o Seu amor é antes de tudo perdão, o nosso coração encontra sossego e acaba por transformar-se."
da Carta por Acabar, Taizé 2006
Deus só nos pode dar o Seu amor,
O Senhor é bondade!
Deus é bondade. Ele que perdoa.
(Cântico de Taizé)
A maneira de chegar ao céu é AMAR!
Se crês em Deus
Se crês em Deus
Se acreditas que Ele há-de voltar
Segue o caminho
que Jesus te veio ensinar
Então verás, que a vida
se pode tornar melhor
R: Cantarei, cantarei
O que Deus nos veio ensinar
Que a maneira de chegar ao céu
é amar, é amar, é amar
O pobre, o rico e o pecador
E tudo o que nesta vida é querido
Do Senhor
Se Deus quiser
Hei-de deixar de pensar em mim
E assim roubar
Tempo ao tempo para O adorar
Serei feliz e comigo será todo o que, cantar
Evangelho segundo S. João 1,45-51.
Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: «Encontrámos aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus, filho de José de Nazaré.» Então disse-lhe Natanael: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» Filipe respondeu-lhe: «Vem e verás!» Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse dele: «Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.» Disse-lhe Natanael: «Donde me conheces?» Respondeu-lhe Jesus: «Antes de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira!» Respondeu Natanael: «Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!» Retorquiu-lhe Jesus: «Tu crês por Eu te ter dito: 'Vi-te debaixo da figueira'? Hás-de ver coisas maiores do que estas!» E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho do Homem.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
S. Siluane (1866-1938), monge ortodoxo
Escritos
Na senda de Bartolomeu - Natanael, os apóstolos de hoje
Depois da Ascensão do Senhor, os apóstolos ficaram cheios de uma grande alegria, tal como nos diz o Evangelho (Lc 24,52). O Senhor sabe que alegria lhes deu e quão intensamente a alma deles a experimentou. A sua primeira alegria era a de conhecerem o verdadeiro Senhor, Jesus Cristo; a segunda, a de o amarem; a terceira, a de conhecerem a vida eterna e celestial; a quarta, a de desejarem a salvação para todo o mundo, tal como para eles próprios. Por fim, estavam inundados de alegria porque conheciam o Espírito Santo e viam com agia neles.
Os apóstolos percorriam a terra e falavam ao povo do Senhor e do Reino dos Céus, mas as suas almas estavam cheias de saudades e aspiravam a ver o Senhor. Por isso, eles não temiam a morte mas iam ao seu encontro cheios de alegria; se desejavam viver na terra, era apenas por amor aos homens. Os apóstolos amavam o Senhor e por isso não receavam qualquer tribulação. Amavam o Senhor, mas amavam também os homens, e esse amor retirava-lhes todo o temor. Não temiam nem as tribulações nem a morte e por isso o Senhor os enviou por todo o mundo para iluminarem os homens.
Até aos nossos dias, há gente de oração que experimenta este amor divino e a ele aspira dia e noite. Servem o mundo com a sua oração e com os seus escritos. Mas esta tarefa recai sobretudo nos pastores da Igreja, que têm em si uma graça tão grande que, se os homens lhe pudessem ver o brilho, o mundo inteiro ficaria maravilhado. Mas o Senhor escondeu-o, a fim de que os seus servos não se orgulhem dele mas se salvem na humildade.
quarta-feira, agosto 23, 2006
Trabalhai por Jesus
Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.
Ainda que eu fale a língua dos Anjos
Se não amo os meus irmãos
Sou como um sino a ressoar
Se não tiver em mim a caridade
Se a minha fé transpuser montanhas
Mas esqueço os meus irmãos
Nada me vale, eu nada sou
Se não tiver em mim a caridade
A caridade tudo sofre e crê
Tudo espera tudo suporta
Não pensa mal, nunca se irrita
Se não tiver amor eu não sou nada
Agora vemos como num espelho
Mas depois veremos face a face
Agora a fé, agora a esperança
Mas a maior é sempre a caridade
Livro de Salmos 23,1-6.
SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Em verdes prados me faz descansar e conduz-me às águas refrescantes.
Reconforta a minha alma e guia-me por caminhos rectos, por amor do seu nome.
Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu estás comigo. A tua vara e o teu cajado dão-me confiança.
Preparas a mesa para mim à vista dos meus inimigos; ungiste com óleo a minha cabeça; a minha taça transbordou.
Na verdade, a tua bondade e o teu amor hão-de acompanhar-me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do SENHOR para todo o sempre.
Evangelho segundo S. Mateus 20,1-16.
«Com efeito, o Reino do Céu é semelhante a um proprietário que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para a sua vinha. Saiu depois pelas nove horas, viu outros na praça, que estavam sem trabalho, e disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.’ E eles foram. Saiu de novo por volta do meio-dia e das três da tarde, e fez o mesmo. Saindo pelas cinco da tarde, encontrou ainda outros que ali estavam e disse-lhes: 'Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’ Responderam-lhe: 'É que ninguém nos contratou.’ Ele disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha.’ Ao entardecer, o dono da vinha disse ao capataz: 'Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até aos primeiros.’ Vieram os das cinco da tarde e receberam um denário cada um. Vieram, por seu turno, os primeiros e julgaram que iam receber mais, mas receberam, também eles, um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: 'Estes últimos só trabalharam uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o cansaço do dia e o seu calor.’ O proprietário respondeu a um deles: 'Em nada te prejudico, meu amigo. Não foi um denário que nós ajustámos? Leva, então, o que te é devido e segue o teu caminho, pois eu quero dar a este último tanto como a ti. Ou não me será permitido dispor dos meus bens como eu entender? Será que tens inveja por eu ser bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequese baptismal 13
O homem da décima primeira hora
Um dos ladrões crucificados com Jesus gritava: “Lembra-te de mim, Senhor! Para Ti que me volto neste momento. Não Te falo das minhas obras, porque elas me fazem tremer. Qualquer homem tem boas disposições relativamente aos seus companheiros de viagem; eis-me aqui, Teu companheiro de viagem para a morte. Lembra-Te de mim, teu companheiro de viagem, não apenas agora, mas quando chegares ao Teu Reino” (Lc 24, 42).
Que poder te iluminou, ó bom ladrão? Quem te ensinou a assim adorar Aquele que foi desprezado e crucificado contigo? Ó Luz eterna, que iluminas aqueles que se encontram nas trevas (Lc 1, 79)! “Tem coragem! Em verdade te digo, que hoje estarás comigo no paraíso, porque hoje ouviste a Minha voz e não endureceste o coração” (Sl 94, 8). Por ter desobedecido, Adão foi rapidamente expulso do jardim do paraíso. Tu, que hoje obedeceste à fé, serás salvo. Para Adão, a árvore foi ocasião de queda; a ti, a árvore far-te-á entrar no paraíso.
Ó graça imensa e inexprimível: ainda Abraão, o fiel por excelência, não tinha entrado, quando o ladrão entrou. Espantado com o facto, Paulo comenta: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rom 5, 20). Aqueles que haviam penado todo o dia ainda não tinham entrado no reino e ele, o homem da décima primeira hora, é admitido sem tardar. Que ninguém murmure contra o Mestre: “A ninguém faço injustiça; não terei o poder de fazer o que quero em Minha casa?” O ladrão quer ser justo, Eu contento-me com a sua fé. Eu, o Pastor, encontrei a ovelha perdida e pu-la aos ombros (Lc 15, 5), porque ela Me disse: “Errei, mas recorda-Te de mim, Senhor, quando entrares no Teu reino.
terça-feira, agosto 22, 2006
O meu Amparo
«Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível.»
O Evangelho lembra-me a entrega de Madre Teresa de Calcutá...
Evangelho segundo S. Mateus 19,23-30.
Jesus disse, então, aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu. Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu.» Ao ouvir isto, os discípulos ficaram estupefactos e disseram: «Então, quem pode salvar-se?» Fixando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível.» Tomando a palavra, Pedro disse-lhe: «Nós deixámos tudo e seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade vos digo: No dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono de glória, vós, que me seguistes, haveis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
S. Pedro Damião (1007-1072), eremita e depois bispo, doutor da Igreja
Sermão 9
É preciso que vivamos desprendidos do que possuimos e da nossa própria vontade, se quisermos seguir aquele que não tinha "onde repousar a cabeça" (Lc 9,58) e que veio, "não para fazer a sua vontade, mas para fazer a vontade daquele que o enviou" (Jo 6,38)... Dessa forma, conheceremos por experiência o que a Verdade promete quem abandona tudo e a segue: "Receberá o cêntuplo..., e terá como herança a vida eterna" (Mc 10,30). Com efeito, o dom do cêntuplo é para nós um reconforto para a caminhada e a posse da vida eterna fará a nossa felicidade para sempre na pátria celeste.
Mas que é este cêntuplo? Muito simplesmente as consolações do Espírito doce como o mel, as suas visitas e os seus primeiros frutos. É o testemunho da nossa consciência, é a feliz e jubilosa esperança dos justos, é a recordação da superabundante bondade de Deus, é também, em verdade, a imensidão da sua doçura. Os que fizeram a experiência destes dons não precisam que se lhes fale deles; por outro lado, quem poderia descrevê-los com simples palavras aos que não os experimentaram?
segunda-feira, agosto 21, 2006
Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; Depois, vem e segue-me.
Evangelho segundo S. Mateus 19,16-22.
Aproximou-se dele um jovem e disse-lhe: «Mestre, que hei-de fazer de bom, para alcançar a vida eterna?» Jesus respondeu-lhe: «Porque me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas, se queres entrar na vida eterna, cumpre os mandamentos.» «Quais?» perguntou ele. Retorquiu Jesus: Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe; e ainda: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: «Tenho cumprido tudo isto; que me falta ainda?» Jesus respondeu: «Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Ao ouvir isto, o jovem retirou-se contristado, porque possuía muitos bens.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja
O Castelo Interior, Terceiras Moradas, cap. 1
Ó Jesus! Haverá entre nós uma única que diga que não quer ir até ao fim? Certamente que ninguém o dirá. Todas nós garantimos que o queremos. Mas não basta dizê-lo, é preciso mais alguma coisa para que Deus seja o Senhor absoluto de uma alma. Prova disso é o jovem a quem Nosso Senhor perguntou se queria ser perfeito.
Entrai, entrai dentro de vós, minhas filhas, ultrapassai os vossos pequeninos actos de virtude. Como cristãs, estais obrigadas a tudo isso, e a muito mais. Contentando-vos em ser servas de Deus, não elevando as vossas pretensões tão alto, arriscais-vos a tudo perder. Pensai nos santos que entraram nos aposentos deste Rei (cf. Cant 1, 4) e vereis a que distância vos encontrais deles. Não peçais aquilo que não merecestes. Depois de termos ofendido a Deus como ofendemos, nem sequer deveria ocorrer-nos que poderemos jamais, sejam quais forem as nossas boas obras, merecer os favores concedidos aos santos. Humildade! Humildade! Sinto-me tentada a considerar que, se determinadas pessoas se afligem tanto com as suas securas, é porque lhes falta um pouco desta virtude. Experimentemo-nos, minhas irmãs, ou deixemos que Deus nos experimente. Ele bem sabe fazê-lo, embora nós nos recusemos frequentemente a compreendê-lo.
Se, no momento em que nos diz o que temos de fazer para sermos perfeitos, nós lhe voltarmos as costas e nos formos embora tristes, como o jovem do Evangelho, que quereis que Ele faça, Ele que tem de dar a recompensa segundo o amor que Lhe tivermos? Este amor não pode, minhas filhas, ser um fruto vão da imaginação, antes deve ser provado com obras. Mas não imagineis que Deus precisa das nossas obras; aquilo de que precisa é da determinação da nossa vontade. É indubitável: se perseverarmos neste despojamento e neste abandono de tudo, obteremos aquilo que desejamos. Mas com uma condição, compreendei-o bem: de que nos consideremos servos inúteis (cf. Lc 12, 48).
Vem e segue-Me
De que forma é que eu me preocupo com a bondade?
Como vivo na minha vida o desafio proposto por Jesus àquele homem?
Em que momentos da minha vida já senti tristeza e o que é que esteve na sua origem?
domingo, agosto 20, 2006
Silêncio... Paz...
e os teus lábios das palavras mentirosas.
Desvia-te do mal e faz o bem,
procura a paz e segue-a.
do Salmo 34(33)
Que faço eu, que não consigo dar?
Quisera eu amar, nada pedir p'ra mim,
Quisera eu a Ti saber amar."
(Olhando à minha volta - APL)
sexta-feira, agosto 18, 2006
Não separe o Homem o que Deus uniu.
Evangelho segundo S. Mateus 19,3-12.
Alguns fariseus, para o experimentarem, aproximaram-se dele e disseram-lhe: «É permitido a um homem divorciar-se da sua mulher por qualquer motivo?» Ele respondeu: «Não lestes que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher, e disse: Por isso, o homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois um só? Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» Eles, porém, objectaram: «Então, porque é que Moisés preceituou dar-lhe carta de divórcio, ao repudiá-la?» Respondeu Jesus: «Por causa da dureza do vosso coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao princípio, não foi assim. Ora Eu digo-vos: Se alguém se divorciar da sua mulher excepto em caso de união ilegal e casar com outra, comete adultério.» Os discípulos disseram-lhe: «Se é essa a situação do homem perante a mulher, não é conveniente casar-se!» Respondeu-lhes Jesus: «Nem todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado. Há eunucos que nasceram assim do seio materno, há os que se tornaram eunucos pela interferência dos homens e há aqueles que se fizeram eunucos a si mesmos, por amor do Reino do Céu. Quem puder compreender, compreenda.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Bênção dos esposos
« Os dois serão um só»
Irmãos, vamos pedir a Deus que abençoe estes novos esposos que vão receber conjuntamente o corpo e o sangue de Jesus Cristo.
Senhor nosso Deus, tu chamaste pelo seu nome F.... e F...., para que dando-se um ao outro, se tornem uma só carne e um só espírito; dá-lhes o corpo do teu Filho por quem se realizará a sua unidade. Tu és a fonte do seu amor e puseste neles o desejo de felicidade que os anima, dá-lhes o sangue do teu Filho que santificará o seu amor e sua alegria.
Recebendo o Pão da Vida e o Cálice da Salvação, que aprendam a dar a vida pelos outros; que eduquem na fidelidade ao Evangelho os filhos que nascerão do seu amor; que procurem, antes de todas as coisas, o Reino de Deus e a sua justiça; que sejam úteis ao mundo em que viverem; que se mostrem hospitaleiros para com os mais pobres; que possam sempre dar-te graças e venham assiduamente renovar a sua aliança comungando conjuntamente o corpo ressuscitado de Jesus Cristo.
É por Ele que te pedimos: pois que santificou as Bodas de Caná, e purificou a Sua Igreja entregando-se por ela, sabemos que intercede junto de Ti pelos nossos amigos F... e F..., hoje, amanhã e todos os dias da sua vida, até à eternidade.
quinta-feira, agosto 17, 2006
De olhos postos em Jesus
Oculi nostri ad Dominum Jesum,
Oculi nostri ad Dominum nostrum.
(Cântico de Taizé)
Perdoar ao seu irmão do íntimo do coração
Perdoa-me Senhor
Perdoa-me Senhor
Às vezes esqueço que dai olhas por nós
E não me lembro de parar e ouvir-te a voz
Ando num mundo em que não sinto
Em que me escondo e em que minto
Fico menor
Ajuda-me senhor
A ver a esperança quando á volta tudo é dor
A ganhar força e a voltar a acreditar
Eu já perdi a confiança
Já não sou mais uma criança
Não sei sonhar
Perdoa-me senhor
Por fechar a minha mão sem a estender
Por não lembrar que devo dar sem receber
E em vez de sim Te digo não
Por isso peço o teu perdão
Senhor
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
. João Crisóstomo (c.345-407), bispo de Antioquia depois de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre S. Mateus, nº 61
Cristo pede-nos portanto duas coisas: condenar os nossos pecados e perdoar os dos outros, fazer a primeira coisa por causa da segunda, que será então mais fácil, pois aquele que pensa nos seus pecados será menos severo para com o seu companheiro de miséria. E perdoar não só de boca, mas do fundo do coração, para não virar contra nós próprios o ferro com que julgamos atingir os outros. Que mal pode fazer-te o teu inimigo, que seja comparável ao que tu fazes a ti próprio com a tua aspereza?
Considera pois quantas vantagens retiras duma injúria humildemente sofrida e com doçura. Tu mereces assim, em primeiro lugar - e é o mais importante – o perdão dos teus pecados. Exercitas-te, depois, na paciência e na coragem. Em terceiro lugar, adquires a doçura e a caridade, pois aquele que é incapaz de se zangar com os que lhe causaram desgosto, será ainda muito mais caridoso para com aqueles que o amam. Em quarto lugar, desenraízas inteiramente a cólera do teu coração, o que é um bem sem igual. Aquele que liberta a sua alma da cólera, desembaraça-a também, evidentemente, da triteza: não gastará a sua vida em desgostos e vãs inquietudes. Assim, punimo-nos a nós mesmos ao odiarmos os outros; fazemos bem a nós mesmos ao amá-los. Desse modo todos te venerarão, mesmo os teus inimigos, ainda que sejam demónios. Melhor ainda, não terás mais inimigos, comportando-te assim.
Então, Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Por isso, o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens, a fim de pagar a dívida. O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo: 'Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’ Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: 'Paga o que me deves!’ O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando: 'Concede-me um prazo que eu te pagarei.’ Mas ele não concordou e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto lhe devia. Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor. O senhor mandou-o, então, chamar e disse-lhe: 'Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste; não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?’ E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.» Quando acabou de dizer estas palavras, Jesus partiu da Galileia e veio para a região da Judeia, na outra margem do Jordão.
Da Bíblia Sagrada
quarta-feira, agosto 16, 2006
Evangelhos de dia 15 e 16 de Agosto ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA e "Tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu"
15 de Agosto de 2006
A Igreja celebra : Solenidade da Assunção de Nossa Senhora
Evangelho segundo S. Lucas 1,39-56.
Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.» Maria disse, então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.» Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São João Damasceno (c. 675-749), monge, teólogo, doutor da Igreja
I Homilia sobre a Dormição, 11-14
Ó Mãe de Deus, sempre virgem, a tua sagrada partida deste mundo é verdadeiramente uma passagem, uma entrada na morada de Deus. Saindo deste mundo material, entras numa “pátria melhor” (Heb 11, 16). O céu acolheu com alegria a tua alma: “Quem é esta, que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol?” (Cant 6, 10) “O rei introduziu-te nos seus aposentos” (Cant 1, 4) e os anjos glorificam aquela que é a Mãe do seu próprio Senhor, por natureza e em verdade, segundo o plano de Deus. […]
Os apóstolos levaram o teu corpo sem mancha, o teu corpo, verdadeira arca da aliança, e depositaram-no no seu santo túmulo. E aí, como que passando outro Jordão, tu chegaste à verdadeira Terra prometida, à “Jerusalém lá do alto” (Gal 4, 26), de que Deus é arquitecto e construtor. Porque a tua alma não desceu “à habitação dos mortos”, nem “a tua carne conheceu a decomposição” (Act 2, 31; Sl 15, 10). O teu corpo puríssimo, sem mácula, não foi abandonado à terra, antes foste elevada até à morada do Reino dos Céus, tu, a Rainha, a Soberana, a Senhora, a Mãe de Deus, a verdadeira Theotokos.
Hoje aproximamo-nos de ti, a nossa Rainha, Mãe de Deus e Virgem; voltamos a nossa alma para a esperança que és para nós. […] Queremos honrar-te com “salmos, hinos e cânticos espirituais” (Ef 5, 19). Ao honrar a serva, exprimimos a nossa ligação ao nosso Senhor comum. […] Lança os teus olhos sobre nós, ó Rainha, Mãe do nosso bom Soberano; guia o nosso caminho até ao porto sem tempestades do desejo bom de Deus.
16 de Agosto
Evangelho segundo S. Mateus 18,15-20.
«Se o teu irmão pecar, vai ter com ele e repreende o a sós. Se te der ouvidos, terás ganho o teu irmão. Se não te der ouvidos, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Se ele se recusar a ouvi-las, comunica-o à Igreja; e, se ele se recusar a atender à própria Igreja, seja para ti como um pagão ou um cobrador de impostos. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes na Terra será desligado no Céu.» «Digo-vos ainda: Se dois de entre vós se unirem, na Terra, para pedir qualquer coisa, hão-de obtê-la de meu Pai que está no Céu. Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja
Hino inédito
Aquele que celebra sozinho no coração do deserto
É uma assembleia numerosa.
Se dois se unirem para celebrar entre os rochedos,
Aí estarão presentes milhões, miríades.
Se três se reunirem,
Um quarto estará no meio deles.
Se forem seis ou sete,
Estarão reunidos doze mil milhões.
Se se puserem em fila,
Encherão o firmamento de orações.
Se estiverem crucificados sobre a rocha,
E marcados com uma cruz de luz,
A Igreja estará fundada.
Se estiverem reunidos,
O Espírito plana sobre as suas cabeças.
E, quando terminam a sua oração,
O Senhor levanta-se e serve os seus servidores (Lc 12, 37; Jo 13, 4)
segunda-feira, agosto 14, 2006
De quem recebem os reis da terra impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?
Estando reunidos na Galileia, Jesus disse-lhes: «O Filho do Homem tem de ser entregue nas mãos dos homens, que o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará.» E eles ficaram profundamente consternados. Entrando em Cafarnaúm, aproximaram-se de Pedro os cobradores do imposto do templo e disseram-lhe: «O vosso Mestre não paga o imposto?» Ele respondeu: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus antecipou-se, dizendo: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?» E como ele respondesse: «Dos estranhos», Jesus disse-lhe: «Então, os filhos estão isentos. No entanto, para não os escandalizarmos, vai ao mar, deita o anzol, apanha o primeiro peixe que nele cair, abre-lhe a boca e encontrarás lá um estáter. Toma-o e dá-lho por mim e por ti.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Ambrósio (cerca de 340 - 397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Carta 35, a Orontiano, 6, 13
“Os filhos estão isentos”
O apóstolo Paulo diz que a própria criação espera a revelação dos filhos de Deus (Ro 8,19). Esta criação está agora entregue, contra a sua vontade, ao poder do nada; mas vive na esperança. Porque ela espera que Cristo a ajudará pela sua graça a libertar-se da escravidão da inevitável degradação e a receber a liberdade gloriosa dos filhos de Deus. Deste modo, haverá uma só liberdade, para a criação e para os filhos de Deus, quando a glória destes se revelar. Mas agora, enquanto essa revelação se fizer desejar, toda a criação geme esperando partilhar a glória da nossa adopção e da nossa redenção (Ro 8,22)...
É evidente que as criaturas que gemem à espera da adopção têm em si os primeiros dons do Espírito. Esta adopção dos filhos é a redenção do corpo na sua integralidade, quando ele, na qualidade de filho adoptivo de Deus, puder ver face a face esse bem eterno e divino. Há já adopção filial na Igreja do Senhor quando o Espírito exclama em nós: "Abba, Pai" (Ga 4,6). Mas essa adopção será perfeita quando aqueles que forem admitidos a ver a face de Deus ressuscitarem todos para a imortalidade, para a honra e para a glória. Só então poderemos considerar a condição humana como verdadeiramente resgatada. É por isso que o apóstolo Paulo ousa dizer: "Fomos salvos na esperança" (Ro 8,24). Com efeito, a esperança salva, tal como a fé, da qual está dito: "A tua fé te salvou" (Mc 5,34).
sexta-feira, agosto 11, 2006
Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Guiado pela mão
R: Guiado pela mão com Jesus eu vou
Sigo como ovelha que encontrou Pastor
Guiado pela mão com Jesus eu vou
Aonde Ele vai
Se Jesus me diz amigo
Deixa tudo e vem comigo
Como posso resistir ao Seu amor
Se Jesus me diz amigo
Deixa tudo e vem comigo
Minha mão porei na Sua e irei com Ele
Se Jesus me diz amigo
Deixa tudo e vem comigo
Como posso ser feliz sem ir com Ele
Se Jesus me diz amigo
Deixa tudo e vem comigo
Seguirei o Seu caminho e irei com Ele
Evangelho segundo S. Mateus 16,24-28.
Jesus disse, então, aos discípulos: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Ou que poderá dar o homem em troca da sua vida? Porque o Filho do Homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme o seu procedimento. Em verdade vos digo: alguns dos que estão aqui presentes não hão-de experimentar a morte, antes de terem visto chegar o Filho do Homem com o seu Reino.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja no Mundo Contemporâneo, Gaudium et Spes, §37-38
A Sagrada Escritura, confirmada pela experiência dos séculos, ensina à família humana que o progresso humano, tão grande bem para o homem, traz consigo também uma grande tentação: perturbada a ordem de valores e misturado o bem com o mal, os homens e os grupos consideram apenas o que é seu, esquecendo o dos outros. Deixa assim o mundo de ser um lugar de verdadeira fraternidade, enquanto que o acrescido dos homens ameaça já destruir o próprio género humano.
E se alguém quer saber de que maneira se pode superar esta situação miserável, os cristãos professam que todas as actividades humanas... devem ser purificadas e levadas à perfeição pela cruz e ressurreição de Cristo. Porque, remido por Cristo e tornado nova criatura no Espírito Santo, o homem pode e deve amar até as coisas criadas por Deus...
O Verbo de Deus, pelo qual todas as coisas foram feitas, fazendo-se homem e vivendo na terra dos homens, entrou como homem perfeito na história do mundo, assumindo-a e recapitulando-a (Ef 1,10). Ele revela-nos que «Deus é amor» (1 Jo 4, 8) e ensina-nos ao mesmo tempo que a lei fundamental da perfeição humana e, portanto, da transformação do mundo, é o novo mandamento do amor (Jo 13,34). Dá, assim, aos que acreditam no amor de Deus, a certeza de que o caminho do amor está aberto para todos e que o esforço por estabelecer a universal fraternidade não é vão. Adverte, ao mesmo tempo, que este amor não se deve exercitar apenas nas coisas grandes, mas, antes de mais, nas circunstâncias ordinárias da vida. Suportando a morte por todos nós pecadores, ensina-nos com o seu exemplo que também devemos levar a cruz que a carne e o mundo fazem pesar sobre os ombros daqueles que buscam a paz e a justiça.
quinta-feira, agosto 10, 2006
Como Tu, Senhor
Rui Corrêa de Oliveira, em "Amen"
...aquele que dá a sua vida aos outros terá SEMPRE o Senhor!
É impossível que nasça fruto
Aquele que dá a sua vida aos outros
Terá sempre o Senhor
Felizes seremos nós na pobreza
Se em nossas mãos houver
o amor de Deus
Se nos abrirmos à esperança
Se trabalharmos por fazer o bem
Felizes seremos nós na humildade
Se como crianças soubermos viver
A terra será a nossa herança
A nossa herança
Felizes seremos se partilharmos
Se o nosso tempo for para os irmãos
Para quem vive em grande tristeza
E para quem caminha na solidão
Felizes seremos se dermos amor
E houver sinceridade em nossas mãos
Poderemos olhar e ver a Deus
e ver a Deus
2ª Carta aos Coríntios 9,6-10.
Ficai sabendo: Quem pouco semeia, também pouco colherá; mas quem semeia com generosidade, com generosidade também colherá. Cada um dê como dispôs em seu coração, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria. E Deus tem poder para vos cumular de toda a espécie de graça, para que, tendo sempre e em tudo quanto vos é necessário, ainda vos sobre para as boas obras de todo o género. Como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Aquele que dá a semente ao semeador e o pão em alimento, também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça.
Livro de Salmos 112,1-2.5-6.7-9.
Feliz o homem que teme o SENHOR e se compraz nos seus mandamentos.
sua descendência será poderosa sobre a terra, e bendita, a geração dos justos.
Feliz o homem que se compadece e empresta e administra os seus bens com justiça.
Este jamais sucumbirá. O justo deixará memória eterna.
Não tem receio das más notícias; o seu coração está firme e confiante no SENHOR.
seu coração está firme; por isso nada teme e verá os seus opressores confundidos.
Reparte do que é seu com os pobres; a sua generosidade subsistirá para sempre e o seu poder crescerá em glória.
Evangelho segundo S. João 12,24-26.
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna. Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África) e doutor da Igreja
Sermão 206 (atrib.)
O exemplo de São Lourenço encoraja-nos a dar a vida, ilumina a fé, atrai a devoção. Não são as chamas da fogueira, mas as chamas de uma fé viva, que nos consomem. O nosso corpo não foi queimado pela causa de Jesus Cristo, mas a nossa alma é transportada pelos ardores do seu amor […], o nosso coração arde de amor por Jesus. Não foi o próprio Salvador que disse, acerca deste fogo sagrado: “Vim lançar fogo sobre a terra; e que quero Eu senão que ele já se tenha ateado?” (Lc 12, 49)? Cléofas e o companheiro experimentaram os seus efeitos quando diziam: “Não estava o nosso coração a arder cá dentro, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 32).
Foi também graças a este incêndio interior que São Lourenço permaneceu insensível às chamas do martírio; arde em desejo de estar com Jesus, e não sente a tortura. Quanto mais cresce nele o ardor da fé, menos sofre a tortura. […] A força do braseiro divino que tem aceso no coração acalma as chamas do braseiro ateado pelo carrasco.
quarta-feira, agosto 09, 2006
Em verdade vos digo: Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.
«O Reino do Céu será semelhante a dez virgens que, tomando as suas candeias, saíram ao encontro do noivo. Ora, cinco delas eram insensatas e cinco prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas candeias, não levaram azeite consigo; enquanto as prudentes, com as suas candeias, levaram azeite nas almotolias. Como o noivo demorava, começaram a dormitar e adormeceram. A meio da noite, ouviu-se um brado: 'Aí vem o noivo, ide ao seu encontro!’ Todas aquelas virgens despertaram, então, e aprontaram as candeias. As insensatas disseram às prudentes: 'Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas candeias estão a apagar-se.’ Mas as prudentes responderam: 'Não, talvez não chegue para nós e para vós. Ide, antes, aos vendedores e comprai-o.’ Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo; as que estavam prontas entraram com ele para a sala das núpcias, e fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as outras virgens e disseram: 'Senhor, senhor, abre-nos a porta!’ Mas ele respondeu: 'Em verdade vos digo: Não vos conheço.’ Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
João Paulo II
Homilia de canonização de Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), 11/10/98
Dilectos irmãos e irmãs! Porque era judia, Edith Stein foi deportada juntamente com a irmã Rosa e muitos outros judeus dos Países Baixos para o campo de concentração de Auschwitz, onde com eles encontrou a morte nas câmaras de gás. Hoje recordamos todos com profundo respeito. Poucos dias antes da sua deportação, a quem lhe oferecia uma possibilidade de salvar a vida, a religiosa respondera: “não o façais! Por que deveria eu ser excluída? A justiça não consiste acaso no facto de eu não obter vantagem do meu baptismo? Se não posso compartilhar a sorte de meus irmãos e irmãs, num certo sentido a minha vida é destruída.”
Doravante ao celebrarmos a memória da nova Santa, não poderemos deixar de recordar todos os anos também o Shoah, aquele atroz plano de eliminação de um povo que custou a vida a milhões de irmãos e irmãs judeus. O Senhor faça brilhar o seu rosto sobre eles, concedendo-lhes a paz (cf. Nm 6, 25 ss). Por amor de Deus e do homem, lanço de novo um premente brado: nunca mais se repita uma semelhante iniciativa criminosa para nenhum grupo étnico, povo e raça, em qualquer recanto da terra! É um brado que dirijo a todos os homens e mulheres de boa vontade; a todos aqueles que crêem no Deus eterno e justo; a todos aqueles que se sentem unidos em Cristo, Verbo de Deus encarnado. Aqui, todos nós devemos ser solidários: é a dignidade humana que está em jogo. Só existe uma única família humana.
terça-feira, agosto 08, 2006
«Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão.
Depois, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões. Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só. O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» «Vem» disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» E, quando entraram no barco, o vento amainou. Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!» Após a travessia, pisaram terra em Genesaré. Ao reconhecerem-no, os habitantes daquele lugar espalharam a notícia por toda a região. Trouxeram-lhe todos os doentes, suplicando-lhe que, ao menos, os deixasse tocar na orla do seu manto. E todos aqueles que a tocaram, ficaram curados.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Isaac, o Sírio (séc. VII), monge em Nínive, perto de Mossul, no actual Iraque
Discursos Ascéticos, 1ª série, nº 62
O saber intelectual não nos livra do medo. Mas aquele que caminha segundo a fé é inteiramente livre; como verdadeiro filho de Deus, pode usar livremente todas as coisas. Os que estão apaixonados por esta fé usam, tal como o próprio Deus, todos os elementos da criação, porque a fé tem o poder de fazer criaturas novas à semelhança de Deus...
O conhecimento intelectual nada pode fazer sem uma base material: não ousa realizar o que não tiver sido dado à natureza. O corpo não pode caminhar sobre a superfície das águas; os que se aproximam do fogo queimam-se. Por isso, o simples conhecimento guarda as suas defesas; nunca se deixa ir para além dos limites naturais. Mas a fé tem o poder de ir mais longe e diz: "Se passares através do fogo, ele não te queimará. E os rios não te engolirão" (Is 43,2). Muitas vezes, a fé realiza coisas destas diante de toda a criação. Mesmo que fosse concedido ao intelecto experimentar fazer as mesmas coisas, ele nunca teria ousado.
Pela fé, muitos entraram nas chamas..., atravessaram o fogo sãos e salvos e caminharam sobre o mar como sobre terra firme. Todas essas coisas eram mais altas do que a natureza e contrárias às modalidades do simples conhecimento intelectual. Mostraram como este é vão em todos os seus caminhos e em todas as suas leis. Estás a ver como a inteligência respeita as condições da natureza? E vês como a fé percorre o seu caminho por sendas mais altas do que a natureza?
segunda-feira, agosto 07, 2006
O que temos... o que damos...
"Depois tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e deu-os aos discípulos; os discípulos distribuíram-nos às multidões. Todos comeram, ficaram satisfeitos, e ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços que sobraram. O número dos que comeram era mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças." (Mt 14,19-21)
- Diante dos doentes, dos mais débeis, Jesus comove-Se e actua, curando e animando... faço eu o mesmo?
- A multiplicação do alimento começa com 5 pães e 2 peixes, que a multidão tinha: Deus não pode fazer nada sem que nós ponhamos a nossa parte, por muito pequena que seja...
- É esta parte (o esforço e empenho pelos outros, a partilha do que temos e somos) que Deus multiplica... recordar os momentos em que senti que Deus me apoiou e ajudou a fazer coisas maiores do que eu pensava ser capaz...
Jesus reparte o pão
Tendo ouvido isto, Jesus retirou-se dali sozinho num barco, para um lugar deserto; mas o povo, quando soube, seguiu-o a pé, desde as cidades. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de misericórdia para com ela, curou os seus enfermos. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Este sítio é deserto e a hora já vai avançada. Manda embora a multidão, para que possa ir às aldeias comprar alimento.» Mas Jesus disse-lhes: «Não é preciso que eles vão; dai-lhes vós mesmos de comer.» Responderam: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.» «Trazei-mos cá» disse Ele. E, depois de ordenar à multidão que se sentasse na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu e pronunciou a bênção; partiu, depois, os pães e deu os aos discípulos, e estes distribuíram-nos pela multidão. Todos comeram e ficaram saciados; e, com o que sobejou, encheram doze cestos. Ora, os que comeram eram uns cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Não há maior amor
Simplicidade da nossa vida contemplativa: ela faz-nos ver o rosto de Deus em cada coisa, em cada ser, em toda a parte e sempre! E a sua mão, presente em cada acontecimento, faz-nos tudo realizar - a meditação e o estudo, o trabalho e a partilha, comer e dormir - em Jesus, com Jesus, por Jesus e à imagem de Jesus sob o olhar amoroso do Pai, enquanto estivermos dispostos a recebê-lo sob qualquer forma que ele revista.
Fico maravilhada pelo facto de que, antes de comentar a Palavra de Deus, antes de anunciar as Bem-Aventuranças às multidões, Jesus, enchendo-se de compaixão para com elas, as tenha curado e alimentado. E só depois lhes começou a dar o seu ensinamento.
Ama Jesus com generosidade, ama-o com confiança, sem olhares para trás de ti, sem apreensão. Dá-te inteiramente a Jesus. Ele tomar-te-á como instrumento para realizar maravilhas com a condição de que estejas infinitamente mais consciente do seu amor do que da tua fraqueza. Acredita nele, entrega-te nas suas mãos num ímpeto de confiança cega e absoluta, porque ele é Jesus. Acredita que Jesus, e só Jesus, é a vida; aprende que a santidade não é senão esse mesmo Jesus vivendo intimamente em ti; então ele será livre para fazer o que quiser contigo.
sexta-feira, agosto 04, 2006
“Donde lhe vem tal sabedoria? Não é Ele o filho do carpinteiro?”
Tendo chegado à sua terra, ensinava os habitantes na sinagoga deles, de modo que todos se enchiam de assombro e diziam: «De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde lhe vem, pois, tudo isto?» E estavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa.» E não fez ali muitos milagres, por causa da falta de fé daquela gente.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Beato João XXIII (1881-1963), papa
Diário da Alma, § 1901-1903
“Donde lhe vem tal sabedoria? Não é Ele o filho do carpinteiro?”
Sempre que penso no grande mistério da vida oculta e humilde de Jesus durante os seus primeiros 30 anos, o meu espírito sente-se confundido, e faltam-me as palavras. Ah!, é realmente evidente: perante lição tão luminosa, não são apenas os juízos do mundo, são também os juízos e a maneira de pensar de muitos eclesiásticos que parecem completamente falsos, e se encontram realmente no lado oposto.
Pela minha parte, confesso não ter ainda chegado a perceber. Na medida em que me conheço, tenho a impressão de não possuir senão uma aparência de humildade, e que o seu verdadeiro espírito, esse “amor pelo apagamento” de Jesus Cristo em Nazaré, o não conheço senão de nome. E dizer que Jesus passou trinta anos de vida oculta e que era Deus, que era “o esplendor da substância do Pai” (Hb 1, 3), que tinha vindo para salvar o mundo, e que fez tudo isso com o único fito de nos ensinar quão necessária é a humildade e quão necessário é praticá-la! E eu, que sou tão pecador e tão miserável, não penso senão em me comprazer comigo mesmo, em me comprazer com êxitos que me valem um pouco de honra terrena; não sou capaz, sequer, de conceber o mais santo dos pensamentos, sem que para ele deslize a preocupação com a minha reputação perante os outros. […] Em suma, só com grande esforço consigo habituar-me a esta ideia do verdadeiro apagamento, tal como Jesus Cristo o praticou e me ensina a praticá-lo.
Pela Paz no Médio Oriemte
Espírito Santo, enche os nossos corações com o Teu fogo; ilumina-nos para que todos possamos ser construtores da paz.
quinta-feira, agosto 03, 2006
Eu quero ser, Senhor amado, como o barro nas mãos do oleiro!
Livro de Jeremias 18,1-6.
Palavra que o Senhor dirigiu a Jeremias, nestes termos: «Vai e desce à casa do oleiro, e ali escutarás a minha palavra.» Fui, então, à casa do oleiro, e encontrei-o a trabalhar ao torno. Quando o vaso que estava a modelar não lhe saía bem, retomava o barro com as mãos e fazia outro, como bem lhe parecia. Então, foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: «Casa de Israel, não poderei fazer de vós o que faz este oleiro? Como o barro nas suas mãos, assim sois vós nas minhas, casa de Israel –oráculo do Senhor.
Livro de Salmos 146,1-6.
Louva, ó minha alma, o SENHOR!
Hei-de louvar o SENHOR, enquanto viver; enquanto existir, hei-de cantar hinos ao meu Deus.
Não ponhais a vossa confiança nos poderosos, nem nos homens, pois eles não podem salvar.
Mal deixam de respirar, regressam ao pó da terra; nesse mesmo dia acabam os seus projectos.
Feliz de quem tem por auxílio o Deus de Jacob, de quem põe a sua esperança no SENHOR, seu Deus.
Ele criou os céus, a terra e o mar e tudo o que neles existe.
Evangelho segundo S. Mateus 13,47-53.
«O Reino do Céu é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que ela se enche, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e escolhem os bons para as canastras, e os ruins, deitam-nos fora. Assim será no fim do mundo: sairão os anjos e separarão os maus do meio dos justos, para os lançarem na fornalha ardente: ali haverá choro e ranger de dentes.» «Compreendestes tudo isto?» «Sim» responderam eles. Jesus disse-lhes, então: «Por isso, todo o doutor da Lei instruído acerca do Reino do Céu é semelhante a um pai de família, que tira coisas novas e velhas do seu tesouro.» Depois de terminar estas parábolas, Jesus partiu dali.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África) e doutor da Igreja
Sobre a fé e as obras, cap. 3-5
Imitar a paciência do Senhor
Nosso Senhor foi um modelo incomparável de paciência; suportou um “demónio” entre os seus discípulos (Jo 6, 70), até à sua paixão; e disse: “Deixai um e outro crescer juntamente, até à ceifa; não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo” (Mt 13, 29-30); para figurar a Igreja, previu que a rede trouxesse sempre – isto é, até ao fim do mundo – para a margem todo o tipo de peixes, bons e maus. E fez conhecer de muitas maneiras, fosse abertamente, fosse em parábolas, que haveria mistura de bons e de maus. E, contudo, declara que é necessário velar pela disciplina na Igreja quando afirma: “Se o teu irmão pecar, vai ter com ele repreeende-o a sós. Se te der ouvidos, terás ganho o teu irmão” (Mt 18, 15).
Hoje em dia, porém, encontramos homens que apenas consideram os preceitos rigorosos, que mandam reprimir os perturbadores, não dar “as coisas santas aos cães” (Mt 7, 6), tratar como os publicanos aqueles que desprezam a Igreja (Mt 18, 17), cortar do corpo o membro escandaloso (Mt 5, 30). O zelo intempestivo destas pessoas perturba de tal maneira a Igreja, que gostariam de arrancar a cizânia antes do tempo, e a sua cegueira faz deles inimigos da unidade de Jesus Cristo. […]
Evitemos deixar entrar no nosso coração estes pensamentos presunçosos, procurar separar-nos dos pecadores, a fim de não nos mancharmos pelo contacto com eles, querer formar como que um rebanho de discípulos puros e santos; mais não faríamos do que romper a unidade, sob pretexto de não prestar atenção aos maus. Pelo contrário, recordemos as parábolas da Escritura, as suas palavras inspiradas, os seus exemplos admiráveis, por meio dos quais se nos mostra que, na Igreja, os maus estarão sempre misturados com os bons, até ao fim do mundo e ao dia do juízo, sem que a sua participação nos sacramentos seja prejudicial aos bons, desde que estes não tenham participação nos seus pecados.
quarta-feira, agosto 02, 2006
A porta do Céu
Justiça e alegria.
Senhor, em nós vem abrir
As portas do Teu Reino.
Diante do "Reino dos Céus" todas as realidades se relativizam e encontram o seu justo valor.
O Reino é dom. Antes de qualquer iniciativa minha, é Deus que me cria e se me quer comunicar.
Como qualquer dom, só recebo o Reino se, de facto, o quiser. Donde, preciso de o pedir, devo procurá-lo e tomar opções concretas que me tornem receptivo ao amor de Deus.
Deixa tudo...
«O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o campo. O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas. Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
S. Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Vida de S. Francisco, Legenda Maior, cap. 3
Entre os dons espirituais recebidos da generosidade de Deus, Francisco obteve em particular o de sempre enriquecer o seu tesouro de simplicidade graças ao amor de uma enorme pobreza. Ao ver que aquela que tinha sido a companheira habitual do Filho de Deus se tinha tornado então o objecto de uma aversão universal, ele tomou a peito desposá-la e dedicar-lhe um amor eterno. Não contente com "deixar por causa dela o seu pai e a sua mãe" (Gn 2,24), distribuiu aos pobres tudo o que podia possuir (Mt 19,21). Ninguém guardou o seu dinheiro de forma mais ciosa do que Francisco guardou a sua pobreza; ninguém vigiou o seu tesouro com mais cuidado do que ele dispendeu para guardar essa pérola de que fala o Evangelho
Nada o feria tanto como encontrar entre os irmãos alguma coisa que não fosse absolutamente conforme à pobreza dos religiosos. Desde o início da sua vida religiosa até à morte, ele próprio só teve como riquezas uma túnica, uma corda como cinto e uma espécie de calções; nada mais lhe fazia falta. Às vezes, acontecia-lhe chorar ao pensar na pobreza de Cristo e de sua Mãe: "Eis porque é que a pobreza é a rainha das virtudes, dizia ele; é por causa do brilho com que irradiou no Rei dos reis (1Tm 6,15) e na Rainha sua Mãe".
Quando os irmãos lhe perguntavam um dia qual era a virtude que nos torna mais amigos de Cristo, respondeu, abrindo por assim dizer o segredo do seu coração: "Sabei, irmãos, que a pobreza espiritual é o caminho privilegiado da salvação, porque é a seiva da humildade e a raiz da perfeição; os seus frutos são incontáveis se bem que ocultos. Ela é esse 'tesouro escondido num campo' para cuja compra, diz o Evangelho, é preciso tudo vender e cujo valor deve impelir-nos a desprezar todas as outras coisas".
terça-feira, agosto 01, 2006
"Então os justos replandecerão no Reino de seu Pai"
Deste modo cumpria-se o que fora anunciado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas e proclamarei coisas ocultas desde a criação do mundo. Afastando-se, então, das multidões, Jesus foi para casa. E os seus discípulos, aproximando-se dele, disseram-lhe: «Explica-nos a parábola do joio no campo.» Ele, respondendo, disse-lhes: «Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do maligno; o inimigo que a semeou é o diabo; a ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos. Assim, pois, como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do Homem enviará os seus anjos, que hão-de tirar do seu Reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade, e lançá-los na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai. Aquele que tem ouvidos, oiça!»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Gragório Palamas (1296-1359), monge, bispo e teólogo ortodoxo
Homilia 26
"Então os justos replandecerão no Reino de seu Pai"
Há uma ceifa para as espigas de trigo materiais e uma outra para as espigas dotadas de razão, quer dizer, para o género humano.. Esta efectua-se entre os infiéis e reune na fé os que acolhem o anúncio do Evangelho. Os trabalhadores desta ceifa são os apóstolos de Cristo, depois os seus sucessores, depois, ao longo do tempo, os doutores da Igreja. Cristo diz a seu respeito estas palavras: "O ceifeiro recebe o seu salário; recolhe o fruto para a vida eterna" (Jo 4,36)...
Mas há ainda outra ceifa: é a passagem desta vida para a vida futura que, para cada um de nós, se faz pela morte. Os trabalhadores dessa ceifa não são os apóstolos mas os anjos. Têm maior responsabilidade do que os apóstolos, porque fazem a triagem que se segue à ceifa e separam os bons dos maus, tal como se faz com o joio e a boa semente. Nós somos desde já "o povo escolhido de Deus, a geração santa" (1Pe 2,9), a Igreja do Deus vivo, escolhidos entre os ímpios e os infiéis. Possamos nós ser separados do joio deste mundo tal como no mundo que há-de vir e congregados à multidão dos que estão salvos em Cristo, nosso Senhor, que é bendito pelos séculos.
O Senhor é pedra de tropeço
Assim me falou o Senhor, quando me agarrou com a Sua mão para me afastar do caminho deste povo: «Não chameis conspiração ao que este povo chama conspiração; não temais o que ele teme, nem vos assusteis. Só ao Senhor do universo é que deveis chamar santo. Ele é o único que deveis temer e respeitar. (Is 8,11-13)
Jesus Cristo, procuramos o Teu olhar. Ele vem dissipar a dor e a inquietação. Apoiando-nos sobre Ti, podemos comprometer-nos ainda e sempre a seguir-Te. (Ir. Roger, de Taizé)